O aquecimento global voltou a ser um tema quente nas últimas semanas devido às queimadas e ondas de calor no continente europeu. Como de costume, a mídia alardeou o problema e a classe política se aproveitou para fazer seus discursos morais. Mas o que de fato está ocorrendo com o clima do planeta? As mudanças climáticas não são apenas uma estratégia política de dominação das massas? É, de fato, um sério perigo para a humanidade? Para responder, precisamos analisar o tema de forma mais profunda.

O aquecimento global e as mudanças climáticas

Causas

Sabe-se que o clima do planeta está sempre mudando; isso, por si só, não invalida as preocupações expressas? Não necessariamente. Veja, a variabilidade climática passada não invalida a investigação sobre a natureza das mudanças atuais, nem os argumentos sobre as mudanças atuais serem de origem antropogênica. O clima é resultado da dança multifatorial, que inclui causas perfeitamente naturais, como as variações na órbita terrestre e mudanças em seu eixo de rotação, atividade solar e vulcânica; mas esse fato não é argumento contra toda e qualquer variação percebida.

A composição da atmosfera também é fator de grande relevância no clima. Desde a Revolução Industrial, a composição da atmosfera vem sendo gradativamente alterada pela atividade humana por meio da queima de combustíveis de origem fóssil. Isso é comprovado por observação direta e análise amostral.

Como outros elementos, o carbôno se apresenta na natureza em diferentes isótopos. O CO2 na atmosfera apresenta proporção entre 13C/12C mais alta que as liberadas pela queima de biomassa. Como os combustíveis fósseis possuem praticamente a mesma relação 13C/12C que as plantas das quais derivaram, mais baixas que na atmosfera pela preferência das plantas em isótopos mais leves, monitorando-se a proporção de 13C/12C na atmosfera, é possível verificar se essa está se alterando. Caso a relação na atmosfera esteja de fato reduzindo, isso mostra que o carbono liberado está vindo da queima de biomassa em sua utilização como combustível. Por meio da análise dos anéis das árvores, que crescem a uma taxa conhecida, a análise da relação 13C/12C revela exatamente essa redução, dramaticamente a partir de 1850.

A atividade dos raios cósmicos produz uma quase contante quantidade de 14C; instável e radioativo, utilizado para datação de sistemas biológicos pelo seu decaimento em seres vivos em equilíbrio com a atmosfera até o momento de sua morte. O carbono liberado nas queimadas também o possui em sua constituição. Contudo, como os combustíveis de origem fóssil são formados ao longo de milhões de anos, não apresentam 14C em sua composição, por sua meia vida ser da casa dos milhares de anos. Com isso, é possível mensurar que o aumento do carbono na atmosfera é proveniente da queima de combustível, por meio da elevação de 12C.

Fora os combustíveis queimados pelo ser humano para obter energia, os vulcões também liberam 12C, porém, segundo estimativas, a humanidade é responsável a cada ano por uma quantidade de emissões mais de 100 vezes maior que todos os vulcões combinados, que apresentam taxas relativamente estáveis de emissão anual.

Sabe-se, então, que a elevação do carbono presente na atmosfera é proveniente das atividades humanas. Mas, por que isso é um problema?

Variação da concentração de CO2 atmosférico nos últimos 800.000 anos.

O problema reside nas propriedades da molécula de CO2. Elementos e moléculas diferentes possuem propriedades distintas com sua relação à radiação circundante. O dióxido de carbono absorve energia na faixa infravermelha cercada em 15.000 nanômetros. À medida que o CO2 absorve essa energia infravermelha, ele colide com outras moléculas na atmosfera ou vibra e reemite a energia em todas as direções. Parte dessa energia retorna ao espaço, mas parte permanece na Terra como calor. As emissões de metano também são problemáticas por motivos semelhantes. Moléculas gasosas com essas propriedades de interação com o infravermelho são chamadas de “gases de efeito estufa”.

Mesmo compondo uma fração pequena da atmosfera, os gases do efeito estufa lentamente (em escala humana) alteram o balanço energético do planeta. Mesmo pequenas adições, ao longo do tempo, criam grandes efeitos; é o que está ocorrendo no cenário atual. Os componentes mais comuns da atmosfera terrestre (nitrogênio e oxigênio) possuem propriedades diferentes dos gases-estufa, podendo ser considerada transparente sua interação com a radiação infravermelha. Por esse motivo, mesmo compondo uma grande fração, seus efeitos podem ser ignorados.

