No último domingo, o sacrifício do famoso esquilo Peanut, bastante popular nas redes sociais, chocou um grande número de pessoas ao redor do mundo. O sacrifício do animal, que pertencia ao influencer e engenheiro Mark Longo, foi realizado sob a alegação de que ele poderia transmitir raiva e que seria uma ameaça aos vizinhos de Longo, apesar de não haver nenhum indício que confirmasse isso.

O caso mostra a arbitrariedade com a qual o estado trata a relação entre animais e humanos e o quanto a iniciativa privada de Longo e de sua esposa de cuidar de animais era muito superior à péssima gestão estatal sobre a vida selvagem.

A apreensão de Peanut

O esquilo Peanut foi apreendido pelas autoridades do Departamento Estadual de Conservação Ambiental, ou DEC, que visitaram a casa do seu tutor, Maek Longo na zona rural de Pine City, na quarta-feira, 30 de outubro, após muitas supostas reclamações anônimas sobre o esquilo.

Além de Peanut, um guaxinim chamado Fred também foi apreendido pelas autoridades sanitárias.

Na sexta-feira (01), o Departamento Estadual de Conservação Ambiental e o Departamento de Saúde do Condado de Chemung confirmaram o destino dos dois animais:

“Em 30 de outubro, o DEC apreendeu um guaxinim e um esquilo que dividiam uma residência com humanos, criando o potencial para exposição humana à raiva. Além disso, uma pessoa envolvida na investigação foi mordida pelo esquilo. Para testar a raiva, ambos os animais foram sacrificados”, disseram as agências em um comunicado, segundo a CBS News.

Os dois animais haviam sido apreendidos no santuário pertencente a Mark e sua esposa Daniela Longo. O santuário, chamado P’Nuts Freedom Farm Animal Sanctuary, foi fundado em abril de 2023. Hoje, ele abriga cerca de 300 animais, incluindo cavalos, cabras e alpacas.

Apesar dos pedidos e súplicas desesperadas do casal, os dois animais, que foram cuidados e protegidos desde filhotes, foram levados e sacrificados devido a denúncias anônimas sem nenhuma prova de que ambos os animais fossem perigosos ou transmitissem raiva.

A história de Peanut

Segundo Longo, Peanut foi acolhido por ele após a mãe ter sido atropelada por um carro na cidade de Nova York. Ele também diz que levou Peanut para casa e cuidou dele por oito meses antes de tentar soltar o esquilo ao ar livre. “Um dia e meio depois, eu o encontrei sentado na minha varanda, faltando metade do rabo e com o osso para fora”, diz Longo.

Ao perceber que o animal não conseguia se adaptar à vida selvagem, Longo e sua esposa decidiram cuidar do esquilo por mais tempo. Longo também informa que estava no processo de preencher a papelada para obter a certificação de Peanut como um animal educacional quando foi apreendido.

Desde então, Longo passou a apresentar suas interações com o animal nas redes sociais, que chegou a ter uma conta no Instagram com mais de 700 mil seguidores. Além de Peanut, Longo também adotou um guaxinim que chegou na porta da sua casa ainda filhote e o chamou de Fred. Este também foi levado e sacrificado após as denúncias anônimas. Supostamente de vizinhos do casal.

Abaixo um vídeo de Longo interagindo com Peanut em vários momentos:

Em outro vídeo, é mostrado o guaxinim Fred ainda filhote jinto de Daniela Longo, esposa de Mark.

O monopólio do estado sobre os animais como a raiz do problema

Ambientalistas estatistas vivem clamando aos quatro ventos que sem o estado não haveria proteção aos animais, como se mais ninguém além dos agentes estatais se preocupasse com eles. O que esse lamentável episódio prover estar errado.

A apreensão e sacrifício do esquilo Peanut e do guaxinim Fred são consequências diretas do monopólio do estado sobre a vida animal. Foi com base neste monopólio que as autoridades sanitárias atenderam às denúncias anônimas, pois segundo a legislação estatal de Nova York, ninguém está autorizado a possuir um animal selvagem sem possuir uma licença, onde é exigido que tal animal seja reabilitado à vida selvagem posteriormente.

Além disso, ser uma flagrante violação dos direitos de propriedade dos donos sobre tais animais, ainda coloca uma exigência que, em muitos casos, é impraticável. O próprio Peanut não estava em condições de viver na natureza e por isso Longo decidiu ficar com ele por mais tempo.

Em um regime baseado no direito de propriedade absoluta, inclusive sobre animais, aqueles preocupados com animais farão de tudo para protegê-los, como Longo e sua esposa vinham fazendo em seu santuário.

Ao monopolizar o controle sobre os animais, impondo uma série de exigências e proibições arbitrárias e onerosas, o estado atrapalha aqueles que querem de fato ajudá-los.

Sobre o risco de raiva, bastaria que as vítimas acionassem autoridades jurídicas para serem rassascidas devido ao dano causado. Mas sequer houve um único incidente do tipo por parte de Peanut ou Fred. E o estado, querendo reafirmar seu monopólio sobre a vida selvagem, simplesmente foi até o santuário de Longo e de sua esposa, invadir sua propriedade e roubar os dois animais que, de um ponto de vista libertário, lhe eram legítimos.

O estado saindo impune como sempre

Se Longo vivesse em um regime baseado no respeito absoluto aos direitos de propriedade, isso poderia ter sido evitado. E mesmo que acontecesse, ele receberia uma indenização pelos danos causados. Mas isso provavelmente não irá acontecer e o estado irá levantar seus velhos e cansados jargões de “saúde pública” e “respeito à vida selvagem”.


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