Não há estudo que capacite um político a governar a sociedade — Resposta à Tabata Amaral

No debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo realizado na última quinta-feira, a candidata Tabata Amaral afirmou que para ser prefeito de São Paulo é preciso “estudo”. A fala da candidata foi feita durante seu debate com o candidato Pablo Marçal, após ele demonstrar não entender do que se tratava a Operação Água Branca.

De toda forma, a afirmação de Tabata Amaral está longe de ser verdade. Não há quantidade de estudo que capacidade de indivíduo algum de governar outros indivíduos. Nem em uma cidade pequena, menos ainda em uma cidade imensa como São Paulo. Que dirá então de um país de dimensões continentais como o Brasil. 

O debate

O debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo ocorreu na última quinta-feira. Na ocasião, a candidata Tabata Amaral havia perguntado ao candidato Pablo Marçal se ele conhecia a Operação Água Branca.

Ao não saber do que se tratava, Marçal questionou se se tratava de algum “bandido de esquerda”, o que provocou risos no público que estava presente. Tabata explicou que a operação se tratava de uma proposta para “melhoria urbana” da cidade de São Paulo.

A candidata também aproveitou a ocasião para “lacrar” em cima do candidato concorrente, afirmando que para ser prefeito de São Paulo é “preciso estudar”. Abaixo, o vídeo com o trecho onde Tabata faz suas declarações:

Nenhum estudo capacita um político para governar a sociedade

Ao contrário do Tabata afirma, nenhum estudo capacita um indivíduo para governar uma cidade, menos ainda uma grande cidade como São Paulo. Que dirá então um país de dimensões continentais como o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes.

E isso devido tanto a motivos éticos quanto econômicos. Como Murray Rothbard demonstrou em sua grande obra, ‘Homem, Economia e Estado‘, o Problema do Cálculo Econômico apresentado por Ludwig von Mises não mostra apenas a impossibilidade de planejamento econômico do socialismo pleno, mas de qualquer estado de planejar qualquer atividade econômica de forma bem sucedida.

Já a população, por sua vez, pode achar bem vindos os “serviços públicos” fornecidos pelo estado. Porém, devido à ilusão de que tais serviços são gratuitos, a população não se dá conta de que para financiá-los precisará abrir mão de outros fins mais urgentes, já que o dinheiro que utilizariam para comprar tais bens foi comprometido na forma de impostos para fornecer os tais serviços “gratuitos”.

Em uma economia verdadeiramente livre, indivíduos só abririam mão de seu dinheiro para comprar bens e serviços que realmente estejam dispostos a pagar.

Além disso, também há o motivo ético do porquê é ilegítimo governar coercitivamente outros indivíduos, não importando o grau de instrução de quem almeja tal objetivo. Uma vez que cada indivíduo possui direito de propriedade sobre seu corpo, qualquer tentativa de governá-lo coercitivamente implicaria em uma violação deste mesmo direito, como bem demonstrado por autores como Murray Rothbard, Hans-Hermann Hoppe e Stephan Kinsella.

Sem falar que é pretensioso alguém julgar que sabe o que é melhor para toda uma sociedade.

A Operação Água Branca

A Operação Água Branca, citada por Tabata Amaral no debate, é referente à Lei nº 17.561/2021, que tem como objetivo realizar reformas urbanas no bairro de Água Branca. Dentre as reformas, estaria a construção de moradias para pessoas de baixa renda e a construção de áreas verdes, bem como o saneamento da região.

Para saber mais detalhes sobre o projeto, clique aqui.

À primeira vista, a proposta pode parecer algo bom. No entanto, aqueles menos ingênuos sabem muito bem o que esperar de iniciativas estatais. Inclusive iniciativas vindas de parceria entre o estado e as empresas a ele ligadas.

As empresas privadas envolvidas irão investir em tais construções, mas, em contrapartida irão receber valores superfaturados por parte do governo por essas construções. E os pagadores de impostos irão pagar a conta.

E isso aqui não é uma crítica à iniciativa privada. Muito pelo contrário. É uma denúncia ao conluio entre empresas e o estado em detrimento dos pagadores de impostos.


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