Efeitos

A temperatura média da Terra depende do equilíbrio de seu balanço energético. A energia proveniente do Sol deixa o sistema quando é irradiada de volta ao espaço. A energia solar entra no sistema e aquece os componentes do planeta, sendo convertida para uma de menor potência energética no processo. À medida que os gases-estufa aumenta em proporção, menos radiação escapa para o espaço e mais calor é retido no sistema. Esses resultados não são encontrados por meio de modelos, mas por observação direta.

Quando o CO2 é adicionado à atmosfera, ele provoca o aquecimento da atmosfera inferior (troposfera). Entretanto, na estratosfera, camada acima da troposfera, a adição de CO2 faz com que ela esfrie, pois o CO2 extra na estratosfera irradia mais calor ao espaço. Observa-se que a estratosfera tem se resfriado nas últimas décadas, à medida que o CO2 atmosférico aumenta. Isso também exclui a atuação do Sol, pois um aumento na energia solar aqueceria a atmosfera como um todo.

Também pode-se analisar o espectro infravermelho da Terra a partir do espaço, olhando para baixo a partir de satélites, para ver quais comprimentos de onda de energia estão sendo retidos pelos gases atmosféricos. O aumento do efeito estufa é confirmado pelos satélites da NASA e da Agência Espacial Japonesa, que observam menos ondas longas saindo do planeta.

Como resultado, as médias de temperatura do ar na superfície global se elevaram em 1°C desde o início da industrialização significativa da metade do século XIX. A velocidade de aquecimento está anormalmente elevada, atualmente em 0,2°C por década. As evidências paleoclimáticas (pela reconstrução do clima por meio da análise de sedimentos de fundo de lagos, amostras de gelo profundo ou anéis de árvores) revelam que o aquecimento atual está ocorrendo cerca de 10 vezes mais rápido do que a taxa média de aquecimento natural após uma era glacial. O dióxido de carbono proveniente de atividades humanas está aumentando cerca de 250 vezes mais rápido do que o aumento proveniente de fontes naturais após a última Era do Gelo.

Os oceanos estão se tornando reservatórios da energia excedente e CO2 acumulado, o que eleva o risco futuro de eventos climáticos extremos, como o aumento da precipitação e força de tempestades, ainda mais potencializados com a chegada da saturação oceânica para o CO2.

Com uma temperatura média global mais elevada, a redução do gelo nos polos desestabiliza o equilíbrio do ecossistema regional, com o degelo interferindo nas correntes marítimas, o que provoca posteriores desestabilizações. Tambéem reduz o grau de retorno da energia solar, reforçando o ciclo de retroalimentaão. Mesmo as variações positivas pontuais na cobertura glacial são posteriormente perdidas pela forte tendência de redução estabelecida.

Variação comparativa da atividade solar e temperatura global. Como esperado, o ciclo solar mostra tendência de baixa, mas as temperaturas permanecem em tendência de ascensão.

Mudanças muito rápidas no clima dificultam as adaptações necessárias para proteger o atual meio de vida das espécies. São esperados mais eventos de seca ou chuva volumosa, o que impactará negativamente a capacidade produtiva de alimento. Também são esperados mais desastres naturais, pelo maior acúmulo energético no sistema e suas consequências, além de extinção de espécies animais e vegetais.

Mesmo o clima sendo multifatorial, e os registros paleoclimáticos mostrando a variabilidade ao longo das Eras, para o cenário atual, a influência humana é fator sine qua non para os efeitos observados. Fatores diversos ainda influenciam o clima do planeta, mas a contribuição antropogênica é a principal responsável pela recente tendência de aumento observada.

O argumento por vezes apresentado que as temperaturas atuais são inferiores ao Período Quente Medieval ignora que o contexto do aquecimento por volta dos séculos X-XIV foi um evento regional, não em escala global como o atualmente experienciado. O mesmo para o período mais frio subsequente, não sendo argumentos de equivalência.

