EUA mantém restrição de exportações de microchips para a China

EUA mantém restrições de exportação de microchips e de material para construção de microchips para a China

De acordo com uma matéria recente da Bloomberg, os EUA manterá as restrições sobre exportações de microchips para a China. As restrições de exportação de também se estendem à semicondutores e equipamentos de fabricação de microchips. A medida havia sido divulgada na última sexta-feira.

Além das restrições, o Departamento de Comércio dos EUA também acrescentou 31 organizações à sua lista não verificada. Entre elas, estão a Yangtze Memory Technologies Co. e a subsidiária da fabricante líder de equipamentos de microchips, Naura Technology Group Co.

As medidas foram as mais agressivas do presidente Biden desde o início de sua gestão. A ideia, é impedir que a China desenvolva capacidades tecnológicas que são vistas pelos EUA como uma ameaça.

A China “tem investido recursos no desenvolvimento de capacidades de supercomputação e procura tornar-se líder mundial em inteligência artificial até 2030”, disse Thea D., Secretária Assistente de Comércio para o diretor da Administração de Exportação, Rozman Kendler. “Está usando estas capacidades para monitorar, rastrear e vigiar seus próprios cidadãos, e alimentar sua modernização militar”, continuou.

O governo chinês, por outro lado, mostrou grande indignação, acusando a medida americana como um “ataque selvagem ao livre mercado e que “haverão consequências terríveis para os EUA e outros países”. Além disso, as autoridades chinesas também alertaram que estão especulando possíveis retaliações contra os EUA devido às restrições.

“Os dois países estão oficialmente em guerra econômica”, afirma Dylan Patel, analista chefe da SemiAnalysis. Segundo um analista chinês, não há mais “nenhuma possibilidade de reconciliação”.

“Esta é a salva dos EUA contra os esforços da China para construir suas capacidades tecnológicas nacionais” disse Patel, que estima que as restrições poderão reduzir a tecnologia global e o comércio da indústria em centenas de dólares. “São os EUA que estão se retraindo, deixando que claro que irão reagir”, completou.

O impacto já está sendo sentido na economia de vários países. As ações de várias empresas fabricantes de microchips e semicondutores estão em queda. A ASML Holding NV, a mais avançada delas, teve uma queda em suas ações de mais de 3%. A Bellwether Semiconductor Manufacturing International Corp., Por sua vez, teve queda de 5,2%. A Hua Hong Semiconductor Ltd. teve queda de 10%, enquanto a Shanghai Fudan Microelectronics Group Co. teve queda de 25%.

Uma questão é como as regras dos EUA afetarão a capacidade de empresas como a ASML de vender na China. A empresa holandesa é a mais importante empresa da cadeia de fornecimento para fabricantes de microchips no mundo todo.

A ASML tenta atingir um equilíbrio desafiador entre os EUA e a China. Tem vendido suas máquinas ultravioleta profunda, ou DUV, a clientes chineses, porém tem se abstido de vender suas máquinas ultravioleta extrema , ou EUV, mais avançadas. Sob as restrições do novo Departamento de Comércio, a empresa pode estar limitada a vender a tecnologia DUV também aos clientes chineses, de acordo com os analistas do Citigroup.

“Estamos avaliando as implicações potenciais do novo regulamento, se houver, e não podemos comentar neste momento”

disse Monique Mols, porta-voz da ASML.

Para Patel da SemiAnalysis, a lista não verificada é uma séria ameaça às ambições tecnológicas da China. No passado, o Departamento de Comércio havia cortado o acesso a tecnologias críticas para empresas como a Huawei Technologies Co. quando elas foram adicionadas à chamada lista de entidades, o que significa que a agência havia reunido provas contra elas. A lista não verificada significa simplesmente que o Departamento de Comércio não pode verificar se as atividades de uma empresa são seguras.

“Isso é enorme”, disse ele. “Eles podem praticamente colocar na lista negra qualquer empresa que queiram na China dentro de dois meses”.

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