Após 2 meses de investigação, a polícia conseguiu identificar o homem responsável por matar um entregador pela falta de um refrigerante no pedido. A justiça paulista já decretou prisão preventiva contra o assassino, que provavelmente receberá uma punição branda como sempre. Como era de se esperar, desarmamentistas já se manifestaram, alegando que foi o acesso a armas de fogo que possibilitou a morte do entregador.
O assassinato
No mês de outubro, um entregador de pizza havia sido alvejado com 2 tiros à queima-roupa durante uma discussão com um cliente, tendo ido a óbito horas depois. O motivo? A pizzaria havia esquecido de enviar um refrigerante junto do pedido. O registro do crime foi possível graças a câmeras de seguranças que estavam no local, que também mostraram o agressor arrastando o corpo do entregador para o lado oposto da rua, moveu a motocicleta da vítima para outro local e levou a mochila de entregas para dentro da casa.
Segundo o dono da pizzaria, antes de ser baleado, o entregador havia entrado em contato com ele para informar sobre a falta do refrigerante e pediu que o item fosse levado até o endereço. Minutos depois, o proprietário do restaurante chegou ao local com o produto, mas encontrou o funcionário ferido. Desesperado, ele o transportou até o hospital, onde a morte foi confirmada pouco depois.
Após dois meses de investigação, o autor do assassinato foi identificado e está sob prisão preventiva.
A falácia desarmamentista de sempre
Não demorou muito para que esquerdistas desarmamentistas utilizassem o caso para levantar sua bandeira do controle de armas, como foi o caso deste usuário do X:
Como sempre, os esquerdistas desarmamentistas nunca perdem tempo quando fatalidades como esta envolvendo armas de fogo acontecem e levantam logo sua bandeira de proibição das armas.
E esquerdistas desarmamentistas sempre tentam associar armas de fogo a aumento da criminalidade. Tudo isso resulta dos anos de lavagem cerebral por parte de ideólogos que aparelharam instituições estatais de ensino, e claro, a classe artística e midiática sempre dando total apoio e influenciando o público a seguir tal pauta. Em um cenário onde qualquer visão alternativa é vetada, tal resultado é inevitável.
E tal pensamento é reforçado por interpretações enviesadas, como as pesquisas que supostamente apontam para a constatação de que “mais armas levam a mais crimes”. No entanto, análises mais cuidadosas já mostraram que a conclusão de tais estudos estava equivocada (o que pode ser explicado pela forma equivocada pela qual as ciências sociais são feitas hoje).
Mesmo os estudos similares feitos aqui no Brasil, como os feitos pelo economista Daniel Cerqueira, se mostraram equivocados, como bem mostrado aqui e aqui. No entanto, há um fator negligenciado pelos desarmamentistas (e estranhamente também pelos estudiosos supostamente imparciais): a impunidade.
Foi a certeza de impunidade que permitiu que o entregador fosse morto
Não foi o fato do cliente portar uma arma de fogo que, por si só, o levou a assassinar o entregador.
Não foi o porte de arma de fogo que levou o cliente a assassinar o entregador. Se assim fosse, todos os portadores não criminosos de armas de fogo cometeriam tal crime. O que sabemos não é verdade. É possível até afirmar que o assassino em questão fosse mais propenso a cometer homicídio. Mas neste caso há um fator que pode dissuadir tais tipos de pessoas a cometerem tais crimes: a certeza de que serão punidos.
Mas em um país com um dos sistemas jurídicos mais ineficientes quanto à resolução de crimes (mesmo sendo isso um problema inerente a toda justiça estatal), a certeza de punição simplesmente se desfaz, e tal certeza de impunidade encoraja indivíduos violentos a cometerem mais crimes.
Se o agressor tivesse a certeza de que seria duramente punido (mais precisamente, com a morte), ele teria pensado duas vezes antes de ter atirado no entregador. E aqui não me refiro somente à existência de tribunais e serviços policiais eficientes (que poderiam ser melhor oferecidos pelo mercado; veja aqui e aqui), mas também à própria possibilidade de o entregador se armar.
Se o entregador dispusesse de alguma arma de fogo, ele teria alguma chance de ter evitado o triste desfecho, seja dissuadindo o agressor, ou, se necessário, matando-o. Ao contrário do que o presidente petista Lula pretendia supostamente com sua revogação da liberalização de armas, desarmar a população as deixou mais vulneráveis à violência armada, não menos.
O endurecimento das leis de acesso às armas apenas fez com que as pessoas com maiores recursos continuassem tendo acesso às armas de fogo, enquanto para pessoas com menores recursos (como o caso do próprio entregador) ficou ainda mais difícil se armar.
E dada a conhecida ineficiência estatal em lidar com crimes e também as penas brandas contra os crimes hediondos, como o homicídio, já podemos presumir que o criminoso terá uma punição branda, ou talvez até mesmo responda em liberdade.
Conclusão
Não foi o acesso à arma de fogo que permitiu que o cliente assassinasse o entregador, mas a certeza da impunidade. Diria mais: a certeza de que o entregador estava desarmado o encorajou mais ainda a atirar na vítima. O estado é o grande responsável junto ao autor do crime por essa tragédia. Tanto pela sua inerente incompetência em lidar com o crime quanto por tirar a possibilidade de os indivíduos se defenderem.
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