Pode-se até pensar que há um conluio dos cientistas climáticos ao redor do mundo para manipular dados e criar uma crise inexistente, porém, no atual estado tecnológico-comunicativo, seria impossível manter essa conspiração oculta por muito tempo. Qualquer grupo de cientistas de qualquer instituição de pesquisa pode refutar as alegações, caso forem falaciosas. Muitos experimentos podem ser feitos com equipamentos relativamente simples, como espectrômetros. Não existe consenso perfeito, mas isso não é necessário para o avanço científico. Variações em artigos surgem naturalmente, mas os resultados desproporcionalmente apontam para a mesma direção.

Para explicações e refutações mais detalhadas acerca dos mais comuns contra-argumentos à existência do aquecimento global, acesse os seguintes links de referência:

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A histeria climática

Estabelecidos os fatos derivados da ciência climática, vejamos o outro lado da equação.

Com a recente pandemia de COVID-19, notamos como, por um lado, a grande massa da população é pelo medo facilmente influenciável e, por outro, como forças político-midiático-econômicas atuam para, mesmo às custas dos indivíduos, acima de tudo, garantir seus interesses. Não há porque pensar que será diferente no futuro. Uma pesquisa não muito profunda na literatura científica sobre o assunto difere de forma significativa da propagação midiática do tema. O conteúdo é de acesso público, o que mesmo assim não garante ser de fato muito conhecido.

Mesmo que se tente, não se pode culpar as mudanças climáticas por um evento em específico. Não há como saber se aquele evento teria ocorrido como consequência da ação humana no clima. Eventos atípicos ocorreriam mesmo sem a presença humana no planeta. O que pode ser feito, no entanto, é o estabelecimento de tendências, como de intensidade e frequência de ocorrência, então relacionando às características observadas.

Como uma classe dominante não pode se dar ao luxo de perder tão boa oportunidade, podemos esperar do futuro novas restrições de movimentação e transporte, limitações no consumo de alguns tipos de alimentos, incentivo para o consumo de “substitutos” e pressões crescentes para a conformidade (caso você não assim fizer, é por ser alguém que não se importa com os outros, assim como foi durante a COVID-19, mas em uma escala ainda maior). Trata-se de uma tentativa de controle social por meio da “ciência”; a sociedade sendo controlada por cientístas e especialistas; a fantasia de todo tecnocrata. Liberdades individuais sempre estarão sob ataque crescente em um mundo cada vez mais tecnologicamente evoluído e habitado por indivíduos doutrinados desde pequenos para obedecer autoridade e agir conforme é pedido, desincentivando o questionamento.

Mesmo com todo o alarmismo, em verdade, o planeta não está em risco, já tendo passado por eventos cataclísmicos no passado e mesmo assim se recuperado. Como exemplo mais recente, em escala geológica, há 66 milhões de anos (baseado na idade estimada da Terra, há 14 meses, comparativamente a uma vida humana de 80 anos) o asteroide que ajudou a extinguir os dinossauros (e abrir espaço para a evolução de mamíferos como o ser humano) é estimado em 10 km de diâmetro. Isso significa que, quando tocou o solo, a uma velocidade elevadíssima, sua outra ponta ainda estava na altura onde atualmente voam os aviões comerciais. Mesmo assim, o planeta e a vida se recuperaram, e hoje, caso não fossem feitos estudos geológicos na região, nem saberíamos que de fato ocorreu. Comparativamente, o aumento de gás carbônico na atmosfera não tem capacidade de eliminar a vida na Terra, muito menos pôr em risco o planeta. Frases de efeito como “salve o planeta” são utilizadas para chamar atenção (e funcionaram, veja só), mas não retratam a verdade.

O papel da mídia

Um exemplo simples: o gás carbônico é essencial para a vida na Terra, sendo um dos componentes do ciclo energético das plantas. Não se segue, contudo, que quanto mais melhor. Quando a nós é mostrada uma imagem de grandes chaminés que expelem fumaça preta, mesmo que isso seja inferido na reportagem, não estamos de fato vendo dióxido de carbono sendo expelido ali, por se tratar de um gás incolor. O que vemos são os particulados resultantes do processo de combustão.

