Nessa sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ordenou a proibição da venda de todas as pomadas para modelar e trançar cabelos no país. Segundo a agência, o motivo da proibição seria devido aos vários efeitos indesejáveis associados ao produto, relatados por alguns usuários.

A ANVISA informou que entre os efeitos relatados pelos usuários estão a perda temporária da visão, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.

Segundo relatos dos próprios usuários acometidos pelos danos, os incidentes ocorreram, principalmente, após terem contato com a água depois de aplicarem o produto. Dentre as situações envolvendo tais incidentes estão os banhos de mar e piscina, além de se molhar com a àgua da chuva.

Como medida cautelar, a ANVISA proibiu, temporariamente, a comercialização da pomada para modelar e trançar cabelos. A agência informou que a medida irá durar até que as investigações sobre o caso levem a um melhor parecer da situação.

ANVISA e a infantilização do consumidor

Por mais que a ANVISA se autointitule uma agência responsável pelo bem estar do consumidor, suas medidas, na verdade, são uma infantilização deste. Ao decidir o que pode ou não ser comercializado, a ANVISA decide o que os consumidores podem ou não comprar, interferindo em sua liberdade de escolha e de julgar os prós e os contras de sua decisão.

As medidas tomadas pela ANVISA, dão a entender que o cidadão comum é incapaz de tomar suas próprias decisões e arcar com as consequências de suas escolhas. Neste caso da proibição da pomada, a ANVISA não apenas impede que os consumidores possam adquirir o produto que desejam, mas também, que eles decidam como lidar com os riscos que o produto carrega.

Como os próprios relatos dos consumidores que tiveram incidentes com o produto evidenciam, os problemas aconteceram devido ao contato com água após a aplicação da pomada para tranças. Isso significa que medidas que evitem o contato com a água, depois da aplicação do produto, poderia ser uma medida preventiva eficaz.

Um exemplo disto seria o uso de uma simples touca de cabelo durante o contato com a água (uma prática bastante comum e eficaz usada após procedimentos químicos capilares ). Além disso, a queda no consumo do produto, devido ao receio dos consumidores com os efeitos nocivos, pode incentivar as empresas a buscarem uma solução para o problema. Inclusive desenvolvendo fórmulas que não acarretem os mesmos riscos para os usuários do produto.

Conclusão

É compreensível que muitos usuários tenham ficado apreensivos em relação ao produto e prefiram esperar o parecer da ANVISA sobre o caso. No entanto, aqueles que preferem assumir os riscos de usar o produto ou encontrar meios de evitar o problema, deveriam ter sua liberdade de escolha respeitada.

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