Na manhã desta segunda-feira, 90% de todos os bitcoins foram minerados segundo dados do Blockchain.com. isso significa que 18,89 milhões de bitcoins – de um máximo de 21 milhões – estão agora no mercado aberto.
Esse marco histórico levou quase 12 anos para ser alcançado, desde que os primeiros bitcoins foram minerados em 9 de janeiro de 2009. Porém, o restante das moedas não deve ser extraído até fevereiro de 2140, de acordo com as estimativas de atividade de rede e cronogramas de halving do Bitcoin.
Os preços refletem o aumento da oferta da moeda na medida em que a demanda por bitcoins aumenta. O ativo trocou de mãos por menos de US$ 0,10, quando 10% de todas as moedas tinham sido mineradas no início de 2010, e chegou à US$ 7,50 quando 50% delas foi extraído em dezembro de 2012.
Até esse momento, cada moeda é negociada em torno de US$ 49.000, tendo caído 28% em relação ao pico de US$ 69.000 no início deste ano, segundo dados do CoinGoLive.
Como funciona o processo de mineração de Bitcoins
Bitcoin, que funciona em uma rede de prova de trabalho chamada blockchain, depende do trabalho de participantes da rede chamados de ‘mineiradores’ que processam continuamente as transações e validam blocos – possibilitando as transações das moedas – em um processo amplamente conhecido como ‘mineração’.
Os mineradores fornecem recursos de computação e hardware para resolver milhões de cálculos complexos na rede Bitcoin a cada segundo, recebendo bitcoins como “recompensas” pelo seu trabalho.
A mineração do Bitcoin é o processo pelo qual novas moedas são geradas no mercado, com uma média de 10 minutos. Com isso, a cada bloco válido encontrado na rede, uma recompensa na forma de novas moedas geradas é dada aos mineraodores.
Além da recompensa com novas moedas geradas, o minerador também é recompensado com as taxas que são validadas na transação sendo enviadas para sua carteira pessoal. Atualmente, a cada bloco válido encontrado na rede Bitcoin, são gerados 6,25 BTC de recompensa mais taxas.
Para entender melhor como o processo de mineração do Bitcoin e outras criptomoedas, leia este guia sobre criptomoedas do Gazeta Libertária.
Em maio de 2020, o processo chamado halving cortou pela metade a recompensa, que antes era de 12,5 BTC mais taxas. Com isso, o Bitcoin tem uma inflação controlada e esperada no mercado, que o fez alcançar nesta segunda-feira (13) um importante marco.
Apesar do surgimento de novas moedas, nem todos os 21 milhões de bitcoins estarão disponíveis no mercado aberto. A empresa de análise de criptografia Chainalysis estima que 3,7 milhões de bitcoins foram “perdidos” com base na análise da atividade de endereço, por motivos que vão desde a perda de uma chave privada até a morte. Um adicional de 1 milhão de bitcoins é mantido pelo criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto – uma quantia intocada desde que o mesmo minou a quantia nos primeiros dias da rede.
Restam apenas 10% de todos os Bitcoins a serem criados
A mineração de 90% dos Bitcoins que serão gerados é um importante marco histórico para a criptomoeda e todos os seus entusiastas. Desde quando foi criada, o processo de geração de novas moedas sempre foi alvo de crítica, no entanto é mais fácil de se entender do que as políticas monetárias dos bancos centrais. E mais seguro e efetivo também.
A grande genialidade de Satoshi Nakamoto ao criar o Bitcoin foi justamente em estabelecer as regras no código do Bitcoin, tornando elas imutáveis. Com isso, não há como criar novas moedas além do que foi definido no início, a menos é claro que haja um consenso entre mineradores, nodes, programadores e a comunidade global da moeda, algo nunca cogitado tamanho a força do legado de satoshi.
Dessa forma, o Bitcoin alcança os 90% de moedas criadas com 18.899.794 já emitidas. O limite de emissão do Bitcoin é 21 milhões, o que dá a sensação em muitas pessoas de que a “mineração do Bitcoin já está acabando”.
No entanto, não é bem assim…
Quando se fala em mineração de Bitcoin, o mecanismo deixado por Satoshi chamado halving revela um mecanismo genial no corte de emissão de moedas, que ocorre em média a cada quatro anos. Isso significa que caso outro corte na emissão aconteça em 2024, cada bloco terá apenas 3,12 BTC de recompensa.
É justamente isso que fará com que os 10% de Bitcoins que restam para ser encontrados demorem muito mais a acabar do que os primeiros 90%. O Bitcoin está perto de completar 13 anos de sua criação (3 de janeiro de 2009), mas a expectativa é que a última moeda encontrada via mineração seja apenas no ano 2140.
Isso significa que daqui à 119 anos a rede Bitcoin encontrará a última moeda, momento em que a mineração dependerá apenas das taxas de transações. Espera-se entre os fãs da moeda digital que no futuro o Bitcoin seja tão valioso que os mineradores disputarão as taxas assim como disputam as novas moedas hoje.
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