Também são comuns os ataques aos combustíveis de origem fóssil, como se apenas apresentassem pontos negativos; devendo ser imediatamente proibidos e abandonados. No entanto, o mundo moderno não teria sido possível sem sua descoberta e uso massificado. Suas consequências positivas caracterizam nossa época, energia barata e abundante, com todas as derivações (como aumento da capacidade produtiva, riqueza gerada, inovação médico-tecnológica, etc.); comumente são deixadas em segundo plano. Quase como se esse meio energético fosse tão popular sem motivo aparente. Isso se deve ao fato de estarmos acostumados com a realidade atual, pois é a única que conhecemos. Ela, contudo, é radicalmente diferente à que nossos antepassados recentes conheceram. Os combustíveis baseados em carbono, mesmo que possuam efeitos danosos no longo prazo para o clima global, foram essenciais para evoluir a capacidade humana para a escala atual, não sendo conhecidos verdadeiros substitutos completos.

Recentemente, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu aos políticos que tomem medidas rápidas, declarando que: “O ar está irrespirável, o calor é insuportável … Os líderes precisam liderar. Chega de hesitação, chega de desculpas, chega de esperar que os outros ajam primeiro … Para vastas partes da América do Norte, Ásia, África e Europa, é um verão cruel. Para todo o planeta, é um desastre … A era do aquecimento global acabou; a era da fervura global começou. … É assustador, e é apenas o começo.”

Contudo, não se pode ignorar a influência do El Niño. Esse aquecimento anormal das águas do pacífico é um fenômeno natural, presente na história climática do planeta mesmo antes do ser humano ser algo relevante. Como consequências, são esperados aumentos nos tufões, mas redução de furacões; bem como novas ondas de calor. De acordo com análises, a temperatura média global em 7 de julho foi de 17,24 °C; 0,3 °C acima do recorde anterior de 16,94 °C, em 16 de agosto de 2016, um ano também de forte El Niño. Temperaturas recordes em junho foram registradas no noroeste da Europa, com partes do Canadá, Estados Unidos, México, Ásia e leste da Austrália significativamente mais quentes do que o normal. No entanto, foi mais frio do que o normal no oeste da Austrália, oeste dos Estados Unidos e oeste da Rússia. O El Niño de 2023 é particularmente forte, devendo influenciar o clima global até o próximo ano. Contudo, mesmo o El Niño tendo potencial de desestabilizar o clima global por um certo período, ele não é capaz de explicar a tendência de longo prazo observada nas temperaturas. Deve-se colocar os fatos em perspectiva, não dar combustível à histeria que mais desinforma que soluciona. Esse tipo de alarmismo distorce o problema real. É, em essência, uma declaração política.

Um espectador descuidado pode também pensar que os incêndios florestais na Europa são o resultado do aquecimento global, a mídia não perdendo tempo para torná-los catalisadores momentâneos da narrativa da catástrofe climática. Mesmo as condições tendo sido favoráveis para o espalhamento, o próprio governo, no entanto, declarou serem os incêndios não provenientes da combustão espontânea devido ao forte calor, mas por descuidos ou atos criminosos.

A manipulação com mentiras é algo mais fácil de desmascarar. Caso um jornal noticie um ato inverídico, dependendo do grau, é fácil desmentir a notícia e o veículo de informação perde parte de sua credibilidade. Para temas mais complexos, e não mentiras completas, mas exageros, contudo, as margens de manobra se elevam.

Pode-se recorrer a formas mais discretas de manipulação da opinião pública . Uma das alternativas recorre às meias-verdades. Quando se manipula utilizando apenas preposições verdadeiras, mas apresentadas de certa forma para levar a conclusões incorretas, ou se apenas é deixado no ar o questionamento, mesmo que inferidocomo fato, a narrativa torna-se mais difícil de perceber, pois requer do espectador um conhecimento mais aprofundado sobre o tema em questão. Trata-se do uso de afirmações seletivamente moldadas para passar a mensagem pretendida.

Afirmações sensacionalistas feitas por uma figura pública ou instituição são transmitidas sem medo pelos meios de comunicação, pois isso as blinda de crítica, afinal, apenas estão reportando o que foi dito por outro.

Como as notícias visualmente são transmitidas também influencia sua percepção. A utilização de cores quentes, por exemplo, passam a sensação de alerta. A escolha das palavras e até o tom como a informação é transmitida também, devendo o espectador ficar atento.

O foco exagerado em algo faz perder a perspectiva de seu contexto. Muitas informações que recebemos apresentam, escondidas dentro de si, profundos conflitos de interesse e uma disputa antiética por poder. Tudo o que nos é apresentado pelos meios de comunicação possui um motivo; também tudo o que permanece oculto.

