Enegrecimento de Flávio Dino é o jeito do Governo Lula de atender a demanda da esquerda identitária

Flávio Dino negro

Em um artigo publicado pelo jornal Folha de SP no dia 1° deste mês, foi anunciado que caso se tornasse ministro do STF, Flávio Dino seria o quinto negro a ocupar o cargo. E como era de se esperar , os internautas (principalmente opositores do governo Lula) reagiram com chacota à manchete da Folha.

E o deputado estadual pelo Partido Novo, Felipe Camozzato, apontou o real motivo desta denominação:

Camozzato está correto. Desde seu início, o governo Lula 3 é pressionado pela esquerda identitária a indicar uma mulher negra para o cargo de ministro do STF, ocupando a vaga deixada por Rosa Weber. O presidente, no entanto, havia declarado que raça e gênero não seria um critério decisivo em sua indicação.

Óbvio que a declaração do petista não agradou à esquerda identitária, que ainda insistiu em sua exigência de uma representante negra no STF. O fato de Flávio Dino se autodenominar pardo (o que o IBGE inclui junto aos pretos como negro), pode ser uma boa tática para Lula indicar alguém que realmente é do seu interesse, ao mesmo tempo que evita perder o apoio da esquerda identitária.

Mas mesmo isso poderá não ser suficiente. Ainda segundo o artigo da Folha, essa ala da esquerda não parece estar muito satisfeita com a pessoa de Flávio Dino, e também não acreditam que ele possa atender ao que acreditam serem as “demandas da população negra”.

No mesmo artigo, os críticos apontaram que Flávio Dino no período em que foi governador do Maranhão, ficou aquém do que se esperava de alguém preocupado com os negros no país. É citado o fato de que Dino não resolveu a questão do conflito entre quilombolas e latifundiários em seu estado.

Pelo visto Dino ser classificado como negro pelo IBGE não será suficiente para acalmar os ânimos da esquerda identitária.

A inclusão falaciosa de pardos como negros pelo IBGE

E não se poderia deixar de comentar a falácia que é a inclusão de pardos como negros no Brasil pelo IBGE. O órgão em questão tenta se justificar, afirmando que negro e preto não seriam a mesma coisa, e que ao classificar alguém como negro não quer dizer que essa pessoa seja necessariamente preta. Que ela pode ser simultaneamente parda e negra.

O IBGE também informa que a denominação da cor de alguém se dá pelo autoidentificação da própria pessoa com determinada cor. O que o IBGE não explica de forma satisfatória, é porque pretos e pardos compõem o mesmo grupo, já que nem todo pardo tem ascendência africana. E nem todo afrodescendente possui ascendência exclusivamente africana.

Óbvio que o Movimento Negro no Brasil por sua vez, tenta justificar isso apelando para teorias sociais (e até mesmo “raciais”) como justificativa para tal classificação. Mas a explicação mais plausível seja a tentativa falha de importar o agrupamento de negros e pardos como o mesmo grupo, do Movimento Negro americano.

No caso dos EUA, há uma explicação histórica e sociológica para isso. Para entender melhor, leia esse artigo e este sobre o que foi a “Lei da Única Gota”.

No entanto, como toda tentativa da esquerda progressista em importar conceitos e ideias de caráter social de outros países, ignorando o contexto e realidade em que elas surgiram, essa tentativa de englobar pretos e pardos em um mesmo grupo precisa de todo um malabarismo para tentar se manter.

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