O estado matou um homem e cancelou seu CPF – mas ele está vivo

cpf cancelado

Mais uma das bizarrices em que encontramos na burocracia e no controle estatal brasileiro. O caso da vez, é de um homem que foi considerado morto pelo estado e teve seu CPF cancelado, além de outras dificuldades pois precisa de papelzinho estatal.

Paulo Roberto Gonçalves, de 41 anos é considerado como morto pela burocracia estatal há mais de 9 anos. De acordo com os registros oficiais, Paulo foi morto em 26 de janeiro de 2012, vítima de um homicídio em uma cidade em que ele nunca esteve. O caso se fundamente em um boletim de ocorrência e nos registros oficiais de justiça.

Paulo só consegui descobrir o erro em outubro deste ano, após tentar realizar compras e não ter sucesso, descobrindo então seu CPF cancelado.

Nos meandros do caso, o Ministério Público de Mato Grosso relata que Paulo foi morto após resistir a uma tentativa de roubo feita pelo indivíduo conhecido como Antônio de Oliveira. O caso ficou sob a jurisdição do Comarco do Sorriso, próximo a 420km de Cuiabá.

Um fato bastante curioso é que além de ser considerado morto, o suposto assassino nunca chegou a ser condenado.  

Certidão de óbito consta que Paulo foi enterrado em cemitério de Sorriso — Foto: G1

A luta para comprovar que está vivo

Na sua luta para comprovar que está vivo, Paulo Roberto já tentou utilizar como prova cartas escritas por seus parentes, incluindo sua esposa, além da certidão de nascimento de seu filho que nasceu em 2019.

Paulo Roberto que trabalha como pedreiro, também já tentou reverter a situação escrevendo uma carta a punho para Polícia Civil na tentativa de comprovar que está vivo.

Outro ponto bastante inusitado sobre o caso, é que sua certidão de óbito conta com os nomes dos pais do pedreiro, os mesmos nomes reais de seus pais – o que deixa a situação mais bizarra ainda.

Paulo Roberto Gonçalves é considerado morto há nove anos, mas está vivo — Foto: G1

Preço por não ter permissão do Estado para estar vivo.

Na ação judicial movida por Paulo Roberto, o pedreiro relata que está impedido de abrir conta no banco, de realizar compras, além de ser impedido de utilizar o SUS e de tomar a vacina para covid-19 e entre vários outros problemas.

“Não consegui tomar a vacina contra a Covid porque não tinha o cartão do SUS, não conseguia emitir o número porque não tinha o documento regular. Também preciso fazer uma cirurgia e não consigo (por causa disso)”.

disse Paulo.

Não obstante, além da pesada carga tributária, as barreiras econômicas e a competência do estado de ser incompetente, o brasileiro precisa se preocupar se possui a permissão estatal registrada em seu devido local para ser considerado um ser vivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Carlos Monteiro dono de bar de rock
Direito

Dono de bar de rock em SP é morto por cliente após expulsá-lo por importunação

Carlos dos Santos Monteiro, um dono de um bar de rock da Zona Sul de São Paulo, foi morto com golpes de canivete no pescoço e nas costas por um cliente após expulsá-lo do estabelecimento por assediar uma funcionária e ter importunado outros clientes. Um crime lamentável, que poderia ter sido evitado caso a vítima […]

Leia Mais
Dono de loja reage a assalto no Paraná
Direito

Dono de loja reage a assalto e deixa criminoso gravemente ferido

Contrariando as alegações de desarmamentistas de que o porte de armas não garante segurança contra criminosos, o dono de uma loja protegeu a si, seus funcionários e sua propriedade ao deixar um assaltante gravemente ferido. O caso O episódio aconteceu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, onde o criminoso, um homem de 23 […]

Leia Mais
Cobasi
Direito

O processo multimilionário da DPE/RS contra a Cobasi pela morte de animais em enchentes

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (DPE/RS) entrou com uma ação judicial contra a Cobasi, empresa especializada em produtos e serviços para animais domésticos que também comercializa animais de estimação. Com a ação, o órgão busca uma indenização de R$ 50 milhões pela morte de 42 animais de estimação para venda em duas […]

Leia Mais