Continuando seus ataques ao armamento civil no Brasil, o presidente Lula defendeu o fechamento de clubes de tiro no país. No caso, deixando apenas aqueles que pertencem às forças policiais. A declaração do petista foi feita durante o bate-papo semanal Conversa com o Presidente.
“Eu já falei para o Flávio Dino [ministro da Justiça] que a gente tem que fechar quase todos [os clubes de tiro], só deixar aberto aqueles que são da Polícia Militar, do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro. Não é a sociedade brasileira. Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram dar um golpe, nós não. Nós queremos é preparar a democracia, fortalecer a democracia”
disse Lula
Se tal medida ocorrer, será uma continuação dos ataques ao armamento civil feitos pelo atual presidente por meio do decreto emitido na última sexta-feira (21), por meio do qual o petista fez uma ampla restrição na circulação e acesso a armas no país. Além disso, Lula também repassou a tarefa de fiscalização de armamento e munição de artefatos do Exército para a Polícia Federal (PF).
Dentre outras medidas, o presidente também irá fortalecer o armamento das forças militares e policiais. A ideia é tornar os cidadãos cada vez mais vulneráveis e dependentes das forças do estado para lidar com o crime. Tarefa na qual sempre se mostrou incapaz.
Continuando seus ataques desarmamentistas, Lula questionou por que um pobre iria querer se armar:
“Por que o cidadão quer uma pistola 9 mm? O que ele vai fazer com essa arma? Coleção? Vai brincar de dar tiro? No fundo, esse decreto de liberação de arma que o presidente anterior fez era para agradar o crime organizado“
E continuou:
“quem consegue comprar [arma] é o crime organizado, quem tem dinheiro. Pobre, trabalhador, não tá conseguindo comprar comida, material escolar, brinquedo. Como é que as pessoas que trabalham vão comprar fuzil?”
Lula ignora que a população brasileira não é formada apenas por pobres. Há um grande contingente da população que possui condições financeiras suficientes para comprar uma arma de fogo. A propósito, o número de pessoas armadas no Brasil superou os 3 milhões ano passado.
Para Lula, essa parte da população não possui direito de fazer o que bem entender com seu dinheiro, inclusive comprando armas. Considerando que Lula já atacou a classe média antes, isso não seria nada surpreendente. Também igualmente patético, é o seu questionamento sobre com qual finalidade alguém iria querer comprar uma arma.
Se alguém vai usar uma arma para autodefesa, prática esportiva ou simplesmente coleção, é um problema exclusivamente dela. Ninguém deve ser obrigado a justificar o que irá fazer com sua propriedade legitimamente adquirida.
E sobre os pobres não conseguirem comprar armas, se não fossem os impostos, protecionismo e inflação gerados pelo próprio estado, talvez os pobres tivessem mais facilidade em comprá-las. A certeza que se pode ter é que as consequências das políticas econômicas que Lula quer impor aos brasileiros tornarão difícil para os mais pobres comprarem até o básico. E isso enquanto Lula posa de “pai dos pobres”.
Já sobre a afirmação do petista de que a flexibilização da venda de armas facilitou o acesso às armas para o crime organizado, é possível pressupor que ele baseou essa sua afirmação em uma pesquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz. Pesquisa essa com conclusões bastante equivocadas e que merecem uma análise posterior.
Estranhamente, esse estudo sumiu do site do instituto Sou da Paz, como pode ser visto aqui. No site Istoé é encontrado um artigo baseado neste estudo, com as mesmas conclusões falaciosas do instituto. Mas como já dito, haverá um artigo em resposta futuramente.
De qualquer forma, importante lembrar que como já dito, o número de cidadãos armados superou o de 3 milhões ano passado. Isso está muito acima do número de armas de origem legal adquiridas por criminosos, que segundo o Instituto Sou da Paz é de 33 mil. Menos de 10% de armas de fogo vendidas para cidadãos não criminosos.
Isso me parece ser um importante detalhe que tanto Lula quanto a ONG Sou da Paz ignoram, talvez de forma proposital. Além do mais, houve no ano passado uma queda no número de homicídios no país, sendo inclusive a maior queda em 10 anos. E mesmo que alguém aponte o isolamento devido ao covid como explicação, a queda no número de assassinatos desde 2019 parece apontar para outra explicação.
Um maior armamento por parte dos civis como elemento de dissuasão contra criminosos seria uma possível explicação? É o mais provável. Mas uma coisa é certa: o aumento e restrições do acesso às armas desde o advento do Estatuto do Desarmamento em 2004, não reduziu drasticamente o índice de criminalidade, nem o acesso dos criminosos às armas de fogo.
Com ou sem restrições, criminosos sempre darão um jeito de se armar. E diferente do que os armamentistas padrão dizem, uma maior regulamentação do acesso às armas não irá torná-las menos acessíveis aos criminosos. Apenas irá dificultar para o cidadão comum.
Tanto os armamentistas dominantes quanto os desarmamentistas parecem ignorar o verdadeiro problema: a impunidade jurídica. Esses mesmos criminosos que possuem suas armas apreendidas (independente de qual sua origem) acabam voltando a cometer mais crimes após cumprir sua pena (geralmente curta a branda, mesmo em casos de crimes graves).
E isso mostra que além de tornar a sociedade mais vulnerável e dependente, o estado quer disfarçar a incompetência do estado em lidar com a criminalidade. E junto à isso está o ataque aos clubes de tiro, um espaço imprescindível para o cidadão treinar sua defesa armada. Com isso em mente, Lula e seu governo pretendem evitar qualquer possibilidade de resistência por parte da população.
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