O Ministério Público de São Paulo (MPSP) entrou com uma ação civil pública contra o influenciador Monark cobrando uma indenização de R$ 4 milhões com base na acusação do influencer ter defendido a criação do partido nazista, durante uma fala na edição do Flow Podcast, em fevereiro de 2022.
O pedido de indenização foi apresentado na Justiça paulista na quinta-feira (21/3) e obtido pelo site Metrópoles. No pedido, o promotor Reynaldo Mapelli Júnior, de Direitos Humanos do MPSP, afirma que Monark fez “expressa defesa da criação de um partido nazista” e ainda o acusou de defender e “a possibilidade de se declarar e agir como antijudeu”.
Segundo Reynaldo Mapelli Júnior:
“A criação de um partido nazista representa, em síntese, a criação de um partido político feito para perseguir e exterminar pessoas, notadamente judeus, mas também pessoas com deficiência, LGBTQIAP+ e outras minorias”, registrou. “Os comportamentos antissemitas não podem ser aceitos como meros inconvenientes abrangidos pela liberdade de expressão.”
O promotor tambem comentou que o comentário de Monark aconteceu em um “contexto de crescimento de células neonazistas no Brasil”. Para embasar sua afirmação, ele citou um estudo que extima a presença de até 10 mil nazistas no país e o aumento de 270% desses grupos criminosos no período entre 2019 e 2021.
O episódio
Em 7 de fevereiro de 2022, durante uma edição do Flow Podcast, o até então sócio do Igor, Monark, havia defendio a possibilidade de existir um partido nazista no país. Como justificativa, Monark havia citado o fato da esquerda radical (cujos regimes foram responsáveis pelos maiores massacres do século XX) podiam ter partido enquanto os nazistas não.
“A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. Eu sou muito mais louco que todos vocês. Acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido”
afirmou Monark
A fala gerou uma ampla repercussão negativa, a ponto de Igor, até então sócio de Monark, ser pressionado pelos patrocinadores a retirá-lo do Flow. Após sua saída do Flow, Monark iniciou um novo canal na plataforma Rumble, o Monark Talks, onde pretendia recomeçar sua carreira.
Monark como bode expiatório
Após a repercusão negativa da fala de Monark, o promotor de justiça chegou a propor como punição alternativa ao processo judicial, a participação do influencer a uma série de eventos. Dentre eles, uma visita ao Museu Judaico, na capital paulista, e ao museu Yad Vashem, em Israel. Monark também teria que conhecer um campo de concentração e ainda realizar um podcast sobre o tema, com duração de 3 a 4 horas.
Uma reunião para tratar do acordo chegou a ser realizada em dezembro de 2022. No entanto, Monark com razão discordou da acusação de ter sido antissemita, porém demonstrou demonstrou interesse na proposta. Ainda assim, segundo o MPSP, Monark não teria respondido a proposta.
De toda forma, como o próprio Monark deixou claro, ele já havia “pago” pela sua fala, que foi em grande parte mal compreendida. Afinal, Monark não havia defendido o nazismo. Apenas questionou porque a esquerda radical, mesmo com um histórico de crimes bem maior que o nazismo, possuía partidos e este último não.
Mesmo Felipe Neto (quem diria) comentou em um vídeo que o Monark havia sido mal interpretado pelo público. Confira o trecho abaixo:
E como Felipe Neto mesmo confirmou, Monark já arcou com as consequências do que falou ao perder patrocinadores e ser demitido do Flow. O que mostra como boicote é uma ferramenta além de ética, também efetiva para punir ações não agressivas.
E de todo modo, mesmo que o Monark tenha colocado seu questionamento de uma maneira equivocada, ele continua válido: por quê o comunismo não recebe o mesmo tratamento que o nazismo e o fascismo? É o que escrevemos neste artigo que você pode ler clicando aqui.
Também é absurdo além da ameaça de processo, o Monark ter sido obrigado a participar de eventos que não eram de seu interesse, por mais importantes que sejam do ponto de vista moral e histórico. Ele não cometeu nenhum crime de fato e por isso não deveria estar sujeito a nenhuma punição ou coerção.
Ainda tem a velha obcessão da esquerda progressista com uma possível ascensão do nazismo de grandes proporções no Brasil. Por mais que o número de neonazistas tenha crescido e sejam muito mais ativos online hoje em dia, ainda são um número insignificante, chegando no máximo a 0,005% da população brasileira.
Mesmo seus ataques físicos a indivíduos pacíficos são extremamente raros em comparação aos crimes mais comuns e graves, como assaltos, estupros e assassinatos. O estado brasileiro sequer está combatendo os crimes mais comuns e que mais ameaçam os brasileiros no dia a dia. Essa preocupação exagerada com células neonazistas que jamais chegarão ao poder não possui outra explicação a não ser usar tal suposta ameaça como alarme para expandir mais ainda seu poder sobre a sociedade.
Pretexto para extorsão
E é claro, não poderia faltar o principal motivo: dinheiro. O estado brasileiro sob o governo Lula está com mais fome do que nunca. E qualquer oportunidade para extorquir alguem será mais do que bem vinda para os políticos e burocratas.
Com a acusação de que o Monark cometeu um crime gravíssimo que merece indenização, o estado brasileiro tem uma oportunidade de ganhar mais um dinheiro extra. Como sempre, o estado brasileiro sempre arrumando uma justificativa para sugar os cidadãos pacíficos cada vez mais.
Nada de novo. Mas torço para que o Monark possa evitar mais esse novo ataque â sua liberdade.