“A única maneira de um governo estar a serviço da prosperidade nacional é mantendo suas mãos longe dela.” – Ayn Rand
INTRODUÇÃO
Antes de tratar de qualquer número da economia brasileira é preciso tratar da situação horrível em que o Brasil se encontrava há um ano e alguns meses.
É fato que desde a metade do ano de 2020 os preços de diversos produtos aumentaram consideravelmente. Este fenômeno não foi de exclusividade de um único setor da economia, mas sim de praticamente todos os setores.
É importante também frisar que este aumento generalizado dos preços não aconteceu somente no Brasil, as maiores potências do mundo sofreram – e muitos países estão sofrendo até agora – com os mesmos problemas, algumas apenas com preços altos, enquanto outras sofreram e ainda sofrem até mesmo com desabastecimentos.
Se hoje os indivíduos podem comemorar algo, é que os preços da grande maioria dos produtos dos mais diversos setores da economia já normalizaram e voltaram ao padrão pré-pandemia. Entretanto, é preciso citar as causas da inflação de preços que ocorreu durante – pelo menos – um ano e meio.
Não foi um único motivo que causou o aumento generalizado dos preços durante a pandemia, foram alguns motivos e é necessário citá-los em tópicos, portanto, analisemos cuidadosamente as políticas que Brasil e diversos países do mundo adotaram em 2020 e 2021 e o que essas políticas causaram.
CAUSAS DO AUMENTO DE PREÇOS
Pandemia de Covid-19
O evento chegou de surpresa para o mundo e consequentemente diminuiu a demanda por alguns produtos/serviços, a maioria por causa das medidas restritivas (lockdowns, redução de horário de funcionamento, etc.). Obviamente, estas medidas causaram prejuízo aos comerciantes, por isso os empresários tentaram recuperar o prejuízo, e uma das medidas tomadas para esta recuperação foi o aumento dos preços dos produtos. Isso, claro, sem contar os muitos empreendedores que infelizmente foram à falência.
Choque Negativo de Oferta
Aliado ao primeiro tópico, as medidas restritivas provocaram diminuição na oferta de inúmeros bens e realocação de mercado (como por exemplo, a cana de açúcar), aumentando preços em razão da baixa oferta. Isso se deu por vários motivos diferentes, porém, os principais deles foram: (I) medo e incerteza de futuro, que fez com que as pessoas gastassem menos com alguns produtos/serviços e optassem por outros (como por exemplo, comida, remédios, vitaminas, poupança, etc.) e; (II) restrições, que fez com que a produção dos mais diversos produtos diminuísse e não fosse suficiente para atender a demanda.
Expansão Monetária
Por fim, a pior medida a ser adotada por um governo (tratando-se de uma situação de pandemia mundial, a medida foi ainda mais agressiva) e a preferida dos políticos é a expansão monetária, também conhecida como inflação. Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central) apostou na desvalorização do Real para estimular a exportação e isso, por si só, gerou um efeito absurdo, pois aumentou a quantidade de dinheiro na economia fazendo com que ficasse menos escasso e, consequentemente, mais desvalorizado.
Essa desvalorização monetária fez com que o aumento de preços fosse generalizado, prejudicando ainda mais os pobres. Claro que é preciso lembrar que o aumento não acontece de maneira igual – nem ao mesmo tempo – para todos, não obstante, ele é agressivo e tende a afetar a imensa maioria da população ao diminuir o poder de compra.
Esses três efeitos ocorrem simultaneamente como responsáveis pelo aumento generalizado dos preços. Alguns colocam a pandemia como principal culpada, mas é preciso sempre lembrar a frase de Ayn Rand (1905-1982) já citada no início deste texto, pois a solução nunca virá de mais intervenção estatal.
E por mais que alguns digam que o mundo inteiro está enfrentando praticamente os mesmos problemas, na tentativa de defender as medidas adotadas por Roberto Campos Neto – como se isso fosse ajudar de alguma forma –, o fato é: realmente, essas coisas não aconteceram somente no Brasil, mas nos diversos locais do mundo em que aconteceram, na maioria esmagadora das vezes, as causas foram muito parecidas. E como diria Milton Friedman (1912-2006): “A solução do governo para um problema é usualmente tão ruim quanto o problema.”.
