O ditador Nicolás Maduro, ansioso para criar vitórias em seu governo falido, avança para tentar fazer valer o que foi aprovado pelo povo no domingo, ou assim quer fazer acreditar. Antes da votação, o tribunal internacional da ONU advertiu a Venezuela; os juízes reconhecendo por unanimidade que a Guiana atualmente administra e exerce controle sobre a área. O ditador, no entanto, rejeitou a jurisdição do tribunal.

Aparecendo na televisão nesta terça-feira, Maduro apresentou um novo mapa oficial da Venezuela com o território Essequibo incorporado. Foi também anunciada uma série de medidas e legislação futura para consolidar o controle sobre o território e seus recursos. Uma lei especial almeja criar uma nova divisão administrativa.

Maduro anunciou a criação da Zona de Defesa Integral da Guiana Essequiba. Como parte dos anúncios de terça-feira, foi também nomeada a vice-presidente do país, Delcy Rodriguez, para chefiar o Alto Comissariado para a Defesa da Guiana Essequiba. Maduro ordenou que as autoridades do regime iniciem um processo de concessão de nacionalidade venezuelana às cerca de 125.000 pessoas que vivem atualmente no território, bem como a criação de novas empresas estatais de petróleo e mineração para a exploração e aproveitamento dos recursos na região.

A Assembleia Nacional foi ordenada a elaborar uma lei que proíba as concessões de petróleo concedidas pela Guiana no mar territorial a ser delimitado. Às empresas que estão explorando recursos na área “sem a permissão da Venezuela”, como a americana Exxon Mobile, será dado três meses para cumprirem a lei. Maduro também pediu à Assembleia Nacional que crie áreas de proteção ambiental e parques nacionais no novo território.

Em resposta aos novos desdobramentos, as autoridades guianenses disseram que o Conselho de Segurança da ONU seria procurado para pedir ajuda. A Guiana pretende invocar os artigos 41 e 42 da Carta da ONU, que podem autorizar sanções ou ações militares para manter ou restaurar a paz e a segurança internacionais. O presidente guianense disse que está trabalhando com seus parceiros nos Departamentos de Estado e de Defesa dos EUA para respeitar o estado de direito e a ordem internacional.

O Ministério da Defesa do Brasil aumentou o contingente do destacamento de Boa Vista e enviou 20 veículos blindados para a tríplice fronteira. Gisela Padovan, secretária para a América Latina e o Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, disse que o país acompanha a situação, mas que não crê que um confronto armado seja declarado.

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