Nas últimas semanas o mundo têm se deparado e concentrado todas as atenções para a situação que está ocorrendo na Ucrânia, país europeu que faz fronteira com a Rússia. Tropas russas, americanas e de outros países ocidentais estão cercando o território ucraniano, enquanto a diplomacia dos envolvidos tenta resolver as questões do país nos bastidores.
Mas o que pouco tem sido falado acerca do possível conflito, é a real pretensão dos russos e mais precisamente de Putin com os ucranianos. E a história começa lá atrás, quando as duas nações já foram uma coisa só. Durante o período da União Soviética, em que existiam diversas repúblicas anexadas a URSS, a Ucrânia era uma delas e permaneceu sob seu controle até 1991, quando o regime foi destituído.
Porém, apesar de ter se tornado um país independente, desde que Vladimir Putin assumiu o poder na Rússia, ele sempre manifestou através de comunicados e entrevistas a sua vontade de retomar a uma unificação do povo ucraniano com o povo russo, apelando para as origens históricas das populações. Ele costuma dizer que os ucranianos sempre foram e serão a mesma etnia dos russos, e qualquer tentativa de dissociação desse vínculo pelos ucranianos é uma afronta a Rússia e ao seu povo.
E nesse sentido, ele vê o atual governo ucraniano como uma ameaça para essa ruptura cultural, em que Putin alega cooptar as tradições étnicas de ucranianos que possuem origens e descendências russas, fazendo disso, um motivo para eventual invasão no país. Mas, obviamente essa não é a única razão por trás dessa possível investida russa. Há também uma motivação financeira e territorial.
Na questão financeira, inclui-se o fato de que os gasodutos provenientes do território russo para a Europa, passam diretamente pelo território ucraniano, sendo um grande ponto de ligação comercial entre a Rússia e os demais países europeus. E na questão territorial, parte-se da intenção de uma possível expansão territorial russa para o continente europeu, já que a Ucrânia está localizada nele, e no momento a Rússia está totalmente situada na Ásia.
Alguns países europeus, como a Alemanha e outros, estão totalmente dependentes das commodities energéticas russas no momento, uma vez que estão sofrendo com a falta de geração de energia própria de suas matrizes energéticas. Putin e seu governo vêem com bons olhos a investida ao território ucraniano neste momento, sem sofrer sanções.
A grande ”pedra no sapato” dos russos, são os Estados Unidos juntamente com a OTAN, que tentam brecar esse possível avanço, por enquanto a base da diplomacia, evitando ao máximo um conflito bélico. Porém, as negociações não saem do lugar, fazendo com que a tensão entre as nações só aumente.
A China, outra potência mundial, demonstrou apoio à Rússia contra o Ocidente em caso de um embate. O que fica nítido nessa história toda, é que os interesses do governo russo sobre a Ucrânia, vão além de apenas uma ”reorganização territorial” ou cultural, e passam por diversos motivos que nos levam a crer num desejo obscuro de transformar a Rússia em uma superpotência como era nos moldes da antiga União Soviética.