O Brics, grupo formado por países emergentes, decidiu aumentar o número de integrantes do bloco. No caso, serão seis os novos parceiros a ingressarem como membros plenos, sendo eles Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito e Etiópia. A decisão foi tomada durante a 15° cúpula do BRICS, nesta quinta-feira.

A ampliação do BRICS reflete a intenção de seus governos membros de fortalecer o bloco em detrimento de outros fóruns dominados pelos ocidentais. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou a ampliação para os novos membros e afirmou que irão “continuar trabalhando por um mundo mais justo, inclusivo e prospero”. Ele também confirmou que que o processo para outras associações no futuro vai continuar. Até o momento, os governos de 22 países estão interessados em ingressar no BRICS.

O presidente do Brasil Luiz, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um breve discurso dando boas-vindas aos seis novos integrantes que entrarão oficialmente no Brics em 1º de janeiro de 2024.  “Nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem, que acomoda a pluralidade econômica, geográfica e política do século 21”, afirmou Lula em seu discurso.

Lula também aproveitou para fazer um aceno ao presidente da Argentina, Alberto Fernandez, seu aliado político de longa data. “Continuaremos avançando lado a lado com os nossos irmãos argentinos em mais um fórum internacional. Seguiremos defendendo temas com impacto direto na qualidade de vida das nossas populações, como o combate à fome, à pobreza, à desigualdade, e a promoção do desenvolvimento sustentável”, afirmou Lula.

Planos de expansão do BRICS

Em seu discurso, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que o bloco continuará com seu propósito de ampliar o que ele chamou de “BRICS Plus”, e que irá continuar activamente a expansão da adesão de novos membros. Jinping afirma que isso irá ajudar a promover a “multipolaridade global e uma maior democracia nas relações internacionais, e ajudaremos a tornar a ordem internacional mais justa e equitativa”.

Xi Jinping também nega que o governo chinês tenha qualquer pretensão imperialista:

“O hegemonismo não está no ADN da China; nem a China tem qualquer motivação para se envolver na competição entre grandes potências. A China está firmemente do lado certo da história e acredita que uma causa justa deve ser perseguida para o bem comum.”

afirmou Jinping

O quê esperar da ampliação do BRICS?

Há quem aponte corretamente para os pontos positivos da existência e da expansão do BRICS, como uma maior descentralização da economia global e enfraquecimento da hegemonia do dólar. Afinal, quanto menor a centralização política, melhor para os indivíduos e sua liberdade.

Por outro lado, isso também dará maior poder local a cada um dos governos membros do grupo, o que também pode implicar maior protecionismo ou estreitamento de opções, uma vez que estes mesmos governos darão preferência aos governos membros do BRICS, limitando as opções de negociação das empresas e indivíduos.

De qualquer forma, seja a hegemonia americana, seja a competição dela com outros blocos, como o desfiante BRICS, nenhum cenário supera o da liberdade econômica total sem restrições impostas por algum estado que seja mediada por uma moeda forte e livremente aceita pelo público.

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