O episódio do atentado com bomba realizado por Francisco Wanderley Luiz na Praça dos Três Poderes é a nova justificativa do STF para aprovar a PL da Censura. A justificativa dos ministros é de que as ideias que eles consideram “antidemocráticas” tenham incentivado Francisco a praticar seu atentado e que mais episódios do tipo poderão se repetir.

Tirando a PEC da Censura da gaveta

Desde abril do ano passado, o STF vinha tentando levar à votação a chamada “PL das Fake News”, que os críticos corretamente batizaram de PL da Censura. O que ela é de fato. No entanto, a impopularidade da PL por parte de grande parte do público fez com que os deputados que iriam votar a favor da projeto, temendo não reelegerem, adiassem sua votação.

O projeto ficou engavetado por mais de um ano, tendo a possibilidade de sua votação sido proposta várias vezes. O caso do atentado com bomba de Francisco era a mais nova oportunidade que o STF esperava para incentivar a votação da PL.

Os 3 mais ministros populares e mais odiados, Alexandre de Moraes, Luiz Roberto Barroso e Gilmar Mendes, são justamente aqueles que afirmam que o atentado está atrelado a uma ameaça crescente à democracia, propagada nas redes sociais, e a PL da Censura poderia combatê-la.

O caso

Na noite da última quarta-feira (13/11), o chaveiro Francisco Wanderley Luiz disparou explosivos na Praça dos Três Poderes, próximo ao Supremo Tribunal Federal. Antes do atentado, os policiais que estavam na área já observavam o comportamento de Francisco, considerado suspeito pelos policiais.

Ao verem Francisco jogar um explosivo contra a Estátua da Justiça, os policiais tentaram apreendê-lo, mas ele os alertou para não se aproximarem. Em seguida, Francisco acionou explosivos que estavam presos ao seu corpo e morreu com a explosão.

Não muito longe do local, no Anexo IV da Câmara dos Deputados, um veículo havia explodido, no entanto, sem deixar ninguém morto ou ferido. No porta-malas do veículo, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. O veículo era de propriedade de Francisco.

Segundo investigação da Polícia Federal, Francisco já manifestava críticas e ameaças ao STF, dando indícios de que ele já planejava o atentado há um bom tempo. A tentativa de ataque de Francisco com uma bomba contra o STF se tornou um dos assuntos mais comentados no Brasil, com Francisco sendo comparado ao matemático e anarcoprimitivista Theodore John Kaczynski, também conhecido como Unabomber, e famoso pelo seu manifesto contra a industrialização e foi responsável por atentados com bombas em universidades e em aeroportos, matando algumas pessoas.

A oportunidade que o STF esperava

É óbvio que tal atentado não está diretamente atrelado ao bolsonarismo, e que nem toda oposição ao STF também esteja ou leve a algum atentado, como o que ocorreu na Praça dos Três Poderes. No entanto, é essa a ideia que o STF está tentando vender.

Até mesmo o bolsonarismo, que é mais uma ideologia política que ainda deposita genuinamente sua fé na democracia, é apresentado pelo STF como “antidemocrático”, por simplesmente repudiar o autoritarismo judiciário e as políticas de esquerda. Imagine, então, como não seria a demonização contra todos que rejeitam a instituição do estado, inclusive a democracia.




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