Desde que a entrevista de Bolsonaro para o New York Times em 2016 veio a tona novamente, Bolsonaro não consegue ter um dia de paz. Ao ver a viralização da sua fala dizendo que tudo que lhe faltou para se alimentar de um ser humano foi companhia, que tudo que lhe impediu de canibalizar um índio foi a repulsa de outro em comer o índio e não algo em si mesmo, ele ficou preocupado.

Está certo em estar preocupado. Não conheço ninguém que não seja um bolsonarista radical e que estaria confortável em votar em um canibal. Mas, a pior parte disso parece ter chegado. Ao tentar calar as propagandas do PT sinalizando isso, sinalizou que aquilo que dizia ter de diferente em relação a seu adversário, a defesa da liberdade da expressão, está pronto para ser relativizado para ganho político.

Bem, a situação era realmente difícil. Se isso se tornar fato notório o suficiente, ele não será eleito. Se ele intervir, em cada intervenção, terá diminuído profundamente e significativamente a distância entre as defesas da liberdade de expressão que ele e Lula fazem. Complexo.

Uma visão parecida chegou a ser exposta pelo Ivanildo do SFL. Mas, achei particularmente peculiar que ele não veja que é até irônico que tudo o que Bolsonaro está fazendo é apenas fazendo legítimo uso da instituição TSE. O quão ditatorial podem se tornar as eleições que supostamente deveriam ser um momento de expressar e participar é deveras divertido. Ah! Liberalismos!

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