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No mês passado, em meio aos desastres causados pelas fortes chuvas em São Sebastião (SP), uma notícia gerou bastante repercussão e indignação entre a população nacional. Trata-se da denúncia de que alguém estaria se aproveitando da situação e vendendo 1 litro de água a R$ 93.

A notícia acabou sendo divulgada pela rede Globo, onde um repórter chora enquanto comenta sobre o caso. Não deu outra. Em pouco tempo a informação se espalhou gerando uma onda de indignação pelo suposto preço. O deputado Nikolas Ferreira havia até mesmo proposto uma proibição do aumento “abusivo de preços” em casos como esse.

Abaixo o momento em que o repórter fala sobre 1 litro de água custando R$ 93:

Já foi publicado aqui um artigo onde é mostrado como o controle de preços além de ser eticamente indefensável, é também uma medida ineficaz.

Tudo não passava de fake news

Após toda a repercussão sobre o caso, a verdade acabou vindo a tona: tudo não passava de uma fake news!

Em uma reportagem feita pela rede Record, Maria Isabel Estavski, 70 anos, dona do estabelecimento que havia sido acusada de estar vendendo 1 litro de água a R$ 93 acabou desmentindo toda a história. Ela inclusive comenta as várias ofensas e ameaças que recebeu após ter sido acusada.

Abaixo você pode conferir a reportagem feita pela Record sobre o caso:

Além disso, matérias em outros jornais após uma apuração demonstraram que na verdade muitos estabelecimentos estariam vendendo fardos com 12 garrafas de água de 500ML (e não uma garrafa de 1L) a R$ 93.

E ficou por isso mesmo

Seria irônico se não fosse trágico, descobrir que uma das emissoras que mais defende a proibição de fake news estava espalhando uma. A rede Globo, assim como qualquer outra emissora, sabe que o apelo emocional e a polêmica garantem a atenção do público.

A expectativa de ganhar uma grande audiência foi tão grande que nem se deram ao trabalho de verificar a veracidade da informação. Se é que já não sabiam que era falsa.

Chega a ser engraçado que uma rede de comunicação que se diz combatente de fake news faça exatamente aquilo que tanto diz atacar, só para ganhar audiência. Por mais que a Globo nunca tenha endossado a regulação da mídia em si, ao dar espaço apenas para quem defendia a regulação ela deixou muito claro de qual lado estava.

Além disso tudo, o fato da Globo ainda ter um grande alcance perante o público, a fake news propagada por ela teve um impacto muito maior. E no entanto, a emissora sequer fez uma retratação, o que mostra que sua postura está longe de ser profissional e com zero comprometimento com a verdade.

No fim, a Globo que sempre se mostrou favorável à censura de fake news queria apenas monopolizar a divulgação de notícias no Brasil. Inclusive as falsas.

A verdadeira solução contra as fake news

Como já dito várias vezes nesse site, a proibição de qualquer coisa não agressiva além de antiética é contraproducente. E isso se aplica também as fake news.

A verdadeira solução contra as fake news é a propagação de informações corretas. E ao contrário do que dizem os defensores da regulação da mídia, as redes sociais não apenas potencializam a propagação de fake news, mas também às informações que as desmentem.

Além disso, mesmo sites pequenos e contrários à proibição das fake news – como o Gazeta Libertária – já fizeram o trabalho de desmentir fake news propagadas pela grande mídia (como aqui e aqui).

Por isso reforçamos que a verdadeira arma contra as fake news é a livre circulação de informação. E não sua regulação pelo estado. Afinal, ele mesmo espalha uma das maiores falsidades. A de que é uma instituição legítima.

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