Macron promete tornar a vida dos não vacinados insuportável

Na última terça-feira (04), o presidente francês, Emmanuel Macron, causou polêmica após declarar que sua estratégia é dificultar a vida das 5 milhões pessoas, que não se imunizaram contra a Covid-19 no país (utilizou um termo vulgar de uma palavra em francês emmerder, na qual podemos traduzir em português como “encher o saco” ou “infernizar”). 

O comentário polêmico veio ao longo da entrevista do jornal Le Parisien, quando os casos da variante Ômicron estão ascendendo na França, enquanto que as hospitalizações estão crescendo “assustadoramente”. A situação do sistema de saúde pública deteriora — e a tolerância dos franceses com o lockdown diminui — o parlamento francês aprovou um projeto de lei que transforma os requisitos para o passe de sistema de saúde num “passaporte vacinal” mais rígido. 

A prova do teste negativo não será mais suficiente para entrar em lugares públicos (cafés, restaurantes, bares e museus), com exceção a serviços e estabelecimentos médicos. Enquanto a França detém uma alta taxa de pessoas com vacinação completa — 73% — um grande grupo eleitoral de céticos sobre a vacina se reuniram para protestar contra as medidas restritivas do governo. 

Naturalmente, os adversários políticos de Mácron se aproveitaram do escândalo que desenrolava para atacá-lo há apenas três semanas das eleições presidenciais: a aspirante de direita Marine Le Pen acusou o presidente de “continuar sua política de divisão”. 

A candidata dos Republicanos, também de direita, Valerie Pécresse, se mostrou indignada com a postura do presidente ao afirmar que os não vacinados não são considerados cidadãos. “Você tem que aceitá-los como eles são — liderá-los, uni-los, e não insultá-los”, disse ela em entrevista a uma emissora de televisão.

Também Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, partido de extrema-esquerda, questionou a linguagem excessiva de Macron. “Está claro que o passaporte de vacinas é uma punição coletiva contra as liberdades individuais”, alegou.

Podemos ficar chocados com certas expressões familiares, que eu assumo totalmente. Eu estou chocado com a situação em que nos encontramos. A verdadeira fratura do país é essa. Quando alguns fazem da sua liberdade, que se torna numa irresponsabilidade, um slogan, não só coloca em perigo vidas, mas restringe também a liberdade dos outros. E isso não posso permitir. 

Disse Macron, em resposta às críticas de seu discurso.

Nunca foi tão urgente mantermos atenção a política externa. De curto a longo prazo, ela afetará a tomada de decisões de restringir as atividades comerciais do seu bairro, o funcionamento de propriedades como igrejas, escolas e o seu direito de ir e vir.  

Lucas Guimarães

Internacionalista e cursando MBA em Gestão de Negócios. Atualmente, trabalha na consultoria ULTRAMARES NEGÓCIOS INTERNACIONAIS e integra o grupo internacional Students for Liberty Brazil.

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