Uma estátua de aspecto diabólico em cima de uma casa chamou a atenção dos vizinhos e repercutiu bastante nas redes sociais. A figura de Baphomet (entidade que os cristãos associam ao demônio) pertence à mãe de santo Michelly da Cigana. Em entrevista ao Estado de Minas, a mãe de santo explicou que a entidade também é cultuada na Umbanda, recebendo o nome de Saravá Exu Maioral.
Segundo a mãe de santo, a estátua é um símbolo de proteção:
“Só fez coisa positiva na minha vida e coloquei ali para homenagear ele [Belzebu]. Coloquei na frente da minha casa para dizer a importância dele”
No entanto algumas pessoas não gostaram muito da ideia:
Imagem do diabo isso sim.
— Cilene Alves (@resilienciaja) March 21, 2023
Quer adorar? Que adore, mas ninguém é obrigado a passar e dar de cara com a assombração.
Enquanto outros se posicionaram a favor:
Pronto !!! Agora vão gerar toda uma polêmica pela forma da pessoa expressar sua religiosidade !!! Se fosse um santo ou um símbolo judaico ninguém falava nada !!!
— Dello ?? ? (@DenisGomesdeMe1) March 21, 2023
Baphomet e o direito de propriedade
Como bem apresentado por vários autores libertários, dentre eles Murray Rothbard e Hans-Hermann Hoppe, o direito de propriedade de um indivíduo sobre um determinado bem lhe dá poder de decisão total sobre ele. Sendo a mãe de Santo a proprietária da casa e da estátua do Baphomet, ela pode deixá-la visível como bem entender.
Isso significa que as pessoas que se sentirem incomodadas com a estátua terão que aceitar a situação a contragosto? Não exatamente.
Como Hoppe diz em seu livro ‘Democracia, O Deus Que Falhou’ e em ‘A Grande Ficção‘, existem formas de evitar situações indesejadas, mesmo que não sejam agressivas, recorrendo ao direito de propriedade privada. Uma primeira solução, seria uma transferência de títulos de propriedade condicional.
Nela, o proprietário original de um bem poderia estabelecer condições para a venda. Usando o caso da estátua do Baphomet como exemplo, o proprietário da casa poderia estabelecer como uma das condições para a venda, a proibição da exposição de qualquer figura considerada ofensiva para os moradores locais. Incluindo símbolos “diabólicos”.
Uma outra alternativa seria um pacto social entre os moradores locais, onde eles boicotariam qualquer pessoa que tentasse expor alguma figura do tipo. Talvez alguém se pergunte se isso não seria uma medida muito radical.
Bem, está sendo apontado aqui apenas uma solução para uma situação de desconforto para certas pessoas. Se tais pessoas estiverem profundamente ofendidas, elas levarão adiante a iniciativa de resistência às figuras que as ofendem.
Fora que isso seria uma medida muito mais ética e mais prática que a alternativa de proibir alguém de fazer livre uso da sua propriedade via estado.