Hoje é dia 7 de setembro, data celebrada em todo o Brasil, dia em que o estado brasileiro – ainda na forma de império – se tornou independente do estado português. Mas, afinal, a quem essa independência beneficiou ou beneficia?
Independência para quem?
No dia 7 de setembro de 1822, D Pedro I às margens do Ipiranga declarou o estado brasileiro independente do reino de Portugal. A partir daí, começava o regime imperial no país. Mas afinal, no que isso mudou na vida dos cidadãos brasileiros da época e nos cidadãos atuais?
A data é comemorada como se fosse motivo de conquista, como se a independência do estado brasileiro fosse uma realização que bastasse por si só. É verdade que, de um ponto de vista libertário prático, quanto maior a descentralização do poder, melhor. No entanto, ainda dentro dessa mesma perspectiva, isso ainda é insuficiente e distante do ideal de liberdade e emancipação dos indivíduos.
O estado brasileiro é hoje, um dos estados que possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, que atrasa o empreendedorismo, causando estagnação da economia e prejudicando a qualidade de vida da população, principalmente a dos mais pobres.
Some-se a isso a inflação que corrói ainda mais o poder de compra, e também regulações que tornam o país em um dos com a maior burocracia para empreender no mundo. Esse último fator, somado com o fato do estado brasileiro possuir uma grande quantidade de leis trabalhistas, cria barreiras para mais pessoas entrarem no mercado de trabalho e empreender.
Ambos os fatores condenam cada vez mais pessoas à pobreza e dependência do medíocre assistencialismo estatal, que não passa de migalhas de tudo que ele já roubou da população antes.
Assistencialismo este que ao contrário do que o estado brasileiro prega, não é um meio de libertação dos mais pobres. Pelo contrário. Como já dito acima, são apenas migalhas de tudo o que o estado roubou de todos, inclusive daqueles que ele diz ajudar. As políticas econômicas do estado não apenas roubam no passado e no presente, mas ao criar barreiras que impedem a geração de prosperidade, rouba também seu futuro, os colocando em situação de dependência.
O estado brasileiro torna a todos, principalmente os mais pobres, reféns de suas falsas promessas de prosperidade e progresso. Na medida em que ele os impede de buscarem sua autonomia, ele cria as condições para que eles não tenham escolha, a não ser se sujeitarem aos seus caprichos. A escolherem sob qual parasita tirano terão que se sujeitar para ter as sobras da sua dignidade.
Ao retirar o poder de decisão dos indivíduos sob sua própria vida, o estado brasileiro decide quais ações não agressivas você está autorizado a fazer: com o que você trabalhar, com quem se relacionar, o que produz, o que pode consumir, o que pode falar, como cuidar da sua saúde, de sua segurança.
O estado além de roubar do indivíduo seus meios de ação que o tornam independente, também o infantiliza. O toma como um incapaz de tomar decisões sobre sua vida. O faz pensar em si mesmo como um incapaz de tomar decisões que não interfiram nos direitos dos demais.
O estado brasileiro faz com que cidadão pense em si mesmo e no outro, como incapaz de tomar decisões responsáveis e prudentes.
Ao mesmo tempo, esse mesmo estado também terceiriza todos os problemas que ele mesmo cria no outro. Se há falta de segurança, aumento da criminalidade, falta de saúde e educação, pobreza e miséria, a culpa não é do estado que impede que as pessoas tenham os meios adequados para lidar com esses problemas. O problema é sempre o outro. A pobreza e suposta falta de investimento em saúde e educação (que muitas vezes excede os investimentos na iniciativa privada) é culpa dos mais ricos e a classe média que não quer pagar mais impostos.
O aumento da criminalidade é culpa ou do acesso fácil às drogas ou então da exclusão social supostamente arquitetada pelos mais ricos preconceituosos, que segundo certos intelectuais, “odeiam pobres”.
Ou então é culpa daqueles que ousam ter uma arma em casa para garantir sua própria segurança, colocando em risco a vida dos demais. Destes que ousam não confiar no estado como garantidor único da segurança, mesmo que ele tenha se mostrado incapaz disso.
E nesse processo, de sempre colocar os demais cidadãos como responsáveis por todas as mazelas da sociedade, o estado cria conflitos entre estes mesmos cidadãos, vendendo a si mesmo como única solução, e assim colocando cada vez mais pessoas sob sua inquestionável independência.
Não há o que se comemorar
Ontem, milhares de brasileiros festejaram o 7 de setembro como motivo de orgulho nacional. Principalmente aqueles que apoiam a presidência de Jair Bolsonaro. Mas analisando tudo o que foi apresentado, fica claro que não há motivo algum a se comemorar. Não há nada a se comemorar pelo simples do estado que nos escraviza e oprime todos os dias, ter apenas deixado de ser vassalo de um outro estado tão tirânico quanto.
Talvez políticos tenham. Burocratas, principalmente os da elite, também. Bem como os grandes empresários conchavos do estado. Mas eu e você provavelmente não temos nenhum motivo para comemorar a independência daquele que mata nossa independência todos os dias.
O Dia da Liberdade, que deveria ser todos os dias, é que mereceria nossa comemoração.
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