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A esquerda não se contenta em alardear o quanto suas propostas seriam “benéficas” para todos. Agora ela também busca respaldo intelectual para suas ideias. E a figura escolhida da vez é o Nobel em Economia Joseph Stiglitz.
Durante uma apresentação no “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, Stiglitz criticou o aperto monetário utilizado em todo o mundo para conter a inflação. Ele também afirmou que o Brasil ter sobrevivido a este cenário foi devido à atuação dos bancos públicos.
“A taxa de juros de vocês (Brasil) é de fato chocante. Uma taxa de 13,7%, ou 8% real, é o tipo de taxa de juros que mataria qualquer economia. O que é impressionante no Brasil é que ele sobreviveu ao que seria, de fato, uma pena de morte”
disse Stiglitz
Stiglitz também afirmou que o motivo do Brasil ter sobrevivido a uma alta taxa de juros, foi devido aos bancos estatais, como o BNDES. Segundo ele, esses bancos tem feito muito, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores.
O economista também atacou a política de juros altos do Banco Central, alegando que combater a inflação sem levar em conta os efeitos “negativos” não é uma boa ideia. Ele sugere como solução uma política monetária mais “razoável” que poderia gerar crescimento econômico para o país. Ele afirma que o fato do Brasil não ter crescido tanto nos últimos anos foi devido aos juros altos.
Stiglitz ainda diz que os juros altos não conseguem resolver a questão da inflação, que vem pressionando para cima o preço de vários produtos essenciais. Ele comenta que produtos como gás e habitação carecem de investimentos e que os juros altos impedem isso. O economista também aponta a guerra da Ucrânia e a pandemia como os únicos responsáveis pela inflação atual e que a alta taxa de juros impede a transição para uma economia verde.
O Prêmio Nobel como respaldo para receitas desastrosas
O fato de Joseph Stiglitz ter ganho o Prêmio Nobel em Economia vem sendo amplamente citado pela mídia brasileira para dar respaldo aos seus discursos. A ideia é calar qualquer um que tente objetar suas “brilhantes” recomendações.
E isso sem se questionar os motivos dele ter ganho o Prêmio Nobel de Economia e se esses mesmos motivos dão respaldo às suas recomendações. E a verdade é que não dão.
Stiglitz ganhou seu Nobel em Economia por demonstrar que não há simetria de informação e concorrência perfeita em uma economia livre. Ele fez isso usando as mesmas ferramentas matemáticas dos chicaguistas que ele ataca.
Os economistas austríacos por outro lado já haviam chegado às mesmas conclusões sem precisar usar tais ferramentas. Apenas a praxeologia.
Mas diferente dos austríacos, que concluem que tais aspectos são inerentes ao mercado e não há nada que se possa fazer, Stiglitz dobra a aposta e acredita que o estado possa resolver tais “problemas”.
Ele defende que os bancos centrais precisam baixar artificialmente os juros para gerar “crescimento”. Ele parece desconsiderar que foram justamente os juros artificialmente baixos junto à impressão de dinheiro (principalmente durante o lockdown) que levaram a formação de investimentos ruins. E são esses investimentos que estão drenando recursos que poderiam ser alocados na produção de bens e serviços mais úteis no momento.
O que Stiglitz propõe pode estender esse processo de crescimento artificial por mais algum tempo. Mas às custas de efeitos piores para uma recessão que já está em curso.
Seguir os conselhos de Stiglitz seria um desastre para o Brasil
A última coisa que os brasileiros precisam agora é de uma receita de como afundar mais ainda a economia. Como já dito, pode haver um crescimento artificial por meio do prolongamento dos investimentos ruins. Mas os frutos amargos das medidas inflacionistas tornarão a recessão pior ainda para os brasileiros.
E o pior de tudo é que quem defende tais políticas econômicas absurdas não arcará com os custos de seus péssimos conselhos. E isso inclui o Stiglitz.
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