Empresas e indivíduos se mobilizam para ajudar ucranianos

Empresas e indivíduos se mobilizam para ajudar ucranianos

Em resposta à invasão russa da Ucrânia que já expulsou 1,7 milhões de ucranianos de seu país, empresas e cidadãos privados estão se intensificando para fornecer assistência humanitária urgente. Seus esforços são um lembrete de que indivíduos e empresas são fundamentais para os esforços de ajuda humanitária, especialmente durante crises que exigem respostas rápidas e localizadas.

As empresas estão ajudando a reforçar os esforços de evacuação na fronteira ucraniana e além dela. A Uber está “proporcionando viagens ilimitadas e gratuitas entre a fronteira ucraniana e as cidades polonesas para apoiar os refugiados e suas famílias”, anunciou a empresa em um comunicado na semana passada. A companhia aérea húngara Wizz Air está oferecendo aos refugiados ucranianos 100.000 assentos gratuitos a bordo dos voos que partem da Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia, e oferecerá “tarifa de resgate” aos ucranianos presos em outros lugares.

As empresas grandes e pequenas também estão se preparando para abrigar ucranianos refugiados. A Airbnb anunciou na semana passada que iria “oferecer alojamento gratuito e de curto prazo para até 100.000 refugiados que fugiram da Ucrânia”. Uma declaração oficial da empresa afirmou que a Airbnb também “trabalharia junto com os governos para melhor apoiar as necessidades específicas de cada país, inclusive fornecendo estadias de mais longo prazo”. A agência de marketing Stay the Night lançou um banco de dados através do qual hotéis e albergues podem anunciar as acomodações disponíveis para os refugiados. Os hotéis dos países vizinhos estão abrindo suas portas para milhares de ucranianos em fuga.

Para aqueles que ainda estão na Ucrânia, as empresas internacionais esperam fornecer mercadorias importantes que agora são difíceis de serem encontradas. A empresa de cosméticos L’Oreal diz que entregará 300.000 produtos de higiene à Ucrânia nas próximas semanas. O fabricante de medicamentos Eli Lilly enviará mais de US$9 milhões de insulina e suprimentos COVID-19 para a Ucrânia, enquanto a General Electric fornecerá US$4 milhões em equipamentos médicos críticos. Ryanair, uma companhia aérea irlandesa, está enchendo os aviões para a Polônia com suprimentos médicos.

Os cidadãos privados também estão fornecendo uma quantidade surpreendente de apoio. Um casal da Apex, Carolina do Norte, iniciou uma campanha para coletar milhas de passageiros frequentes para ajudar os ucranianos em fuga, arrecadando 3,6 milhões de milhas em doações até o momento. “As milhas estão sendo usadas para enviar pessoas para todo o mundo”, informou o ABC 11, uma afiliada da Raleigh-Durham. Já existem inúmeras histórias de pessoas na Europa que estão dirigindo para a fronteira ucraniana para levar suprimentos para lá, ajudar a fornecer alojamento em países vizinhos e transportar refugiados para um local seguro.

Além da ajuda humanitária que a Airbnb está oferecendo acima, a empresa está no centro de uma campanha de mídia social lançada por bons samaritanos com dinheiro de sobra e vontade de ajudar. “Em 2 e 3 de março, hóspedes de todo o mundo reservaram mais de 61.000 noites na Ucrânia”, disse um porta-voz da Airbnb à CNN. Os americanos foram responsáveis por mais da metade desse total. Estas pessoas não planejam ficar nos apartamentos que reservaram, mas seu apoio financeiro ajudará a manter muitos anfitriões ucranianos à tona de água. Até agora, as reservas na Ucrânia arrecadaram quase US$ 2 milhões (a Airbnb, por sua vez, está dispensando todas as taxas de hóspedes e anfitriões em todas as reservas na Ucrânia).

As pessoas estão oferecendo carona ou hospedagem aos ucranianos que chegam às estações de trem na Europa Central e Oriental. Na cidade fronteiriça polonesa de Przemysl, a BBC informa que os ajudantes, tanto locais como não, exibiram sinais para aqueles que vinham de Lviv: “Albergue para oito em Gdansk”; “Pode levar uma família – Varsóvia”; “40 lugares disponíveis em ônibus para a Alemanha”. Na Alemanha, os voluntários lançaram campanhas de mídia social para facilitar o transporte e a tradução para os refugiados; na capital, “o número de berlinenses oferecendo ajuda tem sido tão grande que os voluntários estão sendo afastados”, de acordo com o The New York Times. Os clubes noturnos de Berlim – que reabriram neste último fim de semana após os fechamentos relacionados com a COVID – voltaram a se dedicar à arrecadação de fundos para a Ucrânia.

A situação na Ucrânia é terrível e pode muito bem piorar à medida que a luta continua e mais ucranianos são forçados a sair de casa. Mas há conforto no número de indivíduos e empresas que se oferecem para prestar assistência, por mais distantes que estejam do conflito.

Artigo escrito por Fiona Harrigan, publicado no Reason e traduzido e adaptado por Gazeta Libertária.

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