Consumo de carne no Brasil cai ao menor nível em 25 anos

Devido ao aumento nos preços e queda na renda média do brasileiro, o consumo de carne no Brasil vem sendo o menor dos últimos 16 anos. Entre as principais causas disso, está a inflação, que ocorre quando o governo expande a base monetária sem uma demanda equivalente de dinheiro gerando assim desvalorização da moeda, e queda na produtividade do país, causada pela medidas restritivas e lockdowns.


Existem diversos fatores que agravam a situação quanto a oferta, como, por exemplo, problemas sazonais, o ciclo de vida dos bezerros, casos de vaca louca esporádicos em frigoríficos que acontecerem em Minas gerais e Mato Groso, encargos chineses, etc. Esses fatores sem dúvida nenhuma afetam os preços e o mercado todo.


Em relação à demanda, é possível perceber que as taxas de emprego no Brasil, atuais estão bastante elevadas. 12,6% da força de trabalho no terceiro trimestre de 2021, ou 13,5 milhões de desempregados. Gerando assim, grande diminuição nas quantidades de carnes compradas no país.


Porém, tais fatores não explicam toda a situação, afinal, O consumo vem caindo há três anos consecutivos no país. Em 2020, recuou expressivos 10% em relação ao anterior. Para 2021, a estimativa é de queda de 2%, um consumo de 5,24 milhões de toneladas de carne bovina, o menor valor em 12 anos.

Quando se considera o consumo por pessoa, o resultado é ainda mais modesto: 24,5 kg por ano, número próximo do registrado em 2005, 16 anos atrás.Tal situação é apenas uma consequência inevitável de todas as medidas políticas que vierem sendo impostos pelo estado em todo país, desde o começo da pandemia do covid -19.

A gigantesca queda na capacidade produtiva devido aos lockdows e medidas de restrição abusivas foram as principais causas em todo o desajuste na cadeia produtiva. Porém, em simultâneo, se teve a impressão massiva de dinheiro gerando assim uma expansão massiva da base monetária com as quedas nas taxas SELIC.


Se interpretamos todos esses fatos a luz da teoria austríaca dos ciclos econômicos, podemos perceber que uma queda artificial da taxa de juros base da economia, abaixo do nível que estaria em um livre mercado, significa uma distorção irreal nos preços futuros em relação aos bens presentes. Isso gera investimentos que não serão produtivos no futuro, pois não a lastro em poupança suficiente para garantir a sua prosperidade, causando assim, desarranjos em toda a cadeia de produção.

Adiantando ainda mais a teoria, percebemos que a inflação, gerada por um aumento na base monetária sem demanda equivalente, gera grandes distorções. Primeiro que desvaloriza o dinheiro, consequentemente os salários, fazendo assim que as pessoas mais pobres trabalhem mais para ganhar menos, dado a queda real dos salários.

Enquanto gera uma distribuição de renda ao avesso, dado que o dinheiro não é distribuído igualmente entre a população os primeiros usuários recebem grande vantagem ao utiliza lo, sendo eles, o governo, grandes bancos e grandes empresas recebendo em forma de empréstimos.

Dessa forma, e somente dessa, é possível explicar a queda record no consumo de carne. Devido ao fato que os primeiros usuários do dinheiro tem vantagem. Os últimos usuários só tem acesso a novo dinheiro quando os preços dos produtos já aumentaram, perdendo assim, constantemente, seu poder de compra.


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