Chefe da NHS defende intervenção estatal para combater “vício” em negociação de criptomoedas

Amanda Pritchard

Na última quarta-feira (12), a chefe do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), Amanda Pritchard, defendeu uma maior intervenção do estado britânico sobre o comércio de criptomoedas. Pritchard alega que a medida ajudaria a combater o “vício” em negociações de criptoativos.

O discurso de Pritchard foi realizado durante o ConfedExpo, que é uma conferência anual da NHS.

“Vício” em negociações de criptoativos

Durante a conferência, Pritchard afirmou que clínicas especializadas estão documentando muitos casos de dependência comercial envolvendo negociações de criptomoedas. Ela afirmou que jovens investidores são cada vez mais atraídos por mercados criptográficos não regulamentados e estão a desenvolver hábitos comerciais pouco saudáveis.

“Vamos resolver os problemas na fonte ou aceitaremos que o NHS se torne uma rede de segurança cara?”

questionou Pritchard

Pritchard afirmou que é essencial que o governo britânico intervenha e tome medidas importantes para travar a tendência. Ela também afirma que a ideia de investir sem valor fixo gerou “uma demanda por serviços institucionais de saúde”.

A proposta da chefe da NHS acontece em meio a apelos por uma regulamentação abrangente do mercado cripto no país.

Investimento em criptomoedas como bode expiatório da NHS

Pritchard afirma que o “vício” em negociações de criptomoedas é um grave problema de saúde pública e que pode sobrecarregar o sistema de saúde pública do Reino Unido. Entretanto, uma breve pesquisa sobre o sistema de saúde britânico mostra o que realmente está em jogo.

O sistema estatal de saúde britânico já não consegue mais manter sua promessa de “saúde universal para todos”. Apesar dos crescentes gastos desde sua implementação, tal sistema de saúde vem sofrendo do que críticos de tal sistema já preveniam: um aumento do seu custo acompanhado da deterioração de sua qualidade.

(Exemplos da crescente decadência da NHS, vocë pode conferir aqui, aqui e aqui).

Dada a impossibilidade do estado de fornecer qualquer serviço com a mesma eficiência que o mercado (algo já previsto pelo economista Ludwig von Mises), tal tendência de aumento do custo acompanhado da redução de sua qualidade é algo inevitável.

Com a crescente demanda por serviços no Reino Unido, onde não existe alternativa ao sistema público de saúde, é inevitável que tal sistema fique sobrecarregado. Para evitar que tal sistema seja exposto como o fiasco que é, qual melhor forma do que restringir o seu acesso?

E não falo aqui apenas de restringir o acesso de “viciados” em negociações de criptomoedas. Mas também de recém-nascidos tendo suas vidas interrompidas prematuramente porque “não há alimentos suficientes para todos”.



O quê estaria por trás de tal “vício”?

Mas se realmente existe um vício de negociações de criptomoedas, o quê estaria por trás de tal “vício”? Mais uma vez, a NHS também possui responsabilidade nisso. Como bem mostrado por Ludwig von Mises, se há subsídio para doenças, haverá mais doenças.

Se existe a possibilidade de ter o tratamento dos seus péssimos hábitos de saúde ser custeado por terceiros, haverá incentivos para que indivíduos dotados de fraqueza moral tomem mais decisões destrutivas. O cenário seria muito diferente em um ambiente onde eles tivessem que arcar com os custos da própria saúde.

O caso dos viciados em negociações de criptomoedas é apenas a gota d’água da avalanche de incentivos a péssimos hábitos de saúde que a promessa de uma saúde “universal e gratuita” no Reino Unido causou.

Por outro lado, o estado britânico, por meio do seu banco central, também é responsável por tal “vício”. Como explicado pelos economistas da Escola Austríaca, a expansão monetária e a queda artificial de juros geram um boom artificial formado por várias bolhas, liquidadas por meio de um crash.

Nesse intervalo de tempo, muitas bolhas atraem investidores sedentos por dinheiro fácil. E antes mesmo do crash, muitas destas bolhas estouraram, levando muitos à falência e ao desespero.

Se não fosse o crescimento artificial destinado a falências estimulado pelos bancos centrais, muitas destas bolhas não se formariam, o que levaria menos gente a se aventurar em projetos destinados à falência. Consequentemente, não haveria tantos frustrados procurando ajuda psicológica ou psiquiatra.



Tudo “bolha”?

Não estou dizendo que todas as criptomoedas sejam uma bolha. Longe disso! O próprio Bitcoin, para mim, é a moeda e reserva de valor por excelência. Verdadeiramente o Ouro Digital.

No entanto, é inegável que muitos projetos cripto hoje, principalmente as Memecoins, são apenas bolhas que devem sua existência à expansão monetária e queda artificial da taxa de juros gerada pelos bancos centrais.


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