Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o governo gerisse os recursos do acordo bilionário de reparação pelo rompimento de uma barragem em Mariana (MG) por meio do BNDES. O acordo foi fechado entre o poder público e as mineradoras Vale (VALE3), BHP e Samarco, após 9 anos de lentidão do processo judicial do caso.
Durante a cerimônia de assinatura do acordo, que prevê o pagamento de 100 bilhões de reais em recursos novos, Lula fez um discurso cobrando que os ministérios de seu governo façam projetos para utilizar o dinheiro para “reparar uma desgraça que uma empresa causou”. Lula também disse que os recursos serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Relembre o caso
Em novembro de 2015, uma barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco, joint venture da Vale com a BHP, rompeu-se e liberou uma onda de lama gigante que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu comunidades, florestas e rios, inclusive o rio Doce até o mar no Espírito Santo. Mesmo após a denúncia, o caso foi aberto somente em 2018, e seguiu se arrastando na justiça estatal até chegar a um acordo somente este ano.
Dinheiro em péssimas mãos
Além dos 32 bilhões que serão dados às vítimas da tragédia e dos 132 bilhões do acordo, também serão pagos mais 100 bilhões novos que serão usados, segundo Lula, para “reparar” as desgraças causadas pela tragédia. Como já dito no artigo, tal dinheiro será gerido pelo BNDES. E isso é um grande problema.
Dado que os políticos buscam seu próprio interesse às custas da sociedade, o dinheiro que ficará sob os cuidados do BNDES serão usados por Lula e seus aliados em interesses próprios. E, dado o histórico do uso do BNDES por Lula para benefício próprio e de seus conchavos, não seria nada surpreendente que tal atitude se repetisse.
Também é importante lembrar que o governo Lula está desesperado atrás de mais dinheiro para continuar comprando aliados e aliciar os mais pobres. Não será nenhuma surpresa ele encontrar justificativas “nobres” para fazer isso.
Injustiça com as vítimas
Além do caso ter se arrastado por 9 anos, as vítimas não terão direito à totalidade da indenização que deveria ser direito delas, ficando a maior parte para o estado. Um total absurdo. Isso é um exemplo das consequências nefastas do monopólio do estado sobre a justiça.