Uma parceria firmada entre o Telegram e o TSE para combater as “fake news”, pode indicar que o mensageiro já não será mais um ambiente que garante a liberdade de expressão para os usuários. Essa atitude do mensageiro pode indicar uma parceria cada vez maior com o estado, o que o tornaria uma opção menos atraente para aqueles que prezam pela liberdade.
Parceria entre Telegram e TSE para combater “fake news”
Nesta terça feira (22), o Telegram e o TSE firmaram um acordo de parceria no combate às “fake news”, principalmente informações que coloquem em dúvida a “integridade” do processo eleitoral.
O TSE também terá agora um canal extrajudicial no Telegram, onde os conteúdos julgados pelo órgão como “ameaças contra a democracia” serão denunciados. Além disso, usuários e canais que persistirem na divulgação deste tipo de conteúdo, também estarão sujeitos à exclusão.
A informação foi principalmente divulgada no site oficial do TSE e também no canal oficial do Telegram. Segue abaixo a nota do site:
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Telegram celebraram, nesta segunda-feira (16), acordo de colaboração mútua para enfrentamento da desinformação. O TSE é o primeiro órgão eleitoral no mundo a assinar um acordo com a plataforma que envolve cooperação e ações concretas.
De acordo com o documento, que deve vigorar até 31 de dezembro de 2022, a parceria envolve a criação de um canal oficial do TSE na plataforma para divulgar informações oficiais sobre as eleições, suporte da equipe técnica do Telegram para o desenvolvimento de um robô para tirar dúvidas dos usuários sobre as eleições, bem como o desenvolvimento de uma nova funcionalidade na plataforma para marcação de conteúdos desinformativos.
Além de apoio técnico e inovações no produto para enfrentar a desinformação, a plataforma se comprometeu a apoiar o TSE na divulgação do canal para todos os usuários do Telegram no país.
Também será disponibilizado um canal extrajudicial para que o TSE realize denúncias na plataforma. Quando houver denúncias, o Telegram conduzirá investigação interna para verificar se os canais indicados violaram os termos de serviço e políticas da plataforma.
O Tribunal se compromete também a fornecer informações e relatórios sobre o desenvolvimento das eleições que possam ser importantes para que o Telegram desenvolva políticas internas e melhores práticas.
Para ler o memorando completo, clique aqui
O quê esperar do Telegram de agora em diante?
Como ficou claro na divulgação do TSE sobre a parceria com o Telegram, qualquer conteúdo julgado como “fake news” será excluído. E não apenas isso! Qualquer conteúdo que questione a integridade do processo eleitoral também será excluído, bem como o perfil ou canal que insista em divulgar este conteúdo, também estará sujeito a exclusão.
Já publicamos um artigo onde mostramos que essa preocupação do TSE é bastante questionável (você pode conferir o artigo clicando aqui).
Conclusão
O Telegram vem se mostrando cada vez mais uma alternativa pouco atrativa para os amantes da liberdade. Opções open source, criptografadas de ponta a ponta, como a rede Matrix, por exemplo (em breve faremos um pequeno guia sobre ela) se mostram uma melhor opção para aqueles que querem fugir do controle estatal.