Quatro estados brasileiros ultrapassam limite de gastos com funcionalismo

Quatro estados superaram o limite de gastos com pessoal

Segundo o Relatório de Gestão Fiscal em Foco (RGF) dos Estados e do Distrito Federal, que publicado nesta segunda-feira (23) pelo Tesouro Nacional, quatro estados superaram o limite de gastos com o funcionalismo do Poder Executivo local. Os estados no caso foram Rio Grande do Norte (57,76%), Roraima (51,61%), Acre (49,92%) e Minas Gerais (49,62%).

 Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece que os estados e os municípios não podem gastar mais de 49% da receita corrente líquida (RCL) com pessoal no Poder Executivo. Além dos 4 estados citados, dois estados superaram o teto para o funcionalismo do Poder Legislativo local, fixado em 3% da RCL. O limite foi excedido em Alagoas (3,71%) e Roraima (3,41%). Com 2,04% da RCL, o Maranhão estourou o limite para o Ministério Público, estabelecido em 2%

De acordo com o site Agência Brasil, a causa do aumento de gastos com o funcionalismo do Poder Executivo local seria devido à desoneração de combustíveis no ano passado e a queda da inflação. Tudo isso levou a uma menor arrecadação de impostos, reduzindo a arrecadação de impostos dos estados. Além disso, a redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no ano passado, também reduziu a arrecadação de vários estados.

Sanções

De acordo com a LRF, enquanto o ente público (União, estado ou município) estourar o limite de gasto com pessoal, ficará sujeito a algumas proibições. Dentre elas, está a proibição de receber transferências voluntárias, exceto os repasses relacionados à Seguridade Social (Assistência Social, Saúde e Previdência Social). Também não poderá obter garantia do Tesouro Nacional ou de outro ente público para empréstimos. Além disso, não poderá contratar operações de crédito, exceto para refinanciar a dívida em títulos ou para reduzir gastos com pessoal, como um plano de demissão voluntária.

A expectativa é que a situação dos estados seja amenizada no fim deste ano, quando a União começar a pagar a compensação de R$ 27 bilhões pela perda de receita provocada pela redução do ICMS dos combustíveis de julho a dezembro de 2022. O Senado aprovou o projeto no início do mês, e o texto aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com essa medida é esperado que os repasses aliviem a proporção dos gastos com o funcionalismo e a RCL. O projeto aprovado também prevê transferências ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) para recuperar perdas de 2023 em relação a 2022.

Endividamento

Além do aumento com pagamento de pessoal, o relatório também divulgou a proporção de endividamento dos estados. A LRF estabelece Dívida Consolidada Líquida (DCL) de até 200% da receita corrente líquida, mas nenhum estado estourou esse teto. No entanto, do Rio Grande do Sul já está se aproximando do limite do teto de dívida, com 189%. Os demais estados com maior endividamento são o Rio de Janeiro (155%), Minas Gerais (165%) e São Paulo (116%).

No segundo quadrimestre, os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rondônia registraram aumento da dívida. Nos demais estados e no Distrito Federal, a proporção ficou estável ou diminuiu.

O Relatório de Gestão Fiscal em Foco é elaborado com base nos relatórios publicados pelos próprios entes públicos no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), gerido pelo Tesouro Nacional. Esses relatórios locais são enviados pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e também pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.

Não adianta reduzir impostos sem cortar gastos

Muito se fala, principalmente por parte dos liberais, na necessidade de se reduzir impostos para aliviar a carga sobre os brasileiros. O que é verdade. No entanto, enquanto o estado brasileiro mantiver gastos previstos na lei, a redução da arrecadação levará os governos locais a até mesmo se endividarem para custear o funcionalismo público.

E isso pode ser observado no fato de que a desoneração dos combustíveis e a redução dos ICMS locais não freou os gastos dos estados. Muito pelo contrário. As medidas de redução dos impostos não foi acompanhada de uma redução efetiva dos gastos. E isso foi algo que os liberais que fizeram campanha pela Reforma Tributária não levaram em conta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

A barraca de sorvete de um menino de 12 anos é fechada, mas seu espírito empreendedor persiste

Danny Doherty queria passar suas férias de verão de forma produtiva. Nos últimos verões, um garoto de doze anos, morador do subúrbio de Norwood, em Boston, Massachusetts, buscava um trabalho para conquistar sua própria independência financeira. As regulamentações de emprego para os jovens criam dificuldades para adquirirem experiência de trabalho, mesmo que queiram, então Danny […]

Leia Mais
Economia

Por que os CEOs ganham tanto dinheiro?

Certos políticos e críticos sociais se escandalizam porque a renda anual dos CEOs das grandes empresas é muito maior que a dos funcionários que trabalham nessas empresas. É injusto que os executivos ganhem substancialmente mais do que um gerente intermediário, um assistente executivo ou um trabalhador da linha de montagem? Como são determinados esses salários? […]

Leia Mais
Economia

5 políticas socialistas que destruíram a economia boliviana

As pessoas não costumam pensar na Bolívia; é um país pequeno no coração da América do Sul. Mas sempre que é mencionado, além de montanhas e lhamas, as pessoas pensam no socialismo e em Evo Morales. Alguns chegam a chamá-lo de “milagre socialista” devido à sua estabilidade econômica e monetária na década de 2010. No […]

Leia Mais