A visão libertária, como bem se sabe, considera a democracia um sistema fundamentalmente falho. Em um ambiente democrático, não há incentivos para pensar a longo prazo; ao contrário, prevalece uma corrida desenfreada para explorar recursos o mais rápido possível. A lógica é simples: se você não aproveitar essas oportunidades, alguém mais o fará, deixando você de mãos vazias. Essa mentalidade de curto prazo leva inevitavelmente a um uso irresponsável e insustentável dos recursos, em detrimento do bem-estar futuro da sociedade. Temos ai mais um exemplo:

Foi criada uma frente de esquerda para tentar conquistar a maior prefeitura do Brasil, São Paulo. O presidente Lula (PT) participou da convenção que oficializou Guilherme Boulos (PSOL) como candidato. Conforme acordado nas eleições de 2022, Marta Suplicy (PT), ex-prefeita, foi indicada pelo PT para ser candidata a vice. O evento, realizado no Expo Center Norte, contou ainda com a presença dos ex-prefeitos Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL).

A História da Aliança PT-PSOL

Interessante observar essa aliança, considerando que, no início dos anos 2000, o PSOL foi criado por membros insatisfeitos com a direção política do PT e sua postura moderada. Eles criticavam a corrupção e a falta de comprometimento com, o que eles entendiam ser, os verdadeiros princípios socialistas. A discordância sobre alianças políticas e reformas econômicas também foi central, levando à formação do novo partido visto como uma alternativa mais radical e alinhada com os verdadeiros ideais socialistas.

A reforma da previdência proposta pelo governo Dilma Rousseff em 2015 teve um papel significativo nesta divisão. Enquanto o PT defendia a necessidade de ajustes fiscais e mudanças na previdência como medidas essenciais para a estabilidade econômica do país, o PSOL criticava duramente essas reformas, acusando o governo de trair os trabalhadores e ceder às pressões do mercado financeiro.

Boulos e Lula: Uma Nova Aliança

Como dizem, o mundo gira. Boulos se aproximou de Lula e tenta ser visto como seu sucessor para o Palácio do Planalto. Claro que enfrentará oposição. Muitos acreditam que o candidato natural seria Haddad, cuja popularidade tem sido questionada devido a sua política de aumento de impostos, que gerou uma enxurrada de memes nas redes sociais.

Reflexão Sobre as Alianças Políticas

Um ponto importante para reflexão é que, na política, nada é permanente. Na frente das câmeras, todos parecem unidos, mas na verdade buscam apenas seus interesses. As alianças frágeis e pragmáticas entre políticos são uma constante, evidenciando a superficialidade e a falta de coerência ideológica. Durante o período pré-eleitoral, candidatos e partidos travam batalhas acirradas, promovendo discursos inflamados e acusações mútuas. No entanto, após as eleições, é comum ver esses mesmos atores políticos se unindo em coligações que visam apenas garantir a governabilidade e o acesso ao poder.

Artigo escrito por Isaías Lobão


Professor de história e teologia. Casado com Talita, pai da Ana Clara e do Daniel. Presbiteriano. Gosta de pamonha de sal e de escutar músicas dos anos 1970. Visite seu site: http://isaiaslobao.com.br


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