O preço da farra do Fed já chegou

O preço da farra do Fed já chegou

O que os economistas austríacos já vinham prevendo nos últimos anos já está perto de se concretizar: a recessão econômica está chegando! A farra do Fed com impressão de dinheiro e expansão artificial do crédito para manter investimentos insustentáveis e manter assim uma falsa aparência de economia saudável, foi uma tentativa fracassada de adiar o inevitável.

Economia americana em pânico

A expectativa dos economistas mainstream de que as injeções de dinheiro do Fed poderiam manter o crescimento da economia americana, vem sendo frustrada pela queda na Bolsa de Valores, aumento de demissões, redução no consumo e queda nas negociações imobiliárias.

A Bolsa de Valores, por exemplo, teve uma perda de cerca de US$ 1,5 trilhão, com os índices voltando a cair nesta quinta-feira. As Bolsas de Valores da Europa, Ásia e do Brasil também fecharam em baixa nesta quinta-feira, refletindo a crise financeira que já está se espalhando no mundo todo. Em Wall Street, a Apple e a fabricante de chips Broadcom tiveram queda de 2,5% e 4,3%, respectivamente.

A realidade é que a inflação está subindo e as taxas de juros estão subindo”, disse Terry Sandven, estrategista-chefe de ações do US Bank Wealth Management em Minneapolis, Minnesota. 

A queda no consumo é outra consequência da crise sendo sentida pelas empresas. Com a alta da inflação, vários varejistas, como Walmart e Target, reduziram as previsões de lucros para o ano inteiro.

Isso levará a um crescimento mais lento do emprego nas indústrias de varejo e comércio eletrônico“, disse Bill Adams, economista-chefe do Comerica Bank em Dallas, Texas. 

A liquidação do mercado de ações pode diminuir o sentimento dos negócios e tornar algumas empresas mais cautelosas sobre as contratações, especialmente aquelas que têm fluxo de caixa negativo e dependem do dinheiro dos investidores para financiar operações como muitas startups

informou Adams.  

Com a redução dos lucros de muitas empresas e até quebra de outras, cortes nos custos são inevitáveis, e isso inclui demissões de funcionários. O aumento de desemprego também é preocupante, levando a um aumento de 21 mil pedidos de seguro-desemprego somente na última semana.

Diagnóstico errado

Ao contrário do que a mídia alinhada com a economia mainstream pensa, não é a decisão do Fed de subir a taxa de juros que está gerando essa crise (que inevitavelmente irá desembocar em uma ressecção), mas sim, as políticas anteriores do Fred, com expansão da oferta monetária e o crédito, levando à investimentos insustentáveis na conjuntura atual.

A decisão do Fed é na verdade uma tentativa de frear a inflação e quem sabe, adiar a ressecção. Consequentemente, isso irá adiar o que já estava por vir, com a consequente queda nos lucros de várias empresas e falência de outras, levando ao aumento do desemprego e desaceleração da economia.

No entanto, mesmo a elevação dos juros pelo Fed não pode evitar a ressecção que está por vir, apenas conseguindo no máximo adiantar o problema e evitar que ele se tornasse pior, caso ele persistisse em manter a taxa de juros artificialmente baixa.

Outra falha dos economistas mainstream, é em acreditarem que a pandemia (na verdade, as paralizações) e a guerra entre Rússia e Ucrânia são as únicas causas da crise. Ignoram a expansão da oferta monetária e do crédito como a principal causa, enquanto as já citadas apenas agravaram a situação.

O quê está por vir?

Caso os estados do mundo todo não interfiram, a ressecção que virá irá impactar fortemente várias indústrias, levando muito mais empresas à falência e muitas pessoas ao desemprego. Para aqueles não familiarizados com a Escola Austríaca de Economia, isso pode parecer algo que deva ser evitado a todo custo pelos estados. No entanto, para os familiarizados com a economia austríaca, isso é um processo doloroso, mas necessário, uma vez que permitirá que investimentos insustentáveis liberem recursos para empreendimentos que refletem as condições reais do mercado, e isso inclui a absorção da mão de obra que ficar desempregada.

Infelizmente, pelo histórico que temos da gestão do governos diante das crises, é possível presumir que provavelmente irão fazer de tudo para manter sua popularidade injetando mais dinheiro na economia e mantendo negócios insustentáveis apenas para evitar as dores da ressecção. Os economistas austríacos sabem que isso irá apenas arrastar o problema e evitar que o problema seja de fato resolvido.

Nos resta apenas torcer para que evitem ao máximo interferirem nisso, o que se tratando dos políticos é pouco provável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Mais do que congelar os gastos do governo, Haddad deveria aniquilá-los

Na última quinta-feira (18), o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) anunciou o congelamento dos gastos do governo previstos para este ano em R$ 15 bilhões. A medida surpreendente foi devido à necessidade de cumprir com as metas do Arcabouço Fiscal. Segundo Haddad, os gastos já estavam crescendo acima da arrecadação. Mesmo que tal decisão […]

Leia Mais
Competição
Economia

Impulsionando a ação humana — Competição como motor do mercado e da vida humana

Há uma força primordial que nos impulsiona para a frente, incitando-nos a saltar, a nos esforçar, a conquistar — a repulsa inerente de ficar onde estamos. Somos viciados no hormônio da sensação de bem-estar que nosso corpo libera no processo de atingir uma meta — a dopamina. Em um mercado livre, essa propulsão é direcionada […]

Leia Mais
Economia

Embora populares, as nacionalizações arruínam as economias

Em um mundo cheio de ódio pelo livre mercado, as pessoas que pedem a nacionalização do setor não são raras. Apesar de sua popularidade política, as nacionalizações são terríveis para as economias e representam um trampolim no caminho para a miséria e o colapso. Em troca do ganho temporário obtido com a expropriação da propriedade […]

Leia Mais