NÚMEROS QUE AGRADAM
Após esse momento turbulento, o Brasil vive agora um momento, digamos, um pouco mais agradável. Se antes o Brasil passou por momentos preocupantes – muito também por causa de STF, prefeitos e governadores, que optaram por fechar as empresas e impediram as pessoas de trabalhar – hoje o desemprego está na base de 8,9%, tendo a maior queda no desemprego dentre os países do G20; importante destacar também que os preços dos produtos normalizaram e, inclusive, o Brasil encontra-se em seu terceiro mês seguido de deflação.
Além desses números, ponto positivo para as reduções de impostos que o governo fez em produtos de cesta básica, games, produtos eletrônicos, remédios, gasolina e gás de cozinha, conta da luz, whey protein, dentre tantos outros. E sobre redução de impostos, não há outra frase mais correta de que a famosa frase de Milton Friedman: “Eu sou a favor de cortar impostos em qualquer circunstância e por qualquer desculpa, por qualquer motivo, sempre que possível.”.
Existem outros números importantes, como por exemplo, o FMI ampliou a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2022 para 2,8% e a tendência é de que a projeção aumente novamente. O percentual já é 1,1p.p. maior do que a estimativa anterior, que era de crescimento de 1,7%. Com isso, o Brasil conta agora com estimativa superior à das economias avançadas.
Alguns exemplos para comparar: estimativa de crescimento dos EUA: 1,6%; estimativa de crescimento da Alemanha: 1,5%; estimativa de crescimento da França: 2,5%; e estimativa de crescimento do Japão: 1,7%; sempre considerando a mais recente estimativa do FMI.
A arrecadação federal também cresceu 12,9% acima da inflação e bateu recorde no mês de setembro: R$ 149 bilhões. O valor é o maior da história para meses de setembro desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995. Lembrando que arrecadação não significa aumento de impostos, já que o Brasil vem tendo uma baixa significativa nos impostos desde 2019.
Outro detalhe importantíssimo sobre a economia do Brasil é o fato de também de que o recorde histórico de abertura de empresas foi batido: foram 13,1 milhões de empresas abertas no Brasil entre 2019 e agosto de 2022, maior desde os anos 1930. Sem contar, é claro, crescimento no setor do agro, lei de liberdade econômica, primeira privatização portuária da história, privatização da Eletrobrás (que até alguns anos atrás era considerado utopia no Brasil), etc.
CONCLUSÃO
Bolsonaro e sua equipe econômica erraram por algumas vezes. Roberto Campos Neto errou feio, principalmente expandindo a oferta monetária em meio a uma pandemia na tentativa de bancar auxilio e desvalorizar a moeda para exportar mais. Um erro crasso.
No entanto, é inegável o crescimento do Brasil e o aumento das liberdades econômicas (infelizmente não podemos dizer o mesmo da liberdade individual e de expressão, que correm perigo com STF e TSE fazendo o que querem).
Portanto, conclusão clara é de que a economia é uma ciência e ela não aceita que tentemos modificá-la na base da caneta: seja com expansão monetária, fechamento de comércios, congelamento de preços ou que quer que seja. Se o Brasil está crescendo, é justamente porque o governo vem se metendo cada vez menos na vida das pessoas.
E se “os piores males que a humanidade já teve de suportar foram infligidos por maus governos”, como bem disse Ludwig von Mises (1881-1973), então que o governo continue seu trabalho de desestatização, desburocratização, digitalização de serviços, privatizações, abertura de mercado e continue cada vez mais afastado das atividades econômicas e sem se meter na vida das pessoas, até porque, como bem disse o próprio Mises: “a economia não trata de coisas ou objetos materais tangíveis; trata de homens, de suas apreciações e das ações que daí derivam”. Que a liberdade prevaleça!