Apesar da alta generalizada dos preços, economistas mainstream, analistas de mercado e a grande mídia estão diariamente tentando fazer os brasileiros crerem que a economia “vai bem”. Eles partem da velha crença comum a economia mainstream de que a alta generalizada de preços (que eles erroneamente chamam de inflação) é inevitável em uma economia em crescimento.

Para justificar sua afirmação de que a economia brasileira está em alta, eles apontam para o famigerado PIB e a relativa queda do desemprego no país. No entanto, ambas as medidas (em especial o PIB) refletem um crescimento artificial e insustentável, e não um crescimento econômico genuíno.

Crescimento real vs artificial

É comum os economistas mainstream tomarem o simples aumento de consumo como sinal de que o crescimento econômico real. De fato, a economia diz respeito à alocação de recursos para a satisfação mais urgente dos indivíduos. No entanto, sem as condições necessárias, não há como o crescente consumo se sustentar.

Os economistas austríacos compreendem muito bem que um fator fundamental para o desenvolvimento econômico é a poupança. Dada a escassez de recursos e a necessidade de escolher entre fins conflitantes, os agentes se veem obrigados a renunciar a um empreendimento menos importante em prol de um mais importante.

A poupança se manifesta não apenas por meio da liberação de recursos para a produção de mais bens urgentemente demandados, mas também na forma de um aumento na oferta de crédito, já que a poupança leva a um aumento na oferta de dinheiro disponível para empréstimo. Um aumento na oferta de crédito leva a uma queda na taxa de juros devido à concorrência entre os credores.

Tais condições possibilitam empreendimentos que visem aumentar a oferta de bens e serviços mais urgentes, sejam eles de curto, médio ou longo prazo. Isso também leva à geração de novas oportunidades de emprego e renda, amparados em uma economia sustentável baseada na poupança.

Mas não é isso que estamos vendo no Brasil neste momento. Não está havendo poupança suficiente que possibilite um crescimento econômico real, até porque tanto a inflação causada pelo estado quanto os impostos não estão permitindo que os indivíduos poupem suficientemente.

Em vez disso, o estado interviu na economia no primeiro ano do governo Lula, baixando artificialmente a taxa de juros e imprimindo dinheiro sem ter havido um aumento correspondente de riqueza. Por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo Lula facilitou empréstimos artificialmente baratos para empresas e consumidores.

Os empréstimos às empresas permitiram que novos empreendimentos surgissem, bem como a expansão de empresas já existentes. Além disso, o aumento do consumo graças ao crédito artificialmente barato também fez com que novos empreendimentos surgissem, bem como a expansão de empreendimentos existentes.

O dinheiro recém-impresso, possibilitado pelo crédito criado do nada, seguirá seu percurso estimulando os primeiros recebedores, que irão criar uma falsa sensação de aquecimento sustentável da economia. Esse é o famoso Efeito Cantillon, onde o dinheiro recém-criado do nada permite aos primeiros recebedores aumentar seu consumo sobre a oferta limitada e já existente de bens, que resultará em um aumento dos preços devido a um aumento na demanda.

Devido ao fato de não haver uma poupança prévia que possibilite um aumento na oferta de bens, a tendência é que os preços continuem subindo diante do aumento da demanda por tais bens. Para os mais incautos, isso pode parecer maravilhoso, mas aqueles familiarizados com a ciência econômica real sabem que a longo prazo a conta vai pesar. E já está pesando.

Para os mais incautos, isso pode parecer maravilhoso, mas aqueles familiarizados com a ciência econômica real sabem que a longo prazo a conta vai pesar. E já está pesando.

Sem poupança, não há recursos suficientes para manter os empreendimentos que estão sendo possibilitados pelos empréstimos artificialmente baratos do BNDES. Como resultado, haverá uma contração na economia, com empresas se vendo na necessidade de fechar ou reduzir sua expansão anterior, o que irá gerar demissões e consequentemente um aumento do desemprego, revelando que o suposto crescimento econômico sob o governo Lula não passava de uma farsa.



O engodo que é o PIB

Como os economistas austríacos não cansam de explicar, o PIB não é uma medida confiável para avaliar o desempenho econômico. Ele não engloba somente o que é produzido pelas empresas, mas também os gastos do governo.

É verdade que um PIB alto em parte possa ser aplicado por algum nível de crescimento econômico real, mas, em geral, não é isso o que acontece, principalmente em uma economia com forte intervenção do estado na economia, como o Brasil. Grande parte da alta do PIB brasileiro atual se explica pelos elevados gastos do governo, sem falar no boom artificial gerado pelo crédito barato artificialmente disponibilizado pelo estado via BNDES.

A falácia sobre inflação e crescimento econômico

Economistas mainstream repetem a velha falácia econômica de que a inflação é “inevitável” em uma economia em crescimento. A raiz deste problema é que, diferente dos economistas austríacos, os economistas mainstream ignoram a diferença entre crescimento econômico real e artificial.

Eles ignoram que a alta generalizada dos preços é resultado da injeção de dinheiro na economia sem haver um prévio aumento de mercadorias antes, o que gera o já mencionado Efeito Cantillon. Devido a isso, eles não conseguem compreender que a alta generalizada de preços (que eles erroneamente tomam como inflação, que na verdade é a impressão de dinheiro, sendo a alta generalizada de preços uma de suas consequências) é um péssimo sinal de que a economia não vai nada bem.

Conclusão

Ao contrário do que a grande mídia, economistas mainstream e analistas de mercado tentam fazer o público crer, o suposto “crescimento econômico” sob o governo Lula não passa de um boom artificial gerado por crédito barato e gastos dp governo que mais cedo ou mais tarde irá mostrar sua verdadeira face. E pelo visto está cada vez mais perto de acontecer.



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