O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA forneceram novas pesquisas mostrando que, durante a recente onda Delta, indivíduos que haviam contraído COVID-19 tiveram mais proteção contra o vírus do que aqueles que foram vacinados. A imunidade natural se mostrou eficaz.

“Antes da variante Delta, a vacinação resultou em melhor proteção contra uma infecção subsequente do que sobreviver a uma infecção anterior”, disse o epidemiologista do CDC Benjamin Silk ao Wall Street Journal. “Ao olhar para o verão e o outono de 2021, quando a Delta se tornou predominante neste país, no entanto, sobreviver a um contágio anterior oferecia maior proteção”.

Tanto os indivíduos vacinados quanto aqueles que se recuperaram do vírus mostraram uma defesa significativa, acrescentaram os cientistas. (O CDC divulgou suas descobertas aos repórteres, mas sua pesquisa ainda não estava disponível online na manhã de quinta-feira.)

Pesquisas anteriores sugerem que receber a vacinação após uma infecção por COVID pode oferecer proteção adicional contra o vírus.

“Pesquisas recentes”, diz a Mayo Clinic, “sugerem que as pessoas que contraíram o COVID-19 em 2020 e depois receberam vacinas de mRNA produzem níveis muito altos de anticorpos que provavelmente são eficazes contra variantes atuais e, possivelmente, futuras. Alguns cientistas chamam isso de imunidade híbrida.”

Passaporte da vacina em perigo?

As descobertas são significativas e se encaixam com pesquisas científicas recentes em Israel que mostraram que a infecção anterior por COVID-19 conferiu proteção mais duradoura e mais robusta do que as vacinas contra a variante Delta.

Após o estudo de Israel, cientistas proeminentes argumentaram que o fato da imunidade natural oferecer mais proteção, tornavam a vacinação obrigatória anticientífica e antiética.

“A COVID anterior (classe trabalhadora) fornece melhor imunidade do que vacinas (profissionais), portanto, os mandatos de vacinas não são apenas um absurdo científico, mas também discriminatórios e antiéticos”, escreveu o professor da Harvard Medical School, Martin Kulldorff, epidemiologista e bioestatístico.

As conclusões do CDC foram divulgadas dias depois que a Suprema Corte decidiu que a exigência de vacinação, proposta pelo presidente Joe Biden, para empresas com mais de 100 funcionários era inconstitucional.

A decisão do tribunal superior levou algumas empresas, incluindo a Starbucks, a cancelar seus mandatos de vacinas para os funcionários.

Apesar da proteção oferecida pela contaminação anterior por COVID, muitos países relutam em reconhecer a imunidade natural.

Novak Djokovic, o tenista mais bem classificado do mundo, recentemente teve seu visto apreendido pelas autoridades australianas quando chegou (não vacinado) para jogar na Austrália, embora inicialmente tenha recebido uma isenção médica por causa de uma recente infecção por COVID. Enquanto isso, o governo conservador da Áustria anunciou recentemente que tornará a vacinação obrigatória para adultos, que enfrentarão multas altas – até 3.600 euros – se não cumprirem, mesmo que já tenham pegado o vírus anteriormente.

Nos Estados Unidos, as universidades estão inclinadas a expulsar estudantes não considerados “totalmente vacinados”, o que, em alguns casos, inclui aqueles que receberam várias vacinas, já tiveram COVID e receberam uma isenção médica.

Evidências recentes, no entanto, sugerem que a relutância em tratar indivíduos que tiveram COVID como “totalmente vacinados” pode estar diminuindo. A NCAA, por exemplo, anunciou recentemente em suas diretrizes de inverno que atletas que já tiveram COVID serão considerados “totalmente vacinados” se a infecção ocorrer dentro de três meses.

O anúncio do CDC de que a infecção anterior oferece mais proteção do que a vacinação contra a variante Delta provavelmente alimentará pedidos para encerrar os mandatos de vacina, principalmente para indivíduos que já foram infectados.

Texto por Jon Miltimore. Traduzido e adaptado por Gazeta Libertária.

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