A política econômica de Bolsonaro, a inflação mascarada e os efeitos na sua alimentação

Surfando pela WEB para montar a próxima coluna da Gazeta Libertária me deparo com uma notícia interessante publicada pelo G1 (algo raro de se ver): ‘Parece leite, mas não é’: como crise ‘empobreceu’ a fórmula dos produtos lácteos do Brasil. Essa notícia me lembrou algumas das threads que eu já tinha visto recentemente no Twitter sobre esse assunto:

Esses threads falam bastante por si só. Mas, o mais interessante foram as imagens da reportagem do G1:

Como não comprar gato pro lebre — Foto: BBC

E o que eles recomendam demonstra que esse é um fenômeno que acontece com o olhar atento das autoridades, demonstrando a obediência às leis, indicando assim que são bons pagantes de impostos:

Interface gráfica do usuário

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Essas imagens me fizeram refletir sobre uma famosa frase de Samuel Edward Konkin:

Samuel Edward Konkin III

Se o Estado tivesse sido abolido há um século, todos teríamos robôs e casas de veraneio no cinturão de asteroides

E sobre a famosa frase de Frédéric Bastiat:

Frédéric Bastiat

O custo real do estado é a prosperidade que não temos, os empregos que não existem, as tecnologias a que não temos acesso, os negócios que não são feitos e o futuro brilhante que nos é roubado.

E me pergunto quão distantes estamos da vida que poderíamos ter. Me pergunto quão eficiente e cheio de saídas o mercado se tornou para que ainda tenhamos algo que na prática ainda chamamos de leite, ao invés de simplesmente não ter mais esse alimento.

Me pergunto o quanto do ímpeto de ação da população estamos contendo. Veja, fábricas involuntariamente estão ajudando o governo ao manter a qualidade geral de vida com pequenas mudanças químicas e poucas perdas de sabor. Quantas dessas não são possíveis e podem inclusive efetivamente moldarem nossos gostos, nossa saúde e nossa forma de ver a vida, diminuindo profundamente o padrão de vida que estamos dispostos a aceitar, antes da fábrica decidir pelo que há de mais moral?

Pois se o dono da fábrica de leite tivesse uma consciência agorista da vida, ele poderia estar nesse momento sonegando todo ou ao menos grande parte do aumento de custo recente e, embora não saibamos se essa diminuição de custo implicará necessariamente no fornecimento do que originalmente chamamos de leite no lugar dessas misturas, a pressão geral do aumento de custo diminuiria profundamente e eventualmente poderíamos voltar ao estado civilizacional mais avançado de termos leite, leite condensado, chocolate e outros produtos em larga escala!

Nossa solução de curto prazo entretanto é ainda mais simples do que a solução industrial. Leite, chocolate, leite condensado, doce de leite, queijo, para todos esses produtos e desde já nós vamos todos começar a anarquia em casa! Já avisei todos daqui de casa e ao menos por aqui não vamos aceitar diminuir nossa qualidade de vida! Iremos procurar um produtor desses produtos, incentivando o agorismo local e desistindo das alternativas processadas!

Essa é uma forma a ser buscada por todos, incluindo até mesmo aqueles que morem longe demais de um produtor local pois eles podem conversar com mercadinhos locais e negócios que tem contato com fornecedores de porta em porta. Se estamos a 6 apertos de mão de qualquer pessoa, incluindo grandes bilionários, então estamos a 6 apertos de mão de um produtor agrícola correspondente!

Tenhamos a atitude correta diante do problema, afinal não temos muitas formas de reagir à inflação provocada por Bolsonaro e sua equipe econômica. Podemos entretanto mudar nosso padrão de consumo pessoal, comprando Bitcoin, comprando de pessoas que estão sonegando e mantendo seus produtos como os bons e típicos leite, chocolate, queijo e leite condensado e podemos expandir nossa rede ainda mais para que a inflação não seja percebida na Ágora. Mas, tem uma coisa que não podemos fazer:

Frédéric Bastiat

⁠Um homem não pode, ao mesmo tempo, ser e não ser livre.

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