As soluções

A via estatal

Como parcela significativa do conhecimento humano apresenta-se em sua forma tácita e disseminada nos diferentes membros da população, esperar soluções centralizadas para problemas complexos não faz muito sentido. O estado apenas sabe atuar por meio da imposição, proibição ou violência. Isso o torna um péssimo solucionador de problemas. Constitui uma classe de burocratas e políticos, não inventores e empreendedores.

Propostas para implementar quotas de carbono já foram apresentadas. Com o passar dos anos, a tendência é de aumento no controle e repressão às vozes dissidentes. A hipocrisia das elites também não passa despercebida, como quando, em eventos internacionais, figuras utilizam o pedestal moral para denunciar a falta de atuação dos demais na redução das emissões de carbono, exigindo uma redução nos padrões de vida para salvar o planeta, ao mesmo tempo que utilizam seus jatos particulares para realizar as viagens.

Como medidas para frear a “catástrofe climática que se aproxima”, os governos estão implantando restrições para a venda de carros movidos a gasolina e diesel. No Brasil, temos o famoso exemplo do desperdício do álcool como combustível, mesmo com os custos ocultos presentes nos veículos movidos a álcool. São necessárias grandes áreas de plantio, recursos para colheita e transporte para fazer girar a cadeia de produção de um combustível com menor potencial energético. O governo, por meio de seus incentivos, empobrece a todos (mas enriquece seus membros de alto escalão) redirecionando os recursos das mãos dos legítimos donos para a realização de seus projetos; que, por serem altamente ineficientes, continuam destruindo riqueza e distorcendo o cenário econômico, forçando níveis inferiores de aproveitamento dos recurso escassos. O estado é uma gigantesca máquina de destruição de valor; o que é perdido todos os anos por sua existência é incalculavelmente grande.

Propostas de geoengenharia, como o bloqueio de parte da radiação solar por meio de aerossóis não apenas podem danificar a camada de ozônio, elevando o risco de câncer de pele na população geral, como impactar de forma não prevista uma grande área do planeta, constituindo uma gigantesca externalidade negativa. Deve-se tomar muito cuidado com manipulações climáticas, pois suas consequências podem se tornar muito mais danosas ao potencial benefício conquistado.

Particularmente, não me sinto à vontade com governos manipulando o clima baseando-se em decisões políticas. Mesmo que hoje isso já seja considerado uma realidade por alguns (pelas antenas HAARP, o que é uma grande bobagem), em verdade, a manipulação climática atual humana é muito pequena, seus efeitos substanciais apenas sendo vistos de forma pontual ou ao longo de muitas décadas. De todo modo, com novas tecnologias desenvolvidas especificamente para esse fim, deixar manipulações climáticas mais significativas nas mãos de políticos não me parece uma boa ideia.

Soluções irreais para problemas reais

Alternativas energéticas sustentáveis, como solar e eólica, apesar de serem bons complementos, principalmente para uso na geração descentralizada, são insuficientes para de fato substituir a malha de geração elétrica mundial, devido aos altos custos e variabilidade de geração. Ainda, como já escrito em outro artigo publicado recentemente pela Gazeta Libertária, os custos e impactos energéticos de extração, fabricação e descarte associados são comumente negligenciados. O mesmo vale para os carros elétricos.

Há alguns anos, se tornou muito popular uma proposta de substituir o concreto asfáltico das rodovias por placas fotovoltaicas. Os ganhos prometidos eram incríveis, tendo apenas a substituição de parte da malha viária a capacidade de geração requerida para abastecer a totalidade da demanda global. Protótipos foram construídos, mas os resultados mostraram-se bem abaixo do esperado.

Como substituiria a sinalização na pista por LEDs, esses precisavam ser brilhantes o bastante mesmo durante o dia; o que não foi possível realizar. No período noturno, eram facilmente visíveis, mas as placas solares não geram no escuro, o que demandava o consumo da rede comum. O peso do tráfego exigiu um material resistente para não quebrar as placas; mas elas mesmo assim quebraram. Poeiras, folhas e detritos, normais em todas as estradas, reduziam a capacidade geradora, bem como seu posicionamento, por serem permanentemente horizontais.

