Agentes revolucionários atacaram os veículos da comitiva da líder da oposição, María Corina Machado, poucas horas depois que o “filho de Chávez” advertiu que uma derrota eleitoral poderia levar a um derramamento de sangue no país.
“Se a direita enganar a população da Venezuela, poderá haver um banho de sangue e uma guerra civil, porque esse povo não permitirá que sua pátria ou seus direitos sociais sejam retirados”, disse o presidente, que nos últimos dias intensificou seus discursos diante da evidência de sua derrota nas urnas.
O “filho de Chávez” também acusou a oposição democrática de planejar “um apagão elétrico para mudar o voto do povo”. A Venezuela vem sofrendo com uma crise sistêmica de eletricidade há 14 anos, com apagões intermitentes em diferentes partes do país.
A explicação presidencial é, no mínimo, bizarra: se o povo votar na oposição, como indicam todas as pesquisas independentes, o mesmo povo se levantaria por amor à revolução, que atualmente não existe.
A última pesquisa, divulgada pela Delphos, uma das mais conceituadas empresas de pesquisa, mostra o embaixador Edmundo González Urrutia com 59,1% dos votos, em comparação com 24,6% para o presidente.
Delphos foi além e perguntou às pessoas se a mudança é uma necessidade no país. Isso foi confirmado por 71,3% dos entrevistados.
Nas últimas horas, o cerco revolucionário voltou a se concentrar em Machado, depois de uma nova manifestação em massa no centro da Venezuela e alguns dias após a prisão de seu chefe de segurança, o ex-policial Milciades Ávila.
O líder da oposição emitiu um alerta mundial depois que “um ataque foi cometido contra mim e minha equipe em Barquisimeto, no estado de Lara (a três horas de Caracas), nas primeiras horas da manhã”. Machado mostrou em vídeos e fotografias o estado dos veículos e acusou diretamente os agentes do regime, que “nos seguiram desde a Portuguesa e cercaram a urbanização onde passamos a noite, vindo da Portuguesa em direção a Caracas”.
A pichação “No + Lock”, feita com tinta branca, cobria boa parte da lateral direita do veículo. “A campanha de Maduro é violenta e ele é responsável por qualquer dano à nossa integridade física. Eles não vão nos deter”, assegurou Machado.
Os EUA, que atualmente estão negociando diretamente com as autoridades bolivarianas, exigiram a libertação imediata de Avila e das quase 80 pessoas detidas durante a campanha.
Nas últimas horas, o Voluntad Popular, partido do ex-preso político Leopoldo López, denunciou o desaparecimento de um de seus líderes no estado de Miranda, próximo a Caracas. Trata-se de Freddy Cimino, de quem não se tem notícias desde a noite de quarta-feira.
Artigo publicado em The Freedom Post e traduzido por Rodrigo