Azerbaijão inicia nova ofensiva militar em Nagorno-Karabakh

O Azerbaijão lançou nesta terça-feira o que chamou de “atividades antiterroristas” na região separatista de Nagorno-Karabakh. A ofensiva militar teria sido supostamente em resposta à morte de seis pessoas em dois acidentes, quando seus veículos passaram por minas terrestres em uma das áreas recapturadas durante a guerra de 2020; minas terrestres supostamente instaladas pelas forças de segurança da Armênia.

O Ministério também acusa a Armênia de fortificar suas posições militares na região disputada. Com isso, a escalada militar foi iniciada para “neutralizar e garantir a retirada das formações armadas inimigas de nossos territórios, restaurando a ordem constitucional da República do Azerbaijão”.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão exigiu em uma declaração a “retirada completa das tropas armênias étnicas e a dissolução do regime fantoche em Stepanakert, sendo essa a única maneira de alcançar a paz e a estabilidade na região”. Também informando que os civis estavam livres para sair por corredores humanitários, incluindo em direção à Armênia.

Explosões foram ouvidas na capital Stepanakert. Relatos de dentro da região falam em ataques em larga escala de artilharia. Sirenes de ataque aéreo e disparos de morteiros foram ouvidos na capital. A extensão dos conflitos ainda não é conhecida.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão declarou que apenas instalações militares estão sendo alvejadas e incapacitadas pelo uso de armas de alta precisão. Relatos indicam, contudo, que áreas residenciais também foram atingidas. As forças de paz russas foram alertadas sobre a ação militar poucos minutos antes de seu início.

A agência de notícias Armenpress informou que o exército de Karabakh, não pertencente às forças armadas da Armênia, está demonstrando resistência às tentativas de avanço dos militares azeris. O Ministério da Defesa da Armênia rejeitou as alegações de possuir pessoal ou equipamento militar em Karabakh.

A rápida escalada de tensões ocorreu apenas um dia após a entrega de mantimentos ao território separatista e a abertura temporária de duas estradas para servir de corredor humanitário. A entrada de suprimentos foi comemorada como uma importante redução de tensões momentânea e elevou as esperanças de uma resolução que não necessitasse de conflito militar. Com as ações de hoje, no entanto, o Azerbaijão mostra que essas esperanças eram infundadas. A qualquer momento, por qualquer motivo, real ou não, uma nova campanha militar pode ser justificada.

Novos artigos poderão ser escritos para acompanhar os desdobramentos dessa situação ainda em andamento.

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Gabriel Camargo

Autor e tradutor austrolibertário. Escreve para a Gazeta com foco em notícias internacionais.

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