A “solução” era extremamente cara frente aos métodos tradicionais, com também seus elevados custos de manutenção. Com risco de ignição, bem como o dano ambiental associado a um projeto dessa magnitude, mesmo após milhões de dólares investidos, inclusive de orçamento público, o resultado foi um grande fracasso. Testar novas ideias é algo positivo, mas o projeto não passou de uma grande propaganda midiática que nada solucionou.

E quem poderia esquecer dos canudos de metal para salvar as tartarugas. Impulsionados pela proibição de canudos plásticos em diversas localidades, mesmo que realmente apresentem vantagens aos de plástico de uso único, são fabricados com material que precisa ser extraído da terra ou manipulado de processos de reciclagem. Comumente fabricado na China, necessitam de longo transporte por navio e, por vezes, ainda vendidos embalados em…plástico. Nota-se que esse tipo de atitude pode ser tomada apenas para sinalizar virtude; os reais benefícios para o ambiente ficando em segundo plano.

Soluções reais para problemas reais

Como, então, tornar a existência humana mais sustentável e reduzir os impactos ao meio ambiente? Bem, a resposta é a mesma para todo problema econômico, como é a questão climática: liberdade para o crescimento da inovação e empreendedorismo.

Deixarei os exemplos falarem por si. Aqui, você encontrará algumas das últimas pesquisas sobre reciclagem de lixo por processos químicos ou por micro-organismos:

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Aqui, algumas empresas que estão inovando para criar soluções, em vez de ficarem presas em demandas políticas:

[1] [2] [3]

Apenas nos últimos anos, os exemplos são diversos e promissores.

Conclusões

O planeta em que vivemos passa por ciclos de variação climática naturais. Somado a isso, variações ocasionadas pelos mais variados fatores e suas dinâmicas alteram o clima local ou de parte significativa do globo. Por meio da evolução tecnológica, o ser humano conseguiu pela primeira vez alterar a composição atmosférica. A alteração é pequena, mas suficiente para, ao longo do tempo, influenciar na dinâmica energética do planeta. Pense em algo como tentar encher uma banheira com um conta-gotas. A mudança será lenta, mas você eventualmente conseguirá lotar sua capacidade, ou mesmo fazê-a transbordar. O mesmo ocorre com processos em equilíbrio energético, com o leve contínuo aumento criando uma situação de perda do equilíbrio. Os efeitos se acumulam. Somado a isso, sabe-se que os fenômenos da natureza são fortemente influenciados por processos de retroalimentação. Por exemplo, uma maior concentração de gás carbônico tende a eleva a temperatura global pela barreira do infravermelho, o que aumenta a quantidade de vapor de água na atmosfera, ainda mais eficaz em bloquear a energia emitida para o espaço, o que fortalece o processo.

Como ocorreu com o problema da degradação da camada de ozônio por efeito dos clorofluorocarbonos, pega-se um problema real e o amplifica, pois, assim, é mais fácil aprovar propostas políticas e convencer a população a realizar ações que, em outras circunstâncias, não seriam incentivadas ou bem-vistas. Fortes interesses político-econômicos, o uso da mídia, introdução de material no ensino básico e eventos com a classe política, lentamente moldam a percepção sobre o problema, que agora se tornou o principal desafio para o futuro da humanidade.

Alguns vão além, realmente demandando a implementação de políticas anti-humanas, comemorando, por exemplo, reduções populacionais. Realmente acreditando ser o ser humano uma espécie de câncer no planeta.

No entanto, o risco de extinção humana devido às atuais mudanças climáticas é nulo. O que deve ocorrer, no entanto, serão desafios que precisaremos superar. Na mídia é possível encontrar manchetes sensacionalistas com um certo prazo final para a ação; sendo esse prazo fundamental para se evitar uma catástrofe. Também podemos encontrar, mesmo que medições precisas de temperatura de forma confiável sejam algo relativamente recente, manchetes de que tal e tal localidade apresentou a maior temperatura de sua história. Ou que foi registrada a maior temperatura da história do planeta. São tentativas, com o tempo bem-sucedidas, de exagerar um problema existente para gerar medo e abrir caminho para a aceitação de medidas que, sob outras justificativas, seriam impopulares. A fonte de riqueza de todo meio de comunicação é sua relevância; medida menos em termos de confiabilidade que em números de audiência.

