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Desde a imposição das políticas sanitaristas durante a pandemia, ficou claro que a tendência de políticas públicas com viés cientificista seria cada vez maior. E a medida da vez é a proibição de anabolizantes para fins estéticos.

A justificativa dos defensores desta medida é que não há comprovação científica de que o uso de anabolizantes garanta a segurança e saúde de quem os usa. Só existe um pequeno detalhe nisso tudo: a preferência por parte dos usuários de assumir os riscos parece ter sido totalmente ignorada.

Justificativa para a proibição

A proibição passou a valer a partir desta segunda-feira. A decisão foi tomada pelo Conselho Federal de Medicina para atender à pressão (já de longa data) de médicos contrários ao uso de anabolizantes para fins estéticos. A justificativa? Segundo eles, não há nenhuma comprovação científica de que seja possível fazer uso destas substâncias sem haver riscos para a saúde dos usuários.

Além disso, o CFM proibiu até mesmo cursos, eventos e qualquer tipo de publicidade que estimule o uso de anabolizantes. Ou seja: nem mesmo a defesa do uso do produto será mais permitida.

No entanto, mesmo os médicos se dividem entre si quanto à decisão. Muitos deles entendem que a maior parte do mercado de anabolizantes é “informal” e que ao proibirem médicos de receitarem anabolizantes estarão deixando os usuários privados do acompanhamento e orientação de um profissional da saúde.

E eles realmente estão certos. Ao invés de seguirem o caminho mais razoável e justo, e permitirem aos usuários usarem os anabolizantes, o CFM os priva da possibilidade de reduzirem os riscos do uso do produto com um acompanhamento médico. Uma medida que visava o bem estar dos usuários se mostra um verdadeiro tiro pela culatra.

A proibição de anabolizantes é mais uma amostra do cientificismo insano

Como falado no início deste artigo, desde a pandemia e da aplicação das políticas sanitarista para tentar contê-la, o cientificismo vem se intrometendo cada vez mais na liberdade dos indivíduos por meio do estado.

É verdade que o cientificismo é primeiramente uma abordagem epistemológica equivocada que visa reduzir todo conhecimento ao conhecimento científico (mais precisamente o das ciências naturais). No entanto, o cientificismo vai muito além disso, sendo também uma postura sobre a conduta humana, fazendo uso da ciência para tentar justificar políticas públicas e determinar o que as pessoas devem ou não fazer com suas vidas.

E neste caso dos anabolizantes, os médicos acreditam que esta decisão é o “melhor” para os indivíduos. Eles simplesmente assumem que anabolizantes podem conter riscos para saúde, logo é necessário que os indivíduos sejam protegidos de tais riscos.

Há dois erros fundamentais nisso: primeiro, não há uma comprovação de que não seja possível fazer uso razoável de anabolizantes (mesmo que para fins estéticos) sem trazer riscos a quem os usa.

A prova disto é que a maioria das pessoas que usam anabolizantes para fins estéticos nunca enfrentou nenhum problema causado por eles. Todos que estão familiarizados com o universo do fisiculturismo sabe disso. Muitos médicos hoje sob influência do cientificismo levam em conta os casos específicos de pessoas que usam tal produto de maneira abusiva e daí deduzem que há um risco potencial para todos que usarem deste mesmo produto.

O segundo erro é o de acharem que a manutenção da saúde dos indivíduos deve ser mantida a todo custo. E isso inclui passar por cima da sua vontade. É basicamente a ideia soberba de que eles sabem o que é melhor para o indivíduos, não apenas em relação à sua saúde, mas sobre como devem viver suas vidas.

A possibilidade dos indivíduos decidirem como viver suas vidas, como bem entenderem e assumir riscos por escolha própria, está fora de questão para os médicos tecnocratas.

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Liberdade acima de tudo

Por mais que muitos médicos tecnocratas que defendem a proibição de anabolizantes estejam cheios das melhores intenções, nada justifica tal interferência na livre escolha dos usuários. Ninguém ganha direito de poder de decisão sobre a vida e escolhas de uma pessoas por exercer uma determinada profissão. Por mais importante que ela seja.

A profissão médica tem sua suma importância para aqueles que se preocupam com a saúde, mas os médicos precisam entender que cada indivíduo possui soberania sobre si mesmo e que possui o direito de tomar qualquer decisão que quiser. E isso implica arcar com as consequências de suas próprias escolhas.

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