O bom selvagem nunca existiu. A natureza humana se formou ao longo dos séculos de evolução através de conflitos.
O perigo que nos rodeia a todo instante não é resultado exclusivamente da cultura/civilização, mas do código genético que possuímos.
O Perigo Mora Ao Lado
Não sabemos qual a índole nem as vontades das pessoas que compartilham os espaços conosco. Seja um espaço público ou privado, estamos sempre sujeitos a agressões de terceiros.
O(A) agressor(a) busca situações para efetivar o dano na vítima que julga ser/estar mais frágil. Esse elemento, praticante do dano, dificilmente mudará seus valores em relação as suas vítimas.
Não é por falta de educação adequada e oportunidades honestas que alguém decide praticar crimes. Todo(a) criminoso(a) inferioriza seu semelhante, transformando-o mentalmente num ser inferior.
É a partir do processo mental que surge a vontade de praticar o dano. Até hoje, nenhum sistema político, econômico, religioso ou filosófico conseguiu anular o surgimento de novos praticantes de danos.
Nossa tarefa não é “criar anjos”, mas sim, “enfrentar os demônios”.
Como Se Proteger?
A defesa para atos de violência praticados por seres humanos não repousa na criação de uma sociedade limpa, sem crimes. Isto seria impossível.
A maneira justa de defesa é permitir que o indivíduo proteja sua propriedade – seu corpo e seus bens.
Discursar sobre a maldade humana sugerindo uma mudança cultural a partir de meios que impeçam a liberdade do indivíduo não resolve o problema.
É na ação humana que descobrimos os limites do executável. Não mexa nos corpos e nos bens alheios sem o consentimento de seus respectivos proprietários.
Olhando Para o Real
Na obra Teoria e História, de Ludwig Von Mises, encontramos um parecer sobre a importância das ações humanas nos sistemas sociais.
O ser humano age para um fim que lhe parece viável. Os sistemas políticos deveriam considerar as motivações humanas e não negá-las, sugerindo culpar sistemas ao invés de pessoas.
A natureza humana produz simultaneamente o mal e o bem. O ser humano é o executor ativo dos atos construtivos e destrutivos.
Identificando A Essência
O desafio que nos sonda repousa na busca em lidar com o mal intrínseco do ser humano. Não é possível transformar a sociedade num paraíso.
Tratar os problemas sem apelos a jargões já é um bom começo.
As fezes são o que são. Não precisamos transformá-las em bombons amanteigados para demonstrar que temos consciência orgânica.
*O conteúdo deste artigo não representa a totalidade da opinião do Gazeta Libertária sobre este assunto