A formação da “Terceira Via” no Brasil faz alguma diferença?

terceira via

Com as eleições presidenciais chegando, em 2022, é de se esperar que candidatos novos apareçam para concorrer a tão sonhada vaga. No momento, os dois maiores nomes são o atual presidente, Bolsonaro, e o ex presidente e presidiário Luís Inácio Lula da Silva.

Como são duas posições opostas no espectro ideológico, mesmo que, na prática, ambos sejam intervencionistas, não é estranho perceber uma grande polarização entre seus gados, ou melhor, eleitores. Dessa forma, a terceira via, como uma oposição aos dois citados, tenta roubar votos de seus seguidores menos fiéis, por assim dizer, e se mostrar como uma solução para essa polarização. Porém, fica a questão: a terceira via é de fato uma solução ou parte do problema?

Mesmo que Bolsonaro nem de longe represente o capitalismo de livre mercado, ele se encontra na direta brasileira, pois Lula é um defensor de ideias socialistas, portanto qualquer coisa que não apoia o PT pode ser enxergado como direita na visão popular.

Se Lula realmente acredita no comunismo é outro ponto, o fato é que ele defende a máquina de poder comunista. Essa rivalidade faz gerar o sentimento político dicotômico, de guerra, entre direta e esquerda, socialismo, capitalismo, etc. Alegando que ambas as posições tomadas são extremas, a terceira via tenta encontrar um “meio do caminho” para “corrigir esse problema”.

Porém, como foi dito por Ludwig von Mises, em seu livro Intervencionismo: Uma Análise Econômica, o meio do caminho também leva ao socialismo. Não é possível encontrar um meio-termo entre liberdade ou escravidão, ou se é livre ou escravo. Dito isso, toda intervenção do estado é uma forma de ataque as liberdades individuais, e se para corrigir um erro causado por uma intervenção estatal se faz necessária outra intervenção, só é questão de tempo até que o estado tome o controle de tudo para se assegurar que, desta vez, as coisas sairão exatamente como planejado.

Afinal a liberdade aumenta demais as possibilidades deixando o futuro imprevisível, portanto, impossível de ser controlado; reduzir ao máximo as possibilidades de ação é o único meio de fazer com que “tudo saia como o planejado”.

A terceira via brasileira não é uniforme, são diferentes partidos e candidatos. Porém, com a situação polarizada atual, talvez só exista espaço para mais um candidato, ou nem isso. E essa tentativa de ser este um é o que os une. Os principais nomes são: Sérgio Moro (Podemos), Círio Gomes (PDT), João Dória (PSDB), Luiz Felipe D’Ávila (Novo).

Na tentativa de conquistar uma parte do público conservador, não é de se admirar que muitos candidatos, curiosamente, mudem de opinião sobre algum tópico ou até de religião, momentaneamente, para gerar maior empatia entre conservadores. Nada de novo aqui. Com opiniões momentâneas, sensacionalismo, difamação, etc; já foi demonstrado que a “terceira via” está desesperada pelo poder e irá defender qualquer coisa para não morrer, no sentido de perder relevância política, quando os “liberais” do MBL (Movimento Brasil Livre) se juntaram ao PCdoB para uma “manifestação” contra o governo Bolsonaro.

Em um momento de crise, ou instabilidade política, se faz necessário entender o que está acontecendo antes de tentar resolver o problema. Quando o presente é incerto, é preciso voltar ao passado para descobrir como tudo aconteceu. Dessa forma, no cenário atual, não se posicionar (votar) devido à incerteza envolvida não é covardia, e sim prudência, ou uma conclusão de que no caso o candidato eleito não tem tanta relevância. Escolher entre o menos pior dentre duas opções implica que será escolhido algo ruim, e não algo bom.

Se a política não consegue oferecer uma solução boa não se deve contentar com a menos pior, deve-se descartar a política estatal como um meio e procurar uma boa solução de outra forma. Pois, a política não pode ser um fim, ela existe, supostamente, para solucionar problemas. Nesse momento se fez necessário pensar em soluções fora da política governamental, algo de ação prática e efetivo por meio das ações individuais. Seja por meio da criação de ONGS, projetos, grupos de estudos, etc. E deixar que os agentes tomem as responsabilidades, que uma vez foram terceirizadas para o estado, das próprias vidas e encontrem soluções individuais para seus problemas. Admitindo assim que a centralização de poder foi incapaz de solucionar os problemas individuais. Só apertar botões em uma urna não vai mudar a vida de ninguém.


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