Como o clima possui substancial inércia, mesmo que o aumento das emissões de gases-estufa fossem imediatamente paralisadas e fosse iniciada uma reversão na concentração atmosférica (o que ainda está longe de acontecer), o planeta continuaria aquecendo pelas próximas décadas. Esse processo já é algo inevitável. O que se deve fazer, então, é avançar social e tecnologicamente para absorver os impactos futuros. Mas não apenas criação de nova tecnologia, é necessária sua implementação para realmente apresentar resultados concretos.

A infraestrutura atual, mesmo nos grandes centros urbanos, e até principalmente neles, é incapaz de absorver as demandas climáticas previstas para as próximas décadas, pois as cidades foram construídas negligenciando o planejamento e integração ao meio, sendo locais artificialmente criados para podermos viver fora da natureza imediata. Como resultado, por exemplo, a impermeabilização do solo cria, mesmo com a existência de galerias, quando ocorre um evento de precipitação, um fluxo gigantesco que provoca problemas corriqueiros e conhecidos a todos que vivem em grandes cidades, como São Paulo. Alguns são problemas difíceis, mas não insolúveis, que, porém, exigem a correta aplicação de tecnologias muitas vezes já existentes. Infelizmente, uma grande dificuldade observável em sua resolução deriva de seus responsáveis percebidos: prefeituras e órgãos públicos.

Qualquer evento climático anormal torna-se argumento para a intervenção. Ignoram-se os efeitos do crescimento populacional e aumento na taxa de urbanização para a explicação da gravidade dos danos, sendo implícito o dano causado como sendo um dos efeitos claros das mudanças climáticas. O aquecimento global tornou-se o culpado de tudo, mesmo do evento esperado atípico que fosse ocorrer de qualquer maneira devido à variabilidade natural.

A Agenda Verde, parte do reset global sendo implantada no mundo, é mais um exemplo da utilização de um problema para benefício da elite e manutenção de seu poder e influência. No sistema de dominação em que vivemos, crises são criadas e artificialmente infladas para transferir vastas quantias de riqueza para um número reduzido de indivíduos. A elevação dos custos energéticos, a redução do padrão de vida, a imposição de medidas, a transformação do comum em regalia, todas são sintomas e consequências do funcionamento das engrenagens do poder, ocultas pela narrativa de proteção e cuidado.

Certamente, problemas derivados das atuais mudanças climáticas também gerarão tensões políticas entre países, podendo levar a guerras por recursos ou por retaliação.

A histeria limita a transmissão de informações corretas e confiáveis. Forças contrárias à narrativa passam a ignorar os avanços do entendimento científico por esse ter sido corrompido pela agenda política. A compreensão do que de fato ocorre vira uma disputa de narrativas sem sustento, com nenhum dos lados sendo capaz de verdadeiramente defender seus argumentos; por serem, em essência, ideologicamente construídos. A histeria perpetrada pela mídia e classe política não deve ser confundida com os estudos científicos sendo realizados por cientistas que, coletivamente, possuem inúmeros anos de pesquisa no assunto, muitos dedicando suas vidas inteiras. Ainda, eventuais corrupções ocorridas na ciência não inutilizam o método científico. O ser humano é sim é capaz de criar um mundo mais tecnologicamente limpo e mais inteligentemente gerido. Para encontrar as melhores soluções, contudo, é necessário primeiro colocar o problema sob a correta perspectiva.


Graven, H., Keeling, R. F., & Rogelj, J. (2020). Changes to carbon isotopes in atmospheric CO2 over the industrial era and into the future. Global Biogeochemical Cycles, 34, e2019GB006170. https://doi.org/10.1029/2019GB006170

Harries, J., Brindley, H., Sagoo, P. et al. Erratum: Increase in greenhouse forcing inferred from the outgoing longwave radiation spectra of the Earth in 1970 and 1997. Nature 410, 1124 (2001). https://doi.org/10.1038/35074154

Huber, Daniel G. and Gulledge, Jay. 2011. “Extreme Weather and Climate Change: Understanding the Link and Managing the Risk” Science and Impacts Program. Center for Climate and Energy Solutions: Arlington, VA. Available at: http://www.c2es.org/publications/extreme-weather-and-climate-change.

Kramer, R. J., He, H., Soden, B. J., Oreopoulos, L., Myhre, G., Forster, P. M., & Smith, C. J. (2021). Observational evidence of increasing global radiative forcing. Geophysical Research Letters, 48, e2020GL091585. https://doi.org/10.1029/2020GL091585

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