Irã volta a impor código islâmico de vestimenta

A plataforma de e-commerce Digikala, chamada de “Amazon do Irã”, a maior plataforma do tipo no país, teve um de seus escritórios fechado pelas autoridades. Um processo judicial foi aberto contra a empresa por postar fotos de uma confraternização, na qual as funcionárias mulheres não usavam o hijabe. A empresa, que se beneficia do banimento no país de plataformas como Amazon, devido às tensões relativas à questão do programa nuclear iraniano, possui mais de 40 milhões de usuários ativos por mês.

A ação faz parte da operação mais abrangente de imposição do código de vestimenta islâmico no país. Após meses de pouca atividade, devido aos protestos do ano passado, a polícia da moralidade do Irã, Patrulha de Orientação da República Islâmica do Irã, voltou a patrulhar as ruas para impor o código de vestimenta. No período de ausência, muitas mulheres foram vistas nas ruas descumprindo a imposição.

A morte, no ano passado, de uma jovem de 22 anos gerou protestos disseminados pelo país. Mahsa Amini foi detida pelo esquadrão especial da polícia encarregado da implementação dos regulamentos islâmicos do hijabe. Seu hijabe não atendia aos padrões obrigatórios do governo. Por resistir aos insultos e xingamentos dos policiais, foi espancada; as lesões levando à sua morte cerebral. Como resposta, protestos de espalharam pelo país, e logo acolheram demandas de reforma governamental e fim da ditadura teocrática. As autoridades responderam com violência, com 500 estimados mortos.

Gabriel Camargo

Autor e tradutor austrolibertário. Escreve para a Gazeta com foco em notícias internacionais.

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