Para entender o título desse texto, é preciso entender o que é e o que não é inflação. Pois o título pode causar confusão, já que ouvimos diversas vezes no noticiário que “o governo tomará medidas contra inflação”.
Pois bem, antes de tudo entenda o que não é inflação: Inflação não é o aumento generalizado dos preços. Por mais que isso seja uma convicção do senso comum, afirmar que inflação é o aumento generalizado dos preços é errado. Essa visão sobre inflação se dá por conta de três motivos: (1) economistas modernos entraram em um consenso de que inflação é o simples aumento de preços; (2) como isso não prejudica os governos – pelo contrário – os beneficia, então adotaram essa postura e; (3) a mídia em geral (e não culpo jornalistas por isso, não são economistas) quando fala em inflação, estão falando de aumento de preços.
Agora, o que é inflação de fato: Inflação nada mais é do que um aumento na quantidade de dinheiro em circulação e a quantidade de saldos bancários acessíveis por meio de cheques (ou, como austríacos dizem, pela diminuição dos depósitos compulsórios). O aumento de preços, que muitos consideram ser inflação, na verdade é uma consequência inevitável da mesma. E essa expansão monetária (inflação) feita por governos tem motivo.
Ludwig von Mises nos explica que: “Se o governo tivesse obtido todo o dinheiro necessário para suas operações através da taxação dos cidadãos, o aumento dessa demanda por parte do governo seria contrabalanceado por uma queda da demanda por parte dos contribuintes, que agora têm menos dinheiro. A expansão dos gastos do governo seria neutralizada no mercado por uma restrição do consumo dos contribuintes. Mas havendo inflação, a demanda adicional gerada pelos gastos governamentais se junta à demanda não diminuída por parte do público – e, assim, os preços sobem”.
Governos querem gastar e, para seguirem seu plano eles precisam tomar medidas para tal, daí vem a inflação. É importante que tenhamos o conhecimento da definição correta, pois sabendo que inflação é sempre causada por governos, automaticamente a visão quanto ao aumento generalizado dos preços muda. Tendo a visão correta acerca da ciência econômica, os burocratas que estão no poder param de ser beneficiados, isso porque para eles é mais vantajoso que a população entenda inflação como “aumento de preços”.
Estando impregnado no senso comum essa visão errônea de que inflação é o simples aumento de preços, a população sempre culpará os grandes empresários e comerciantes pelo aumento dos preços, mas nunca o governo. E é por este motivo que quando um parasita (político qualquer) aparece afirmando que “iremos combater a inflação”, na verdade estão dizendo: “Faremos o possível para lutar contra o aumento de preços”.
Automaticamente passamos a acreditar que o político em questão é contra essa atitude (de aumentar preços) “tomada pelo empresariado”, e o governo sai por bonzinho. A verdade é que burocratas ficam ansiosos para relegar ao esquecimento o fato de que esse aumento dos preços é produzido pelo aumento da quantidade de dinheiro e de substitutos monetários na economia. E eles nunca mencionam esse fato. Por esta razão, ao ouvir “vamos lutar para combater a inflação”, o receio deveria ser geral, pois nos casos mais extremos políticos querem adotar uma política de congelamento de preços, o que levará a falta de produtos nas prateleiras.
Governos culpam as empresas e os empresários pelo aumento do custo de vida. Isso é algo corriqueiro, no entanto, como já ouvi dizer: “Esse é o caso clássico do ladrão gritando ‘pega ladrão!’. O governo que produziu a inflação ao multiplicar a oferta monetária incrimina os produtores e os mercadores, e se jacta de ser o grande paladino dos preços baixos”.
Quando a mídia noticia o aumento generalizado de preços como inflação em vez de esclarecer que na verdade é uma consequência da inflação causada pelo governo, ela coopera com os políticos fazendo com que a população fique contra os empreendedores e, claro, a favor do próprio governo.
Governos culpam as empresas e os empresários pelo aumento do custo de vida. Isso é algo corriqueiro, no entanto, como li em algum lugar por aí: “esse é o caso clássico do ladrão gritando ‘pega ladrão!’. O governo, que é quem produziu a inflação ao multiplicar a oferta monetária, incrimina os produtores e os mercadores, e se jacta de ser o grande paladino dos preços baixos”. E quando a mídia noticia o aumento generalizado de preços como inflação em vez de esclarecer que na verdade é uma consequência da inflação causada pelo governo, ela infelizmente coopera com governo fazendo com que a população fique contra os empreendedores e, claro, a favor do próprio governo.
A grande maioria das pessoas não tem a mínima noção do quanto a expansão monetária é capaz de destruir a economia de um país, reduzindo o padrão de vida de duas formas: (1) o mais comum e conhecido é através do aumento generalizado de preços, que leva a elevação no custo vida e; (2) o cálculo econômico do empreendedor é prejudicado, efeito gerado pela alteração não-uniforme dos preços, o que dificulta mensurar as demandas dos consumidores, gerando uma redução de qualidade dos produtos.
Vejamos o que um dos mais conhecidos economistas da Escola Austríaca, Murray Rothbard, fala sobre a distorção na economia causada pela inflação: “Ao criar lucros ilusórios e distorcer o cálculo econômico, a inflação suspenderá o processo – feito automaticamente pelo livre mercado – de penalização das empresas ineficientes e de recompensa das eficientes. Quase todas as empresas irão aparentemente prosperar. Essa atmosfera geral de “mercado propício ao consumo” levará a um declínio na qualidade dos bens e serviços ofertados aos consumidores, uma vez que os consumidores tendem a oferecer menos resistência a aumentos de preços quando estes ocorrem na forma de redução da qualidade.”
A inflação continuará existindo porque os estados continuarão usando desse mecanismo para financiar seus gastos. É fato que não é eleitoralmente popular para um governo coletar toda a quantia necessária para seus luxos unicamente através da taxação. As pessoas reclamariam, os impostos seriam sentidos de forma mais brusca por todos e noticiados à exaustão. Então eles optam, obviamente, por iludir o público recorrendo ao aparentemente não oneroso método de aumentar a quantidade de moeda e crédito, já que quem levará a culpa no final será o empresariado.
A partir do momento em que adquirimos o conhecimento do que é a inflação, passamos a perceber o fato que realmente importa: Seja lá qual for o método de financiamento adotado – taxação, empréstimos ou inflação -, os gastos governamentais sempre afetarão a população em geral, e quem sofre mais é sempre a camada mais pobre.