Desde que o jornal Estadão resolveu expor relações suspeitas do ministro Flávio Dino e outras figuras da esquerda com a ‘Dama do Tráfico’, o jornal recebeu uma onda de ataques por parte eleitores e apoiadores da esquerda política no país. Com muitos chegando até mesmo a chamar o jornal, que sempre foi de centro, de “extrema-direita” e acusá-lo de propagar “fake news”.

A polêmica da ‘Dama do Tráfico’

Tudo começou quando o Estadão fez as primeiras coberturas sobre a visita de Luciane Barbosa Farias, esposa de ‘Tio Patinhas’, líder do Comando Vermelho do Amazonas, ao Ministério da Justiça. O Estadão apontou, então, quão suspeita era a visita da ‘Dama do Tráfico’ (como o jornal passou a chamar Luciane) ao Ministério da Justiça.

Além da visita à Flávio Dino, a ‘Dama do Tráfico’ também se encontrou com outras figuras da esquerda, como Guilherme Boulos e André Janones, com quem chegou a até mesmo tirar foto. Preocupado com a repercussão negativa do caso, Flávio Dino garantiu que não sabia que Luciane era esposa do líder do Comando Vermelho. Ele também informou que quem era responsável pelo agendamento de visitas era Janira Rocha, ex-deputada federal pelo PSOL.

No entanto, a situação foi ficando cada vez mais complicada, quando o Estadão teve acesso à comprovantes de pagamentos do Comando Vermelho à Janira Rocha. Recibos apreendidos pela Polícia Civil amazonense (PC-AM) no celular de uma integrante da facção mostram três transferências do “contador”do grupo para a conta de Janira em um único dia, totalizando R$ 23.654,00.

Os pagamentos aconteceram dias antes da primeira reunião de Luciane Barbosa Farias, a “dama do tráfico amazonense”, com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, em março deste ano. O encontro foi solicitado por Janira, segundo o próprio secretário de Flávio Dino. No entanto, o Ministério da Justiça afirma que não tinha como saber que a advogada Janira havia recebido pagamentos do Comando Vermelho.

Segundo a Polícia Civil do Amazonas, que está investigando o caso, os pagamentos foram feitos por Alexsandro B. Fonseca, conhecido como “Brutinho” ou “Brutus”. Segundo a PC-AM, ele era uma “espécie de contador da facção criminosa, responsável pela contabilidade da ‘caixinha’ (contribuição dos faccionados)”. Ele também seria o tesoureiro do CV nos municípios de Parintins, Nhamundá e Carauari. Os pagamentos foram feitos nos valores de R$ 3 mil, R$ 5.645,00 e R$ 15 mil. O nome completo e o CPF de Janira aparecem nos comprovantes.

Além de Janira, a ONG Liberdade do Amazonas, criada para, supostamente, defender os direitos humanos dos presos, também recebeu pagamentos do CV. E a presidente da organização é justamente Luciane, a Dama do Tráfico. A contabilidade do CV do Amazonas registra despesas de R$ 22,5 mil para o mês de fevereiro, indicando que a entidade é, na verdade, sustentada pelo CV. “Aluguel da Casa R$ 1.500,00″; “salário advogadas R$ 7.200,00″ e “salário funcionários R$ 9.000,00″ são as principais despesas. Há ainda registros de transferências de R$ 12.562,00 e R$ 10.000,00 para a entidade, novamente feitas por Alexsandro Fonseca. Neste caso, os pagamentos estão datados do dia 21 de fevereiro.

A reação furiosa da esquerda contra o Estadão

A mera sugestão de alguma relação suspeita entre Flávio Dino e outras figuras da esquerda com o CV, despertou uma onda de críticas furiosas por parte de eleitores e apoiadores da esquerda contra o Estadão. Dentre as acusações, estariam a de que o Estadão estaria “espalhando fake news” para atingir o governo Lula. O jornal, que sempre teve um posicionamento mais ao centro, vem sendo acusado de “extrema-direita”.

Gleise Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores, acusou o Estadão de estar “fabricando” a associação de Flávio Dino com o CV para atingir o governo Lula. Ela citou inclusive uma denúncia duvidosa ao Ministério Público Legal divulgada pela também duvidosa Revista Fórum:

E como não poderia faltar, o maior influencer esquerdista da atualidade, Felipe Neto, também acusou o Estadão de agir de má fé contra o governo Lula e de que estaria sendo financiado para isso:

A jornalista Andreza Matais, que é editora no Estadão, chegou a sofrer ataques nas redes sociais, instigados por personalidades da esquerda, como Gleise Hoffman. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) publicou uma nota, nesta segunda-feira (20/11), na qual repudia o que chamou de “tentativas de intimidação” contra a jornalista.

“Também evidencia uma prática característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e divulga”

Diz a nota da ANJ

O jogo sujo da esquerda

Apesar da esquerda acusar o Estadão “fabricar” uma associação falsa de Dino com o CV, ela quem está agindo de forma desonesta, ao tentar mascarar os sinais flagrantes de associação da advogada do Ministério da Justiça com o CV. Algo já comprovado pelos pagamentos que ela recebeu da facção crimonosa.

É estranho que ao invés de levar o caso para investigação, a esquerda esteja mais preocupada em silenciar qualquer suspeita sobre o ministro Flávio Dino. Assim fica difícil qualquer pessoa que não seja alienada pela esquerda política não achar a situação um tanto suspeita.

E é mais curioso ainda a esquerda não tolerar nenhuma suspeita contra o ministro Flávio Dino, quando ela mesma sempre levantou suspeitas contra seus adversários políticos. O que não tem nada de errado. Afinal, se forem inocentes das acusações, não tem nada a temer.

E se esse é o caso, o ministro Flávio Dino não deveria ver nenhum problema em submeter Janira Rocha a uma investigação para entender porque ela recebeu pagamentos do Comando Vermelho. Não que eu acredite que qualquer investigação que seja caiba ao estado. Apenas uma reflexão sobre o que Dino faria se fosse coerente. O que não acredito ser o caso.

Shares:
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *