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Nos últimos anos, pela pressão da agenda ESG, as criptomoedas que utilizam o modelo de Prova de Trabalho, especialmente o Bitcoin, foram duramente atacadas por seu impacto ambiental. Atualmente, no entanto, sabe-se que essa crítica, que possui relação com os ataques estatais à nova tecnologia, não se sustenta.

Mais da metade da energia utilizada na mineração do Bitcoin é proveniente de fontes consideradas sustentáveis, com essa porcentagem tendendo a crescer ainda mais nos próximos anos. A rede já atingiu a maturidade que capacita seu crescimento em hash rate ser acompanhado por uma redução no volume de emissões. O carvão contribui com apenas 23%.

Com relação ao medo das instabilidades na rede elétrica derivadas do esforço de mineração, há uma tendência dos mineradores pela procura, até mesmo para fugir das flutuações de preço nos horários de pico, por alternativas off-grid, que não apenas deixam de impactar a rede elétrica de consumo geral, como criam novas oportunidades de utilização do que antes não era economicamente viável ou mesmo simplesmente desperdiçado.

O Bitcoin começou a ser minerado com o uso de gases combustíveis que seriam simplesmente queimados (flare), por, dentre outras, falta de estrutura para seu transporte que, pelo seu volume, não era economicamente vantajoso. Estima-se que, com a utilização dos gases que passariam pelo processo de flare, apenas nos EUA, a energia produzida é suficiente para rodar toda a rede de mineração do Bitcoin. Com sua utilização para gerar energia, as emissões de dióxido de carbono na atmosfera são drasticamente reduzidas.

Ainda, empresas no cenário de mineração estão cada vez mais utilizando, algumas mesmo totalmente, energia proveniente de fontes hidráulicas, eólicas ou solares.

Leia também: Mineração de Bitcoin se torna mais difícil a medida que a dificuldade da rede atinge um novo pico

Estudos recentes revelaram que estimativas anteriores do consumo energético da rede o estavam superdimensionando, bem como subdimensionando o uso de fontes renováveis de energia. Em verdade, não apenas a mineração de Bitcoin está implementando soluções sustentáveis a um ritmo muito superior a outros setores da economia, como mineração de ouro, produção de aço e agricultura, mas que a rede é dezenas de vezes mais energeticamente eficiente quando comparada ao sistema bancário tradicional.

Mesmo que não seja uma forma de justificativa, a mineração de Bitcoin atualmente libera na atmosfera menos de 35 milhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano. Em comparação, desde o início da Guerra ao Terror, as forças armadas americanas liberaram 1,2 bilhão de toneladas. Esse número desconsidera todos os outros exércitos do planeta em suas atividades diversas. Creio que, como um importante meio de disseminar e exercer a liberdade, é um custo que vale a pena.

Com os novos dados e a clara tendência apresentada, as críticas pela falta de sustentabilidade na mineração do Bitcoin podem ser finalmente abandonadas.

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