1 em cada 7 pessoas passou fome no Reino Unido em 2022

pobreza em países ricos

Segundo relatório publicado pela instituição de caridade Trussell Trust, no ano passado, uma em cada sete pessoas no Reino Unido, o que equivale a 11,3 milhões, não possuía dinheiro suficiente para se alimentar.

A pesquisa consistiu em um levantamento com 2.563 pessoas que utilizaram os bancos de alimentos da Trussell Trust entre maio e agosto do ano passado, bem como 3.948 pessoas na população geral do Reino Unido pela Ipsos no mesmo período.

A instituição constatou que, embora cerca de 7% da população do Reino Unido tenha recebido apoio alimentar até meados de 2022, 71% das pessoas em situação de insegurança afirmaram não receber qualquer forma de apoio. Os mais afetados são os que apresentam alguma deficiência, com crianças pequenas ou os que recentemente enfrentaram experiências de vida adversas, como violência doméstica, luto, despejo ou separação.

Os bancos de alimento da Trussell Trust estão vendo um forte crescimento na demanda por seus pacotes, mais que dobrando a quantidade fornecida há cinco anos. Os britânicos passam pelo maior aperto desde a década de 1950, quando registros comparáveis começaram a ser mantidos.

O Reino Unido está sendo pressionado, como outras partes do mundo pós-pandêmico, pela elevação nos custos de vida, principalmente nas cidades. O crescimento da inflação, efeito derivado da expansão da base monetária pelos governos, superou o crescimento dos salários, o que está reduzindo o padrão geral de vida. Segundo dados recentes, a inflação de alimentos e bebidas foi de 18,3% e 14,6%, em maio e junho, respectivamente.

O governo está aumentando benefícios, o salário mínimo nacional e apoiando famílias com as contas de energia e demais custos essenciais.

Como de costume, os vendedores e supermercados foram acusados de estarem lucrando durante a crise, de estarem sendo “gananciosos”. Como libertários, no entanto, sabemos o real motivo por trás de situações como essa.

Mesmo sendo uma das maiores economias do mundo, seguindo a tendência de outros países desenvolvidos, a população cada vez mais necessita recorrer ao estado para poder sobreviver em uma economia por ele mesmo destruída.

Gabriel Camargo

Autor e tradutor austrolibertário. Escreve para a Gazeta com foco em notícias internacionais.

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