Em artigo, Folha erroneamente associa propriedade de SC ao nazismo

Folha se retrata por artigo onde colunista confunde nome Heil em uma casa com saudação nazista

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

Neste sábado, o jornal Folha publicou um artigo se retratando pelo erro de um artigo publicado neste domingo pela colunista Giovana Madalosso. No artigo em questão, a colunista havia feito uma confusão com o letreiro escrito HEIL em uma casa, acreditando ser uma referência à saudação “Heil Hitler“, quando na verdade Heil se tratava do nome da família proprietária da casa.

Heil também pode ser traduzido do alemão para o português como “salvação”, “salvo” ou “ileso”. Heil é um sobrenome conhecido no estado de SC, principalmente na cidade de Brusque, onde vive a família Heil, que tem propriedades em Urubici, cidade a cerca de 170 km de Florianópolis.

Popularidade do nome Heil em SC

Além da família proprietária das casas, há outras pessoas bastante conhecidas com o sobrenome Heil, como Antônio Heil, que foi prefeito de Brusco de 1966 a 1970. O político e empresário, que morreu em 1971, também deu nome às ruas de cidades catarinenses, como Florianópolis e Blumenau. Há até mesmo uma estrada com seu nome: a rodovia Antônio Heil, que liga Brusque a Itajaí.

Basicamente, se Giovana Madalosso tivesse visitado mais lugares de SC teria tido um infarto devido ao fantasma do nazismo que habita a sua mente. Ou quem sabe teria sido poupada desse vexame e os leitores da Folha e os catarinenses de vergonha alheia por ela.

O fantasma do nazismo na mente de Giovana Madalosso

Em seu artigo intitulado ‘Fui surpreendida por uma possível saudação nazista, Giovana Madalosso afirma que ao viajar para uma cidade de SC com seu companheiro e enteados, um amigo a avisou de que naquela cidade haviam casas com uma saudação nazista. A autora afirma que não colocou muita fé no início, mas que considerou a possiblidade por se tratar de um estado onde “69% da população havia votado em um fascista” (já destilando seu preconceito e noção distorcida do que é fascismo, embora Bolsonaro não deixe de merecer críticas).

No entanto, no dia seguinte Giovana avistou a tal casa com a suposta saudação nazista (sem saber que se tratava do nome da família proprietária da casa). Ao avistar Heil de imediato a colunista entendeu que significava a saudação “Heil, Hitler”. E como ela chegou à essa constatação? Segundo ela “é uma conhecida saudação nazista, familiar a todos que falam alemão e aos que sabem um pouco mais sobre a Segunda Guerra.

Uau. Nossa ilustríssima colunista, munida de um conhecimento que somente ela e poucos privilegiados que “falam alemão e sabem um pouco da Segunda Guerra Mundial” conhecem, sequer buscou se informar sobre as casas e nem estudar sobre o local para onde estava viajando. Talvez se tivesse descoberto que se tratava de um sobrenome bastante comum naquela região, ela teria evitado esse fiasco.

Mas não parou aí. Após cogitar a possiblidade dos vizinhos serem coniventes com uma saudação nazista, ela afirmou que desistiu até mesmo de tirar fotos das casas para incluir na sua coluna da Folha, receando sobre o que poderia acontecer com ela, companheiro e enteados.

Após isso, ela saiu da cidade junto ao companheiro e enteados, embarcando “num silêncio soturno” que só foi rompido quando chegaram ao seu destino.

Após o episódio, a Folha tomou conhecimento de que tudo não passou de uma confusão da colunista e publicou hoje pela manhã um artigo se retratando pela desinformação.

A loucura do fantasma do nazismo

O episódio está bem longe de ser um caso isolado. Não é de hoje que uma esquerda progressista histérica que vê nazismo em tudo anda vendendo a ideia de que o Terceiro Reich pode voltar a qualquer momento e já se apressam em apontar suspeitos.

Mesmo a colunista Paula Schmitt do site Poder360 (jornal esse com um viés de centro-esquerda, inclusive), reconheceu o problema crescente da paranóia com o nazismo.

Como ela muito bem comentou:

“A desgraça do nazismo –há tanto tempo obliterado da história– precisa existir para salvar a reputação de quem o enxerga em cada esquina.”

E concluiu:

“De fato, essas pessoas nunca combateram o nazismo: elas o conjuram diariamente, fingindo temer aquilo pelo qual tem um fetiche hediondo.”

O mesmo público que pede que abandonemos a infantilidade de ter medo do fantasma do comunismo querem nos vender outra paranoia em seu lugar.

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