As famílias da embaixada dos EUA na Ucrânia receberam ordens do Departamento de Estado para evacuar já na segunda-feira, à medida que a ação militar russa avança.

Na próxima semana, outros americanos na Ucrânia serão convidados a deixar o país através de vôos comerciais, segundo autoridades federais em entrevista à televisão Fox News no sábado – “enquanto eles ainda estiverem disponíveis”, disse em tom ameaçador.

A evacuação iminente foi ordenada na sexta-feira à noite quando a Ucrânia aceitou 200.000 libras de armas pequenas e munições dos EUA, a primeira parcela de uma ajuda letal de 75 milhões de dólares prometida pelos Estados Unidos para combater a ameaça de formação de tropas russas ao longo da fronteira leste da Ucrânia.

“Este embarque – e os US$ 2,7 bilhões desde 2014 – demonstra o compromisso dos EUA em ajudar a Ucrânia a fortalecer suas defesas diante da crescente agressão russa”, disse a embaixada dos Estados Unidos em um tweet no final da sexta-feira, junto com fotos de grandes paletes de contêineres verde-militar sendo descarregados no aeroporto.

Trabalhadores e militares ucranianos descarregam um carregamento de munição entregue como parte da assistência de segurança dos Estados Unidos à Ucrânia, no Aeroporto Internacional de Boryspil, em 14 de novembro de 2021.

A entrega veio em meio a uma série de tweets do Secretário de Estado Anthony Blinken prometendo apoio americano para seu aliado – poucos dias depois que o Presidente Joe Biden levantou o alarme com seus comentários desprendidos, minimizando uma possível invasão russa.

“I #StandWithUkraine”, tweetou Blinken no último sábado. “@StateDept apóia a Ucrânia. Os Estados Unidos apoiam a Ucrânia”.

Blinken também agradeceu aos três estados bálticos que planejam enviar seus estoques de armas Javelin anti-tanque e sistemas de defesa aérea Stinger dos EUA para Kiev para ajudar a defender a Ucrânia.

ACELERO E AUTORIZO, APROVAMOS PLENAMENTE A TRANSFERÊNCIA DE EQUIPAMENTOS DE DEFESA.

dos aliados da OTAN para Estônia, Letônia e Lituânia, tweetou Blinken.

Vos saudamos por seu apoio de longa data à Ucrânia.

concluiu.
O Secretário de Estado Antony Blinken cumprimentando o pessoal da embaixada dos EUA em Kyiv, na Ucrânia, em 19 de janeiro de 2022.

Os relatórios de Blinken chegaram poucas horas depois de sua reunião de 90 minutos ter encerrado em Genebra, com o ministro russo das Relações Exteriores Sergei Lavrov, onde Lavrov insistia que a Rússia não estava planejando um ataque.

O Kremlin advertiu a OTAN contra suas tentativas de aumentar o arsenal da Ucrânia, mas continua a estacionar até 100.000 soldados na região.

As forças armadas russas implantaram caças avançados em Belarus, ao norte da Ucrânia, aumentando os temores no Pentágono de que Kiev “esteja agora na mira”, segundo um oficial americano em entrevista à Fox News. As tropas estão treinando com aliados no local, e a fronteira da Bielorússia fica a apenas 56 milhas de Kiev no ponto mais próximo, informou o Sunday Times de Londres.

As forças armadas da Rússia são tão superiores às da Ucrânia que as armas fornecidas têm, na sua maioria valor simbólico, informa a publicação, citando Zbigniew Brzezinski, o falecido conselheiro do Presidente Jimmy Carter, que certa vez disse: “Sem a Ucrânia, a Rússia deixa de ser um império, mas com a Ucrânia derrotada e depois subjugada, a Rússia se tornará automaticamente um império”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse no início desta semana que o fornecimento de armas “não contribui para reduzir as tensões”.

No sábado, Biden falou com conselheiros em Camp David, a residência do presidente.

Os EUA rejeitaram as exigências de Moscou sobre uma promessa de que a Ucrânia jamais será autorizada a aderir à OTAN e de que os aliados da Europa Ocidental retirem suas tropas da Europa Central e Oriental.

O crítico Kremlin Alexei Navalny, 45 anos, disse que “Os Estados Unidos estão aceitando passivamente a agenda de Putin, como um estudante assustado sendo intimidado por um homem de classe alta”.

“Uma e outra vez, o Ocidente cai nas armadilhas de Putin”, escreveu o ativista preso em uma carta que ele entregou secretamente ao jornal Time direto da prisão. “Ele (Putin) faz exigências insanas e ridículas, como estas últimas exigências de que ele e Biden se sentem numa sala cheia de fumaça e decidam o destino da Europa como se estivéssemos de volta em 1944. E se os EUA não concordarem, ele “descobrirá algo”.

Texto escrito por Mary Kay Linge, publicado no New York Post e traduzido por Gazeta Libertária.

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