No plebescito realizado neste domingo (4) no Chile, houve ampla rejeição por parte da população (cerca de 64% dos votos) contra a aprovação da nova Constituição no país. Com isso, a Constituição que está em vigor desde a ditadura de Pinochet continua válida.
O projeto que foi rejeitado – que é apoiado pelo atual presidente do Chile, Gabriel Boric – mantinha uma economia de mercado, mas também pretendia ir além, propondo mais “direitos sociais”. No projeto, estão incluídos, dentre outras coisas, a garantia por meio do estado à saúde, educação, previdência, além do cuidado do estado com questões ambientais e “plurinacionalidade” indígena.
A votação, que é obrigatória no país, teve a participação de mais de 15 mil eleitores. Sua apuração às 23h, com placar da votação mostrou 61,87% dos votos pela reprovação (“Rechazo”) e 38,13% pela aprovação (“Apruebo”) da nova constituição. O resultado no placar se mostrou muito acima das das projeções das pesquisas.
Defensores da nova Constituição prometem revanche
No entanto, apesar da nova Constituição proposta ter sofrido derrota, seus defensores afirmam que irão tentar uma nova votação. Para isso, seus proponentes pretendem fazer algumas alterações ou adaptação para facilitar sua aprovação.
A nova Constituição é uma tentativa de acalmar os ânimos de grupos que estão descontentes com algumas situações do país, como em relação à previdência e aos custos com transporte. No entanto, estes mesmos grupos ao pedirem mais intervenção estatal estarão apenas pedindo soluções apartamento compensatórias a curto prazo, tendo que lidar com as consequências ruins destas mesmas medidas no futuro.
Constituição antiga do Chile também está longe do ideal de liberdade
Mesmo que atual Constituição do Chile seja mais favorável à liberdade em comparação com o novo projeto, a Constituição atual, como toda Constituição estatal, ainda permite uma ampla gama de participação do estado, incluindo sua intervenção em vários setores, como educação. Também está presente a ideia equivocada de que cabe ao estado “garantir” que as condições necessárias para a liberdade estejam presentes.
O que o estado deve realmente fazer é retirar sua intervenção da vida dos indivíduos, incluindo sua manipulação da oferta da moeda que destrói o poder de compra das pessoas, bem como suas regulações que atrapalham seus empreendimentos e seus impostos, que os empobrece enquanto alimentam uma casta d parasitas dando migalhas na forma de serviços públicos medíocres.
Apesar de tudo, a liberdade ainda respira no Chile
Apesar da atual Constituição do Chile não levar a um cenário de plena liberdade, ela ainda é menos destrutiva que a nova proposta, e a preferência dela por parte do público chileno é sinal de que os habitantes do Chile preferem mais liberdade, não menos. Tudo isso é um sinal de que os ideiais da liberdade estão crescendo no país em detrimento de uma visão mais estatista, e quem sabe um dia, a busca por um cenário mais favorável à liberdade que o atual, possa surgir no país.