Com o constante desenvolvimento da publicidade online e o uso generalizado de smartphones por consumidores jovens, não é surpresa que a mídia social tenha se tornado ponto central para o marketing financeiro. Como a maioria dos adolescentes e jovens adultos está sempre nessas plataformas, a “economia dos influenciadores” agora é mais relevante do que nunca.

Um influenciador de finanças pessoais é alguém que usa plataformas de mídia social para oferecer dicas e insights sobre dinheiro para seus seguidores. Geralmente, são pessoas comuns que usam suas próprias experiências com dinheiro para ajudar os outros a resolver seus problemas financeiros. Embora alguns influenciadores possam ter experiência em serviços financeiros – como trabalhar em bancos ou ser consultor financeiro – não é um requisito para se tornar um.

Há muitos influenciadores financeiros hoje em dia. Você pode encontrar supostos gurus financeiros no Twitter, analistas financeiros de criptomoedas no TikTok e outros que oferecem seus conselhos orçamentários em todas as mídias sociais. Eles podem ajudar as pessoas a sair das dívidas e seguir em frente com suas vidas. Quando os influenciadores financeiros aparecem, eles fazem as finanças parecerem glamorosas. A ideia de se aposentar cedo ou ter muito dinheiro para as coisas que queremos na vida atrai a maioria das pessoas.

Finanças pessoais, para a maioria, são coisas chatas. Então, para chamar a atenção, os influenciadores precisam fazer algo único e interessante e eles são bons nessa abordagem. O problema é que falham exatamente no que, principalmente, deveriam ensinar: sobre como funciona a economia e como o estado ocupa um papel de vilão nisso tudo.

Ensinar sobre economia não é regra entre os influenciadores. Ainda que muitos deles tenham começado exatamente assim, mudaram com o passar do tempo servindo apenas ao entretenimento e tendo receio de fazer críticas a medidas econômicas em seus próprios perfis. Não é difícil ver postagens polêmicas onde os influenciadores perguntam a opinião dos seguidores sobre o assunto, ao invés de deixarem uma opinião concisa, explicando o assunto.

São frequentes as situações onde o influenciador se vê preso a seu público, enquanto este se vê desimpedido de expressar opiniões que beiram a defesa do socialismo nos comentários de cada postagem sobre algum candidato ou tema político. Até mesmo elogios à política econômica da ex-presidenta Dilma Rousseff são encontrados nos comentários, e com várias curtidas, é claro. Os influenciadores, por sua vez, se sentem impedidos de fazer qualquer crítica à opinião dos seguidores, certamente com medo de perder inscritos, e, consequentemente dinheiro.

A coisa fica pior quando são influenciadores do mercado cripto. Não é difícil encontrar defesa de regulação de mercado até mesmo entre os próprios influenciadores. Nesses casos, não há nada sobre a ideia libertária do BTC ou das finanças decentralizadas. Tudo o que há é especulação financeira em cima de projetos duvidosos e, é claro, tentativa de vender cursos (nada baratos) ao público deslumbrado com a possibilidade de ficar rico da noite para o dia.

Situações como a descrita acima, são até comuns, e demonstram claramente que o trabalho em que os influenciadores se propuseram a fazer deu errado, ou talvez tenha dado certo, se por acaso seus objetivos eram exatamente o de faturar e não o de ensinar.

Os influenciadores criam seus próprios blogs ou sites para promover seu conteúdo. Monetizam tudo isso de várias maneiras, incluindo marketing de afiliados, veiculação de anúncios, venda de produtos digitais ou físicos, cobrança de taxas para acessar conteúdo premium e ainda criam conteúdo patrocinado. Alguns influenciadores também podem oferecer serviços de coaching financeiro por um preço razoável, é claro, e não podemos esquecer dos que vendem seus livros.

Particularmente, não me restam duvidas que, na procura de seguidores e reconhecimento, muitos dos influenciadores financeiros estão mais dispostos a vender seus produtos do que ensinar sobre finanças e economia.

Ainda há muitos bons influenciadores que estão comprometidos com o ensino, mas o trabalho destes também pode ser analisado observando o próprio público: um bom professor costuma ter bons alunos.

Texto escrito por Alex Motta

  • Se ainda não sabe nada sobre criptomoedas ou até mesmo precisa atualizar seus conhecimentos sobre, leia nosso guia essencial sobre o assunto.
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