A conta chegou: alta de inflação e dos juros e queda do PIB

Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC) mostraram um maior pessimismo em relação a economia do país, voltando a revisar para cima as projeções de juros e inflação para este ano. As informações foram divulgadas no Boletim Focus desta segunda-feira, 20. As previsões pessimistas são reflexo das políticas keynesianas nas quais o governo Lula vem se aventurando.

Previsões pessimistas

Segundo o relatório divulgado no Boletim Focus, a previsão é de que a Selic deve terminar o ano agora em 10%, ante os 9,75% da semana passada. A alta é uma resposta ao tom conservador do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que havia reduzido os juros em 0,25 ponto porcentual (p.p) na última reunião.

Já para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa do mercado subiu de 3,76% para 3,80% em 2024. Para o ano que vem, a estimativa é de 3,74%, ante 3,66% da pesquisa anterior.

As metas de inflação para 2024 e 2025 são de 3%, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como era de se esperar, os analistas, que são de visão predominantemente neoclássica, ainda tomam o índice de preços como “inflação. Para entender o que de fato é inflação, clique aqui.

De toda forma, é seguro dizer que a alta de preços impulsionada pela alta de preços muito provavelmente ficará acima da meta de 3%.

O mercado também demonstrou uma previsão pessimista quanto ao PIB, reduzindo a projeção de 2,09% para 2,05% neste ano. Para 2025, 2026 e 2027, a expectativa permanece em 2%.

Também há previsões pessimistas quanto ao câmbio. Entre os analistas a estimativa para o dólar em 2024 subiu de R$ 5 para R$ 5,04. Para os próximos anos, a projeção se manteve em R$ 5,05 para 2025 e em R$ 5,10 para 2026. Em 2027, o dólar deve ficar em R$ 5,10.

A análise do mercado em relação ao resultado primário de 2024 também piorou nesta semana, passando de um déficit de -0,64% do PIB para -0,70% do PIB. A estimativa para 2025 saiu de -0,60% do PIB para -0,63% do PIB.

As projeções para o ano de 2026 se mantiveram em -0,50% do PIB. Já para 2027, a previsão também teve piora, passando de um déficit de -0,20% do PIB para -0,30% do PIB.

A conta chegou

Como eu havia comentado neste outro artigo, as políticas keynesianas defendidas e aplicadas pelo PT mais cedo ou majs tarde iriam mostrar suas consequências negativas para a economia brasileira. E de forma previsível o presidente Lula irá jogar a culpa na “ganância” do mercado mais uma vez.


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