Moradores fazem o que a prefeitura apenas promete

Comunidade

Moradores do Parque São Cristóvão, em Salvador, se uniram para limpar o canal que corta a comunidade. A prefeitura não realizou a manutenção do córrego nos últimos seis anos, o que elevou o risco de alagamentos devido às chuvas. Os moradores utilizaram seu tempo livre para remover o lixo, os entulhos e a vegetação que obstruíam o canal.

Esse é apenas o mais recente exemplo de uma série de ocasiões semelhantes, nas quais a comunidade realizou por conta própria o trabalho comumente visto como dever do poder público. Outros incluem a construção e reforma de praças, escadarias, parques e quadras de esportes, limpeza e pavimentação de ruas, construção de pontos de ônibus, construção de pontes e moradias aos necessitados.

Um dos casos mais famosos foi a construção, por R$ 5.000, de uma ponte de pedestres para a ligação de dois bairros de Barra Mansa, no Rio de Janeiro. A ponte de 24 metros, feita em concreto e aço, foi orçada pela prefeitura em R$ 270.000. Sem a ponte, era necessário percorrer cerca de dois quilômetros para se chegar ao outro bairro. Apenas um deles possui posto de saúde. A obra foi finalizada em oito dias de trabalho.

Mesmo que comumente esses exemplos sejam utilizados para pedir ações ativas por parte das prefeituras e demais órgãos públicos, bem como mostrar indignação com a negligência e descaso do estado, na verdade, demonstram como insistir nesse modelo de administração é perda de tempo. Os maiores incentivos para a preservação e melhoramento da comunidade estão presentes em seus moradores e comerciantes, não em burocratas e políticos que apenas pensam nos benefícios eleitorais e desvios de verba associados.

A tão esperada mudança, com a verdadeira resolução dos antigos problemas, carregados de geração em geração, não virá ao se trocar os temporários ocupantes do aparato estatal (o problema é o aparato em si), mas apenas quando se deixar de projetar esperanças em um modelo incapaz de atendê-las. Quando as ações forem tomadas por indivíduos que não esperam que outros as façam. Ignore o estado até o limite do seu possível. Deixe-o gritar sozinho ao vento. Apenas quando os indivíduos tomarem as rédeas de suas vidas, por meio das ações voluntárias e cooperativas, é que se tornarão verdadeiramente livres.

Gabriel Camargo

Autor e tradutor austrolibertário. Escreve para a Gazeta com foco em notícias internacionais.

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