Nos últimos meses de 2021, especificamente no último trimestre do ano, o mundo tomou conhecimento de uma crise envolvendo a incorporadora chinesa Evergrande. A empresa estava extremamente endividada com credores internacionais e nacionais, e que não teria capacidade de honrar esses pagamentos.
No entanto, não era única empresa que encontrava dificuldades, e logo após a divulgação da notícia, começaram a aparecer outras empresas com situações semelhantes a Evergrande, ou seja, endividadas também.
O problema é que essa crise vem se espalhando para outras áreas da economia chinesa, como por exemplo, o futebol do país, que passou por anos de bonança financeira, com contratações de grandes jogadores de sucesso e contratos milionários com esses atletas. Tudo isso financiado por estas mesmas construtoras, que são donas desses clubes e vinham injetando uma quantia massiva no esporte, mas parece que essa farra acabou.
Nos últimos 6 meses, tem sido frequente nas manchetes esportivas o número de atletas brasileiros que estão rescindindo seus contratos com os clubes chineses por falta de pagamentos e salários atrasados, tendo que recorrer a ajuda da Fifa, para conseguirem encerrar seus contratos.
São times decretando falência, outros à beira do encerramento das atividades, e isso por conta de diversos fatores, como citado acima. Os proprietários destes clubes não tem condições de manter suas atividades por conta do alto endividamento, o que corroborou com a parada no futebol por conta da pandemia, em que os jogos não podiam ter torcedores. Isso fez com que os clubes não tivessem arrecadação, perdendo mais uma fonte de receita.
Times como o Guangzhou Evergrande, pertencente a incorporadora gigante Evergrande, Shenzhen FC, da Kaisa Group, que é outra grande imobiliária, e o Dalian Pro do Dalian Wanda Group, são alguns desses exemplos de clubes pertencentes a grandes conglomerados chineses, que estão passando por grandes dificuldades.
Ricardo Goulart, Elkeson, Jailson e Paulinho, são alguns dos atletas que passaram por esse tipo de problema recente, que daqui pra frente será cada vez mais recorrente a volta de brasileiros vindos desses clubes. Com estas empresas decretando o fim dessa pujança financeira do esporte no país asiático, com demissões em massa, muitos funcionários locais estão perdendo seus empregos por conta do fim das atividades nos clubes.
A bolha de crédito que fez o país crescer nos últimos 20 anos parece estar ‘’desinflando’’, e é evidente que ela já está se alastrando para além da construção civil.